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Estado de Minas MAIS LEVE

A felicidade existe

Se você quer ter uma vida diferente, é preciso começar a ter atitudes diferentes. Lagarta que não sai do casulo não vira borboleta


06/02/2022 04:00 - atualizado 03/02/2022 12:48

Ilustração
Passar momentos com os filhos, em família, é felicidade (foto: Ilustração)

 
A felicidade existe. Posso garantir que sim. Agora mesmo, a caminho de vir para o computador com o objetivo de escrever a coluna Mais Leve, ganhei um abraço do meu caçula.

Abraço verdadeiro, longo, apertado. Bernardo sempre foi bem ‘abraçante’, como ele mesmo definiu com essa palavra inventada. Em seguida, veio a segunda surpresa daquela manhã feliz.
 
Quando sentei em frente ao PC, o filho mais velho passou pelo corredor e me viu de relance. Parou, entrou pela porta do escritório e me deu um beijinho de lado, assim distraído, como quem não quer nada. Em seguida, o adolescente saiu pela mesma porta que entrou sem dizer o motivo do gesto de carinho.
 
Nem precisava explicar. Ele estava feliz. O irmão dele também. Vou dizer uma coisa: nada faz uma mãe tão feliz quanto ver os filhos felizes.

As férias escolares foram surpreendentemente alegres, mesmo sob a ameaça de novo confinamento devido ao avanço do Ômicron. Minha casa parecia blindada contra a energia negativa. Isola três vezes na madeira. Toc, toc, toc.
 
Como eu ia dizendo, meus meninos estão bem. O Eduardo desencantou no violão, que estava parado há três anos. Quase coloquei no prego o instrumento, que ficava a um canto do quarto dele, pegando poeira. Agora, ele tem tocado dia e noite, treinando a execução de músicas novas, que aprende sozinho lendo partituras na internet.
 
Já o Bernardo passa o dia cantando (até pediu para fazer aula de canto). Também começou a desenhar quadrinhos de um personagem duvidoso. Uma certa rosquinha que se transforma em super-herói. Ou algo assim.
 
A inspiração surgiu após o menino ler a coleção inteira do Nate. Logo ele que não era muito de ler, ao contrário do irmão, devorador de livros desde cedo. Não é o paraíso para as mães ver os filhos gostando de ler?
 
Confesso que já estava me preparando para ter um janeiro desafiador. Iria encarar um pré-adolescente e um adolescente zumbificados pelo celular, o dia inteirinho com os olhos grudados na tela.
 
Essa era a nossa realidade em 2020, no primeiro ano da pandemia. Eu e o meu marido encaramos dois jovens revoltados com a aula on-line, ansiosos e com pavor de colocar os pés na rua. Estavam tristes, com saudades dos amigos e da liberdade. Era difícil arrancar um sorriso deles por debaixo da máscara.
 
Pedi muito a Deus para que eu conseguisse ajudar os meus filhos. Precisei fazer esforços para transformar a energia da nossa casa. Ir a retiros espirituais e investir em meditações, terapia do riso e exercícios físicos diários.  Ser mais alegre e grata, até aos obstáculos.
 
Se uma mãe está bem, os filhos dela também estarão felizes. Segundo minha mestra, o único legado que uma mãe pode deixar para seus filhos é garantir a eles estabilidade emocional dentro de casa. O restante – um bom colégio, escovar os dentes, roupas limpas, ser educado – é relativamente fácil.
 
Já uma dor, um trauma de infância, pode deixar marcas para o resto da vida.  É claro que há dias melhores com os filhos e outros que não tão bons. Nem tudo são sorrisos. Há dias de portas e caras fechadas. Há ganhos, mas também perdas de pessoas próximas, de parentes, de amigos.
 
Se você quer ter uma vida diferente, é preciso começar a ter atitudes diferentes. Lagarta que não sai do casulo não vira borboleta. É um desafio, ou melhor, uma busca, tentar pegar leve em 2022. Vale a pena. Volto à primeira frase do texto:  a felicidade existe

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