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Velhice é um saco


postado em 15/11/2018 05:05


O problema de ser curiosa sobre todo tipo de doença é que a avaliação de qualquer mudança física acende um sinal de alerta. A idade é responsável por esse tipo de cuidado e, no cotidiano, pago caro por esse conhecimento. Pior de tudo: não é só a idade que desperta a atenção redobrada aos sinais emitidos pelo corpo. Muita gente enfrenta um problema sério: a cabeça funciona num segmento e o corpo no outro. Resultado: pode surgir um descontrole que a avaliação leiga não consegue avaliar.

Não tenho medo de doença, tampouco da morte, mas é claro que busco a avaliação de sintomas sempre que percebo alguma alteração física. Meses atrás, procurei o craque neurologista Francisco Cardoso – o único latino-americano que faz parte da sociedade de neurologia do Japão. Recebi dele uma avaliação que não conhecia: a modificação de minha marcha é resultado de um problema que se chama ataxia sensorial, que começa nos pés. A recomendação foi uma série de exercícios. Mas quem disse que sigo? Sou renitente desde sempre.

Esta semana, fiquei sabendo de outra doença que não conhecia. Parece Parkinson e Alzheimer, mas não é nem uma nem outra. Trata-se da hidrocefalia de pressão normal, ou HPN, doença cerebral causada pelo acúmulo de líquido dentro das cavidades cerebrais, os conhecidos ventrículos. Para especialistas no assunto, como Fernando Gomes Pinto, diretor da Sociedade Brasileira de Neurologia, esses sinais podem ser classificados como um tipo de demência, mas ela se diferencia das outras pela possibilidade se ser totalmente reversível se for diagnosticada e tratada rapidamente ou no período de dois anos.

O declínio das funções do cérebro faz parte do processo natural de envelhecimento. Por isso é importante atenção aos sinais em pessoas com mais de 60 anos – faixa etária em que há mais registros desse tipo de doença. Os sinais são compostos de três distúrbios: apraxia de marcha (existe força nos membros inferiores, mas dificuldade de executar plenamente a marcha, que fica com pequenos passos); demência, que é o comprometimento das funções executivas, presença da lentidão mental e dificuldade de memorizar fatos recentes; e, vejam só, incontinência urinária, a perda de controle da micção e, em alguns casos, da evacuação.

A doença foi descrita há cerca de 50 anos pelo neurocirurgião colombiano Salomón Hakim, depois de observar que pacientes com hidrocefalia sem hipertensão intracraniana apresentavam melhora neurológica quando submetidos à punção de líquor lombar ou à derivação ventrículo-peritoneal para aliviar a pressão do cérebro causada pelo acúmulo de líquido.

De acordo com o especialista, ainda não há estatísticas sobre a incidência e prevalência da HPN, pois falta consenso universal relacionado às etapas do diagnóstico. Ocorrem também subdiagnósticos e diagnósticos errados, principalmente quando as características tríplices não se manifestam ao mesmo tempo.

Cerca de 95% dos pacientes portadores de HPN têm dificuldade para andar, mas 52% evidenciam a tríade clínica completa. No Brasil, cerca de 11 mil novos casos poderiam ser diagnosticados por ano, mas isso não ocorre por desconhecimento tanto por parte dos profissionais da saúde quanto da população.


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