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Estado de Minas

Ave delicada, codorna alcança estrelato em Minas

Plantel mineiro retomou crescimento em 2016, a despeito da sensibilidade do bicho e de cuidados necessários com a nutrição e o ambiente. Demanda de ovos puxa a expansão


postado em 16/10/2017 06:00 / atualizado em 16/10/2017 08:15

Para uma criação bem-sucedida, o tratador é que tem de se adaptar às codornas e evitar qualquer alteração no ambiente (foto: Didi Rodrigues/Esp. EM/D.A Press - 31/1/08)
Para uma criação bem-sucedida, o tratador é que tem de se adaptar às codornas e evitar qualquer alteração no ambiente (foto: Didi Rodrigues/Esp. EM/D.A Press - 31/1/08)

A crescente demanda pela alimentação fora de casa, principalmente nos centros urbanos, tem sido o impulso para a expansão da oferta de ovos de codorna. Nessa onda, o plantel da ave vem ganhando espaço ano a ano e Minas Gerais confirma lugar de destaque na produção nacional, mantendo a terceira posição em volume de ovos e aves. No entanto, a coturnicultura – nome a dado à criação de codornas –, exige muitos cuidados e dedicação. Os animais são tão sensíveis que uma simples mudança no tratador percebida pelo bicho pode provocar queda da produção.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IIBGE), divulgados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), indicam que o plantel mineiro participa com 10,4% do total de cabeças no país. Os números de 2016 contabilizam mais de um milhão e meio de aves. Até 2014 o rebanho vinha crescendo, mas sofreu queda por dois anos consecutivos – 2014 e 2015 -, tendo voltado a reagir no ano passado. Agora, a expectativa é de que essa tendência se mantenha.

Curso oferecido pelo Senar/MG ensina técnicas que vão do preparo do galpão de cria ao planejamento da produção (foto: Célia Oliveiera/Divulgação)
Curso oferecido pelo Senar/MG ensina técnicas que vão do preparo do galpão de cria ao planejamento da produção (foto: Célia Oliveiera/Divulgação)
Para João Ricardo Albanez, superintendente de Abastecimento e Economia Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), o consumo dos ovos da codorna tem impulso determinante para o aumento do plantel. “A busca da população por alimentos mais saudáveis gera aumento do consumo”, destacou. Esse movimento também é percebido pelo produtor José Antônio, dono de criatório em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo ele, o destaque conquistado pelo produto na gastronomia tem incentivado o setor. “Nos últimos três anos houve uma queda, principalmente por causa do preço da ração, mas o consumo de ovos aumentou e este ano o setor tem dados sinais de que começa a reagir”, observa.

Quando levada em consideração a produção de ovos de codorna, Minas Gerais tem participação ainda maior. No ano passado, o estado produziu 37 milhões de dúzias e passou a participar com 13,6% da produçãpo nacional. O resultado só perdeu para São Paulo, com 83,2 milhões de dúzias e 30,4% de participação no mercado, e o Espírito Santo, que ofertou 61,8 milhões de dúzias e arrebatou 22,6 % de participação. Em 2015, a oferta mineira avançou para 35,5 milhões de dúzias.

Diante da tendência de aumento da produção, o superintendente da secretaria de Agricultura destaca a necessidade de os produtores adotarem alguns cuidados. A qualidade genética do rebanho é um dos fatores fundamentais para garantir que todo o potencial produtivo possa ser alcançado. Além disso, ele destaca cuidados com a nutrição e a garantia de um ambiente adequado para a ave. “Genética boa, alimentação que atenda às exigências e o ambiente adequado. Essas diretrizes contribuem para bons índices de produtividade”, considera João Ricardo Albanez.

O produtor José Antônio acrescenta que, por ser muito sensível, a ave precisa se familiarizar com as pessoas responsáveis pelo trato na fazenda e que o recomendável é evitar alterações no ambiente. “A pessoa tem que se adaptar a codorna e não a codorna se adaptar a pessoa. O cuidador tem que verificar o horário da alimentação, a quantidade, manter a água sempre limpa. É muito importante evitar o movimento de pessoas estranhas”, disse. Ele alerta para um comportamento que pode ser bastante prejudicial. “Há alguns produtores que usam ração de galinha para alimentar as codornas, porque é mais barato. Mas isso não pode acontecer”, destaca.

PARA COMEÇAR Aos novatos na atividade, José Antônio afirma que cerca de 500 cabeças é um bom número para o plantel inicial. Segundo ele, cada gaiola usada nos criatórios abriga, em média, 27 codornas. No entanto, esse número pode variar dependendo do modelo utilizado pelo produtor. “Esse número é importante para que o interessado em produzir vá tendo uma espécie de laboratório e com essas experiências amplie aos poucos a produção”,  observa. Ele recomenda, ainda, que os empreendedores participem de cursos e se informem antes de fazer a opção pela criação de codornas. O sistema SENAR Minas (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) oferece o curso voltado à criação, ensinando técnicas e cuidados que devem ser adotados desde o preparo do galpão de cria e recria até o planejamento da produção.

RAIO-X
 
Distribuição do plantel mineiro em 2016

Região                                    Em 1 mil cabeças
Sul                                            932
Centro-Oeste                            560,1
Triângulo                                     44,2
Central                                        14
Zona da Mata                              13,8

Município 
                                Em 1 mil cabeças
Perdões                                       545
Itanhandu                                    417,9
Lavras                                         350
Jesuânia                                        50
Pouso Alto                                     45


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