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Terror mostra as garras


postado em 06/12/2018 05:05

O segredo de Davi: serial killer brasileiro(foto: Parakino/Divulgação)
O segredo de Davi: serial killer brasileiro (foto: Parakino/Divulgação)

Desde que Zé do Caixão lançou À meia-noite levarei sua alma, em 1964, o terror caminhou a passos lentos no cinema brasileiro. Nos últimos anos, porém, ele saiu das sombras graças à ousadia de jovens diretores.

Com propostas variadas, algumas mais escrachadas e outras mais sóbrias, a nova safra compartilha a presença de artistas de destaque na TV, sangue, morte, sustos e outros recursos da narrativa de horror. Há algumas semanas, estreou O segredo de Davi. Em cartaz no Estação 2, em BH, a trama enigmática envolvendo um serial killer marca a estreia de Diego Freitas na direção de longas. O filme participou do Festival de Montreal.

Em 2018, chegaram às salas a história de lobisomem As boas maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, estrelado por Marjorie Estiano e premiado nos festivais do Rio e de Locarno, na Suíça, e o thriller assustador Animal cordial, de Gabriela Amaral Almeida, com Murilo Benício.

O boom dos últimos anos inclui O rastro (2017), de J.C. Feyer, Motorrad, de Vicente Amorim, O nó do diabo (2017), dirigido por três cineastas da Paraíba e pelo mineiro Gabriel Martins, e Condado macabro (2015), de Marcos DeBrito e André de Campos Mello. Em breve, a lista terá Morto não fala, de Dennison Ramalho, com Daniel de Oliveira, e O juízo, de Andrucha Waddington, com Fernanda Montenegro e Lima Duarte.

Há mais de 10 anos na batalha, o capixaba Rodrigo Aragão acredita que chegou a vez de o Brasil e a América Latina se destacarem, até por seu potencial cultural. “O cinema de terror tem ciclos. Houve um momento da Inglaterra, na década de 1970, os norte-americanos dominaram os anos 1980 e 90, o terror japonês fez sucesso a partir do início de 2000. Está se aproximando o ciclo latino-americano. É um continente com muitas lendas e fábulas, mas nunca explorou seu imaginário”, explica.

“O mercado internacional está sem ideias originais, o grande número de remakes prova isso, e a América Latina é um continente pouquíssimo explorado em suas lendas”, reforça Aragão. “O jovem de hoje tem uma vantagem sobre a minha geração: a democratização do equipamento, câmeras mais baratas, celulares que filmam em 4K”, afirma. E aconselha: “Cante sua aldeia e encantará o mundo. Quanto mais regional você for, mais universal será seu trabalho”.

IMITAÇÃO Aragão lembra que seus filmes sempre tiveram aceitação maior no exterior. “Muito por meu regionalismo, música, cenário. Isso se torna um atrativo para quem está lá fora. A gente não deve tentar imitar filmes americanos ou de outro lugar”, defende o realizador, de 41 anos.

O capixaba faz um alerta a quem pensa em filmes de terror e suspense apenas como carnificina cenográfica, com monstros e figuras apavorantes. “Fantasia é uma ótima maneira de fazer o público pensar em sua realidade”. Em seus filmes, ele aborda crimes contra o meio ambiente no Espírito Santo e também o extremismo religioso, muito presente em A mata negra. “Isso torna o cinema de gênero tão perseguido e, ao mesmo tempo, tão fascinante. Não é fácil de fazer: ou você sente medo assistindo ou não sente. Resumindo, não há meio-termo”, conclui.


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