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O berço da palavra


postado em 10/12/2018 05:04

VOTO DE CABRESTO

Uma das instituições mais anacrônicas da política brasileira, felizmente hoje em declínio. É o sistema de controle do poder político através do abuso da autoridade, da compra de votos ou da utilização da máquina pública, o chamado coronelismo, mecanismo ainda recorrente nos mais pobres rincões do país. A figura do coronel – o mandão do pedaço – era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior. O coronel era um grande fazendeiro que usava seu poder para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Cabresto tem seu berço no latim capistrum, mordaço, freio, brida. É conhecida manipulação do voto, fiscalizada por capangas do coronel. Expediente que acaba eternizando na política local uma casta ou dinastia que se perpetua durante anos, até décadas. Você sabe de quem estou falando… Símbolo do retrocesso, da violência e do privilégio de outubro tenha chegado a hora de a onça beber água nas lonjuras tupiniquins onde a nação ainda vive na idade das trevas…

PSICODÉLICO
– Adjetivo usado para designar drogas que provocam alucinação. Também se refere a cores não convencionais e à pessoa cujas atitudes chocam os mais conservadores. O berço da palavra se compõe do grego psico, alma, mente, espírito, mais del, também do grego, manifestar-se, ver, e o sufixo ico, relativo a, própria de. Psicodélico é aquilo que manifesta a alma e revela sensações interiores, geralmente omitidas. Quem adota atitude psicodélica é considerado ave rara, bicho-grilo, algumas vezes movido por drogas alucinógenas, praga que assola o mundo criando dependência em quem a consome. Neste caso, até um frade de pedra pode virar psicodélico…

ESTAFERMO – Em tempos medievais, essa palavra era  usada nos torneios de cavalaria. Era um boneco de madeira da estatura de um homem – fixo num pedestal sobre um eixo – que, numa das mãos, empunhava um escudo e na outra, um chicote. O cavaleiro partia célere em sua direção, lança em riste. Na colisão, o boneco girava em alta velocidade, o chicote revoluteava no ar e podia, ou não, atingir o cavaleiro, conforme sua perícia. A palavra tem seu berço no italiano stà fermo, está firme. Século depois, era comum o chamado “namoro de estafermo” – o namorado apaixonado ficava debaixo da janela da amada fazendo apenas sinais. Na acepção atual, a palavra designa o basbaque, a pessoa sem graça, desmazelada. Figura nada agradável, não raro frequenta nosso cotidiano, provoca constrangimento e geralmente não se manca. Alguém tem que adverti-lo da má impressão que está causando. Ô, coisa chata…

MAR DE ESPANHA –
Outra cidade de nome curioso, sobretudo por estar localizada em Minas Gerais, onde não há mar. O berço dessa denominação veio da participação de alguns espanhóis no desbravamento do Vale do Paraíba. Iam à procura de um local onde pudessem estabelecer-se e, num momento da pesquisa, encontraram um lugar de impressionante beleza onde o rio deságua num remanso, o que despertou no grupo a nostalgia de sua terra. Alguém exclamou: “Parece um mar… um mar de Espanha”. Foi o que bastou. Um dos fazendeiros adorou o nome e o colocou em sua fazenda. Mais tarde virou o próprio nome do município, hoje com quase 15 mil habitantes em intensa atividade econômica, sobretudo na área de confecções. A cidade goza de um privilégio: não tem nenhuma pessoa desempregada, singular condição e altamente vantajosa. Outro orgulho local é o desenvolvimento do turismo, aninhado nas montanhas das Alterosas e na cordialidade dos mineiros…

HAICAI –
Essa palavra, originalmente do japonês hai-kai, é uma forma poética nipônica breve, marcada pela concisão: hai, brincadeira, + kai, harmonia. São apenas três versos, o primeiro e o terceiro com cinco sílabas e o segundo com sete. Entre nós, Dalton Trevisan e Millôr Fernandes o praticam há muitos anos, mas escolhemos para você um haicai de Guilherme de Almeida, considerado o príncipe dos poetas brasileiros. Ei-lo:


INFÂNCIA
um gosto de amora
Comida com sol.
A vida
Chamava-se agora.


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