Os irmãos Max e Iggor Cavalera, fundadores do Sepultura – ícone do heavy metal mundial, banda criada em 1984 em Belo Horizonte –, vão se apresentar nesta quarta-feira (31) na capital mineira. A última vez em que a dupla esteve por aqui foi em 2016, comemorando os 20 anos de Roots, disco emblemático do grupo. Uma das faixas era a impactante Itsári, que contou com a participação de índios xavantes.
Agora, a dupla inicia por BH a turnê que relembra dois outros álbuns clássicos: Beneath the remains, lançado em 1989, e Arise, em 1991. Marc Rizzo, guitarrista do Cavalera Conspiracy, é o convidado especial do giro latino-americano.
Os irmãos também vão se apresentar em Vila Velha (ES), São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS), antes de seguir para Argentina, Uruguai, Chile, Costa Rica, Colômbia e México, entre outros países.
Já faz muito tempo – 34 anos –, mas Sepultura e os irmãos Cavalera continuam “lendas” da cena cultural de BH, mesmo que desavenças tenham colocado fim à formação original da banda. Hoje, o grupo é formado pelo guitarrista Andreas Kisser, um dos fundadores do grupo, o vocalista norte-americano Derrick Green, além do baterista Eloy Casagrande e do baixista Paulo Jr., também da formação original.
SANTÊ Certamente, será uma noite de muita emoção – Max e Iggor acertaram as diferenças, deixaram as rusgas de lado e têm carreira internacional, mas, de certa forma, ainda são rapazes do Bairro Santa Tereza, onde passaram boa parte da infância e da adolescência com a mãe, Vânia.
Conta outra lenda que até Solange Borges – irmã de Lô e Márcio, fundadores do Clube da Esquina – deu uma forcinha para eles. As famílias eram vizinhas em Santê. Ela percebeu que a guitarra dos garotos Cavalera estava “meio” fora do tom e foi lá afiná-la...
As histórias de Santa Tereza ficaram no século 20, quando o Sepultura pôs BH no topo da cena do heavy metal. Agora, é a vez das empreitadas dos irmãos. Max criou a banda Soulfly, brilhou em Cavalera Conspiracy (com Iggor) e formou também a banda Killer Be Killed. Iggor chamou a atenção com o projeto MixHell.
Estrelas desta quarta-feira, os discos Beneath the remains e Arise foram fundamentais para a cena do metal na América Latina, consolidando o mercado para esse gênero musical, além de chamar a atenção do mundo para o talento dos irmãos brasileiros.
Em depoimento ao site Scream & Yell, Iggor relembra a importância do aclamado produtor Scott Burns para Beneath. Inclusive, ele corrigiu o “inglês macarrônico” dos rapazes de Santê. A crítica pôs esse álbum do Sepultura no mesmo patamar de trabalhos das consagradas Slayer e Metallica.
Quanto ao show da nova turnê, Iggor Cavalera revelou ao Scream & Yell que planejou uma interpretação “monstro” de Infected voice, faixa que, segundo ele, “passou batida” no disco Arise. É aquela história: quem sabe faz ao vivo...
MAX E IGGOR CAVALERA
Mister Rock. Av. Tereza Cristina, 295, Prado. Nesta quarta-feira (31), a partir das 20h. Pista: R$ 220 (inteira/2º lote) e R$ 130 (meia/3º lote). Camarote open bar: R$ 200 (2º lote). Informações: goo.gl/SKJbSf.