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Estado de Minas CLIMA

Um 2020 marcado pela fúria da natureza

ONU alerta para a ocorrência de eventos climáticos extremos neste ano e também nas próximas décadas devido ao recorde das temperaturas no mundo de 2010 a 2019


postado em 16/01/2020 04:00 / atualizado em 15/01/2020 22:32


Incêndios na Austrália assustaram, com trágico balanço de 28 pessoas mortas, além de animais, 2 mil casas destruídas e 100 mil quilômetros quadrados arrasados pelo fogo (foto: Saeed Khan/AFP)
Incêndios na Austrália assustaram, com trágico balanço de 28 pessoas mortas, além de animais, 2 mil casas destruídas e 100 mil quilômetros quadrados arrasados pelo fogo (foto: Saeed Khan/AFP)



A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou, ontem, o inexorável aquecimento global da Terra, caracterizado pelo aumento de eventos climáticos extremos. Os anos de 2010 a 2019 foram os mais quentes já observados no mundo, alertou a instituição. “Infelizmente, esperamos ver muitos eventos climáticos extremos em 2020 e nas próximas décadas, alimentados por níveis recordes de gases de efeito estufa, que retêm calor na atmosfera”, disse o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, por meio de comunicado.

A OMM acrescentou que suas análises confirmam a informação fornecida pelo monitor climático da União Europeia na semana passada, que mostra que o ano passado foi o segundo período mais quente, depois de 2016. Não há bons ventos para 2020. “O ano de 2020 começou aí onde 2019 terminou, com acontecimentos meteorológicos e climáticos de forte impacto”, como na Austrália, que “experimentou em 2019 seu ano mais quente e mais seco já registrado”, acrescentou.

O calor recorde “preparou o terreno a imensos incêndios que foram muito devastadores” na grande ilha continente, apontou o comunicado da OMM. Segundo o balanço oficial da instituição, esses incêndios provocaram a morte de 28 pessoas, destruíram mais de 2 mil casas e queimaram área de 100 mil quilômetros quadrados, maior do que a superfície da Coreia do Sul, e perturbaram as classificações do Aberto da Austrália.

As temperaturas médias desses cinco e 10 últimos anos, respectivamente, foram as mais elevadas já registradas no planeta. Desde os anos 1980, cada década foi mais quente do que a anterior, segundo a OMM, que acredita que essa tendência continuará.

Segundo a agência especializada da ONU, a temperatura mundial anual em 2019 superou em 1,1°C a média registrada na época pré-industrial (1850-1900). “Segundo a trajetória atual das emissões de dióxido de carbono, nos dirigimos a um aumento da temperatura de 3 a 5 graus Celsius até o final do século”, advertiu Taalas.

Aquecimento 

O Acordo de Paris de 2015 busca limitar o aquecimento a 2°C adicionais ou 1,5°C, mas mesmo se os cerca de 200 países signatários respeitarem seus compromissos de redução de gás com efeito estufa, o aquecimento poderá superar os 3°C. Os cientistas já demostraram que cada meio grau a mais aumenta a intensidade ou a frequência de cânulas, tempestades, secas ou inundações.

Apesar dessa constatação, a conferência climática da ONU (COP25), celebrada em dezembro, em Madri, não esteve à altura da urgência climática, uma chance perdida, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, que pede mais ambição na luta contra o aquecimento.

O aquecimento climático preocupa a ONU, pois as temperaturas recordes não são o único problema enfrentado pela comunidade internacional. Derretimento de geleiras, níveis marítimos recordes, acidificação e aumento do calor dos oceanos, condições meteorológicas extremas são alguns dos fenômenos que caracterizaram a década passada.



FENÔMENO

3 a 5

graus Celsius. É o nível de aquecimento esperado no planeta
 


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