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Estado de Minas

Brinquedos de papelão estimulam a criatividade e a interação entre pais e filhos

Além da linha com oito modelos (avião, caminhão de bombeiro, casa, castelo, fazenda, nave espacial, navio pirata e robô), estúdio Mobri desenvolve outros produtos sob demanda


postado em 09/12/2018 13:00 / atualizado em 09/12/2018 14:35

Os brinquedos têm peças destacáveis e devem ser montados e coloridos pelas crianças(foto: Ana Luiza Albuquerque/Divulgação)
Os brinquedos têm peças destacáveis e devem ser montados e coloridos pelas crianças (foto: Ana Luiza Albuquerque/Divulgação)
    
É impossível não se apaixonar com os brinquedos de papelão criados pelo empresário Gustavo Nébias, dono da Mobri – Estúdio Criativo. São carrinhos, aviões, tratores, fazendas, castelos. E não apenas as crianças ficam com os olhos vidrados nas peças que estimulam a criatividade. “Fiquei impressionado como as pessoas têm olhares diferentes sobre o mesmo produto. Vários profissionais da área de educação me procuram para desenvolver materiais para oficinas em escolas. Recreadores encomendam kits para trabalhar em festas e brindes corporativos”, conta. As peças ganharam a passarela no Brazilia Trends. “O estilista Rodrigo Fraga solicitou coroas de papelão para dar um toque divertido ao seu desfile com o tema Kings of Regent Street.” O carnaval também ganhou charme com as peças do estúdio. “Produzi capacetes de papelão vikings e medievais para adultos e crianças caírem na folia”, diverte-se. Na lista de consumidores, adultos que compram os brinquedos (principalmente robô e avião) como decoração para a casa ou o escritório. Gustavo produz, em média, 300 produtos por mês. Por isso, reconhece que o maior desafio é a administração. “Trabalho sozinho e tenho que executar todas as tarefas”, diz ele, que tem na criação a sua parte favorita. Antes do negócio, o empresário passou pela escola de arquitetura, mas acabou largando o curso. Depois, fez administração de empresas, montou um restaurante e, novamente, largou. Considera, porém, que as duas experiências foram importantes. “A arquitetura mudou minha perspectiva sobre o mundo e as coisas ao meu redor. Sempre gostei de reparar nas linhas e nos detalhes da cidade e, desde pequeno, gostava muito de desenhar. A arquitetura lapidou meu olhar e me aproximou de técnicas e ferramentas de desenho. Já o curso de administração me ajudou com questões práticas do mundo corporativo: cálculo dos custos, público-alvo, posicionamento no mercado e outros conceitos que acredito serem essenciais para o bom funcionamento da empresa.”

"Para desenvolver estes brinquedos, resgatei uma criança que vive dentro de mim e me surpreendi ao ver que a mesma criança vive dentro de vários adultos" - Gustavo Nébias, empresário (foto: Ana Luiza Albuquerque/Divulgação)

Com a palavra
Gustavo Nébias, empresário

Vivemos em um mundo tecnológico. Até que ponto você acha saudável que as crianças se divirtam no mundo virtual?

Acredito que todo tipo de tecnologia pode ser benéfico às crianças, desde que não substitua o trabalho manual. Brincar é um ato simples e que não precisa estar conectado à internet ou ligado a uma tomada para acontecer. A nova geração está acostumada a receber brinquedos prontos, cheios de estímulos eletrônicos, luzes e sons. É importante reforçar a experiência de criar com as próprias mãos. Neste caso, o estímulo vem de dentro da criança. Além disso, os brinquedos muitas vezes colocam os pais para ajudar os filhos. Essa é a minha parte favorita da história: ver pais e filhos montando e brincando juntos.

O mais legal do projeto é o exercício da criatividade para as crianças. O que levou você a esse segmento? Você tinha essa preocupação em desconectar as crianças?

Sempre gostei de fazer brinquedos quando criança. Gostava muito de desenhar e de fazer arte. Mas foi a crise que me impulsionou para esse negócio. Estava em outro ramo (lanchonete e restaurante) e não estava satisfeito com meu trabalho. Criar esses brinquedos era uma válvula de escape para me livrar do estresse. Certo dia, minha esposa e uma amiga me incentivaram a criar um perfil nas redes sociais para ver o resultado.

Como é seu processo criativo? Qual o modelo que deu mais trabalho e qual o seu preferido?


Normalmente, tenho hábitos noturnos e funciono a base de música. Iniciei com oito modelos (avião, caminhão de bombeiro, casa, castelo, fazenda, nave espacial, navio pirata e robô) e, atualmente, crio sob demanda. O que mais me deu trabalho foi o castelo, devido ao tamanho e à quantidade de detalhes. Acho que o meu favorito é o avião, pois foi o primeiro que desenvolvi.

A boa repercussão dos brinquedos junto ao mercado e ao público foi surpreendente para você?

Foi muito surpreendente. Para desenvolver estes brinquedos, resgatei uma criança que vive dentro de mim e me surpreendi ao ver que a mesma criança vive dentro de vários adultos que também curtem os brinquedos. A resposta foi muito rápida. Uma semana após anunciar nas redes sociais, já fui convidado para participar de umas das maiores feiras de design do país, em São Paulo. Desde então, a demanda não parou de crescer. Meus clientes são adultos e crianças que curtem montar e customizar seu próprio brinquedo. Pessoas que fogem do excesso de tecnologia e se preocupam em utilizar um material biodegradável, sustentável e original. Além de pessoas físicas, também atendo escolas e grandes empresas (Vale, Fundação Torino, Cultura Inglesa), que solicitam material para decoração de eventos, kits para oficinas e brindes corporativos personalizados.

Em meio à era tecnológica, brinquedos de papelão estimulam a criatividade e são utilizados como ferramentas educativas nas escolas (foto: Ana Luiza Albuquerque/Divulgação)
Em meio à era tecnológica, brinquedos de papelão estimulam a criatividade e são utilizados como ferramentas educativas nas escolas (foto: Ana Luiza Albuquerque/Divulgação)

Como funciona a linha de produção?

No início, produzia em casa, cortando os produtos com ferramentas manuais. Antes de fazer qualquer investimento, procurei um espaço compartilhado (uma Oficina Maker em BH) para testar novos produtos e verificar a demanda. Foi a melhor opção começar dessa forma. Pude testar o mercado antes de investir em maquinário. Hoje, o espaço não atende mais nossa capacidade produtiva. Alugamos nosso próprio espaço e investimos em maquinário para aumentar a produção em 2019.

Quantas pessoas trabalham juntas e qual a sua função na empresa?

Ainda trabalho sozinho. Faço desde a criação até a entrega. Contrato freelancer para me ajudar quando tenho grandes encomendas, mas tenho planos de contratar ajudantes fixos no ano que vem.

Instagram (
@mundomobri) e facebook (mundomobri) são únicos contatos com o público?
No momento, sim. Estamos reformulando o site e em breve ele entrará no ar. As pessoas podem encontrar meus produtos em lojas em BH, São Paulo e Curitiba (Museu Oscar Niemeyer), e também encomendar pelas redes sociais.


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