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Artistas convidam público a participar de instalação no CCBB

Fatality, do coletivo Videoardi, é composta de vídeos feitos com moradores do entorno da Praça da Liberdade e materiais descartados


postado em 04/02/2019 05:09

Instalação é composta de vídeos feitos com moradores do entorno da Praça da Liberdade e materiais descartados(foto: Desali/Divulgação)
Instalação é composta de vídeos feitos com moradores do entorno da Praça da Liberdade e materiais descartados (foto: Desali/Divulgação)

A instalação Fatality, aberta à visitação e à participação do público no Teatro 2 do CCBB, faz um paralelo entre a liberdade da rua e as restrições impostas pelos espaços expositivos. Criada pelo Coletivo Videoardi, a ação consiste na projeção de filmagens com moradores de rua que vivem no entorno da Praça da Liberdade. No mesmo espaço, os artistas dispõem materiais descartados. O projeto faz parte da programação do 13º Verão Arte Contemporânea (VAC).

“O Videoardi teve início com as inquietações de jovens artistas e tem o VHS como matéria-prima, com apropriações digitais dos erros e distorções frequentes nesses vídeos”, diz o artista visual Desali, membro do grupo, ao lado de Rafael Fernne, Error 404 e Jander. “Nosso interesse inicial era restrito ao vídeo, mas passamos a atuar no espaço urbano, fazendo uma comunhão de ideias”, conta.

O coletivo realiza instalações a partir de materiais encontrados nas ruas de Belo Horizonte, mantendo uma relação da arte com o espaço urbano. Os objetos são geralmente dispostos junto a desenhos, pinturas e monitores, que transmitem filmes experimentais realizados pelos quatro integrantes.

TEATRO
Com Fatality, o Videoarti ocupa o teatro do CCBB, geralmente dedicado a peças e apresentações de dança. “Existe uma dificuldade em entrar nesses lugares e também um estranhamento. Há um choque na nossa proposta de fazer uma arte que fala diretamente à rua. De alguma forma, podemos dizer que esse lugar de primor e ostentação também é nosso. É uma chance de levar nossas reflexões a outros pontos de vista”, afirma Desali. “É a aproximação direta com a experiência da rua, em contato terno e real, realizada em lugares onde já pode haver certo vício de olhar.”

Por meio dos vídeos protagonizados pela população de rua, Fatality convida a um olhar de respeito e entendimento da realidade das pessoas que vivem nessa condição. “Na primeira observação do espaço, atentamos para aqueles que vivem no entorno do centro cultural. A ideia é romper essa ambiência, permitindo que o espaço seja ocupado por essas pessoas que convivem diariamente na localidade.”

“As pessoas devem não apenas observar, mas propor uma interação nesse espaço, transformando ideias em ações”, convoca Desali. Ele espera que os visitantes saiam da posição de observador e possam contribuir fisicamente com a instalação, levando objetos que sejam pertinentes à proposta e ao momento atual.

Inaugurada no sábado (2), a instalação fica exposta nesta segunda (4) e na quarta-feira (6). Dada a proposta de interação com o público, visitas em diferentes dias podem render experiências variadas. “Fatality estará sempre em obra. Vamos coletar vídeos diariamente, o que dará ao projeto um eterno movimento de transformação”, diz Desali.

“Será também um espaço para que o público possa se posicionar de forma simbólica e subjetiva diante desse sistema, rompendo a violência do cotidiano e colocando para fora toda a agressividade contida”, assinala o artista.

CINEMA A atuação como membro do coletivo Videoardi permite a Desali novas experiências com o audiovisual. Conhecido por transitar entre diversas linguagens – fotografia, pintura e performance –, ele envereda agora para o cinema. Trabalho, curta experimental feito com câmeras amadoras no Jardim Canadá, integrou a edição deste ano do Festival de Tiradentes.

“A partir de uma residência artística, fui desenvolvendo um vídeo mais pessoal, com imagens pictóricas. Foi uma felicidade poder sair da galeria, do cubo branco, e ir para o cinema. Esse é um filme possível de transitar entre esses espaços”, afirma.

Desali almeja um amadurecimento constante em todas as frentes de atuação. “Existe uma necessidade artística de ocupar linguagens e espaços, a fim de mostrar e aguçar gestos e repertórios de criação. O trabalho em trânsito agrega múltiplas possibilidades, sempre transformado pelas vivências do outro, pela partilha de ideias e pelas novas criações. Não ser estático é o que torna o artista mais vivo e aberto”, diz.

FATALITY
Instalação do Coletivo Videoardi. Teatro 2 do CCBB. Praça da Liberdade, 450, Funcionários. (31) 3431-9400. Visitação hoje (4) e quarta-feira (6), das 10h às 22h. Entrada franca.


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