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A idade não define mais quem ela é

Pesquisas históricas dão conta de que a mulher madura de hoje é precursora na quebra de padrões. Um deles é não se intimidar mais com o passar do tempo e se gostar no espelho


postado em 10/03/2019 05:05

Maitê Proença em foto para campanha da marca de cosméticos Reload: exemplo de mulher bem posicionada no mundo, que se destaca em seu campo de atuação(foto: Arquivo pessoal)
Maitê Proença em foto para campanha da marca de cosméticos Reload: exemplo de mulher bem posicionada no mundo, que se destaca em seu campo de atuação (foto: Arquivo pessoal)

Economista concursada de uma grande companhia mineira, Waldênia Gomes Cabidelli passou o aniversário de 50 anos como planejou: em uma viagem a Verona, na Itália, terra de origem do romance mais famoso do mundo, Romeu e Julieta. Em meio ao cenário romântico, ela, que não se casou, reafirmou um dos valores que carrega consigo: ser uma pessoa aberta para se apaixonar. A maturidade chega com outra premissa, a de não idealizar o príncipe encantado ou perder tempo com histórias sem final feliz. “Não me prendo mais ao que não vale a pena e não acumulo traumas desnecessários. Estou sempre pronta para recomeçar e adoro a sensação de descoberta de um novo relacionamento”, diz, liberta de rótulos, sobre a própria forma de lidar com as expectativas em relação ao amor.

O trecho ilustra a forma como a mulher do século 21 tem encarado o passar dos anos de forma bem resolvida e passeando pela quebra de velhos padrões e tabus. Na sociedade ocidental de alguns anos, casar ou “ficar pra titia” pareciam ser a única opção para o sexo que vem se revelando nada frágil com o passar do tempo. A reboque de novas conquistas e opções de vida, mesmo a chegada à maturidade é tema que tem se revelado menos dramático: diante da expectativa de maior longevidade, a fase pós enta (dos 40 aos 99 anos) não é mais encarada como período de decadência e passagem para a finitude. Muito pelo contrário. “A mulher que chega ao século 21 na casa dos 50+ está descobrindo que o aumento da expectativa de vida da população abre um leque de possibilidades para sua vida. Percebe que ela pode se reinventar e ter planos, independentemente da idade. A perspectiva de mais tempo lhe permite dar continuidade aos seus objetivos ou até mesmo criar novos. Ela vislumbra o futuro com mais otimismo”, reflete Waldênia.

CHEGAR ALÉM Corrobora a fala da economista a psicóloga Valmari Aranha, diretora da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). “Experimentamos uma mudança de comportamento social dessa mulher, que vem assumindo novos papéis. Antes, educada para se casar precocemente aos 20, hoje ela tem inúmeras opções de papéis e de escolhas. Além disso, ganhou tempo com a expectativa de longevidade e tem aproveitado a oportunidade para ir cada vez mais além. Ela paga as contas, faz as próprias escolhas e busca a sua melhor versão”.

De frente ao espelho, Waldênia também se sente bem, obrigada. Tanto que ainda não recorreu a nenhuma cirurgia plástica. “Essa mulher está aprendendo a ‘se aceitar’. Não estou falando em deixar tudo despencar (sorrisos), mas de estar bem com a imagem que lhe agrada, e a mais ninguém. Ela não entra em pânico com o envelhecimento ou a perda da juventude. Lança mão de procedimentos que deixam a aparência mais saudável, jovial, viçosa – afinal, os avanços das pesquisas em cosmetologia estão aí para nos beneficiar. Mas, de forma alguma, querem exagerar ou parecer com uma boneca de cera sem expressão. Uma manutenção aqui e ali é superaceitável. Porém, o importante é que fique o mais natural possível, porque acho que a maioria aprendeu, sim, a curtir a sua idade.”

NADA CARICATA Nos consultórios de dermatologia, a beleza madura também é celebrada, conta o médico Bruno Vargas. “É claro que a mulher nessa idade entra no climatério, com um declínio acentuado na produção de hormônios femininos. A perda do estrógeno leva a uma série de perdas físicas, tanto da pele quanto no envelhecimento do próprio corpo, como osteoporose, perda da libido, diminuição do vigor físico, perda de colágeno, desidratação da pele e outros. Mas essa nova mulher procura tratamentos estéticos para melhorar a qualidade da pele, para se manter mais jovem, com disposição e energia. Completamente diferente das mulheres de décadas atrás, que já chegavam aos consultórios para reparar os danos da idade”, analisa.

Waldênia pontua: “Acredito que a beleza caricata, que leva à obsessão pela juventude, balizada em modelos antes estereotipados pela indústria da moda, padrões irreais conseguidos à base de Photoshop, não atrai mais a atenção dessa mulher madura. A beleza real para ela é o conjunto da obra, mulheres que são modelos de vida, que, além da estética agradável aos olhos, têm postura e sabedoria, e muitas vezes isso inclui ter ‘a si mesma’ como modelo”.


“Acredito que a beleza caricata, que leva à obsessão pela juventude, balizada em modelos antes estereotipados pela indústria da moda, padrões irreais conseguidos à base de Photoshop, não atrai mais a atenção dessa mulher madura”
Waldênia Gomes Cabidelli,
economista

Experimentamos uma mudança de comportamento social dessa mulher (...) Antes, educada para se casar precocemente, hoje ela tem inúmeras opções (...) Ela paga as contas, faz as próprias escolhas e busca a sua melhor versão”
Valmari Aranha,
psicóloga


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