A gente procura manter a positividade e custa a soltar uma manchete desta. Muitas vezes, propositalmente, tenta até mesmo tratar a fase ruim com naturalidade e esperar que as coisas mudem.
Mas há um limite para isso. E, agora, depois da derrota para o Botafogo no domingo, ficou muito claro: o Brasileirão de 2023 é um campeonato para evitar queda, e ponto final. Não há mais que almejar e não há tempo para lamentar.
Uma praticamente já sacramentada despedida da Sul-Americana alerta ainda mais para a situação: é necessário pensarmos apenas na Série A.
Um rebaixamento é tão fora dos planos que pode colocar a perder um projeto de anos, com queda abrupta de receita, patrocínio, cotas de TV, plantel e de todos os projetos da marca e eventual SAF.
Precisamos entender onde estamos nesta confusão: somos um dos piores times do campeonato, com um plantel meio bagunçado e um time sem padrão de jogo. Mudanças em todos os jogos e já nem sabemos mais quem é titular.
A cada partida, um ataque diferente, uma defesa nova, um sistema alternativo. Não há time que aguente uma competição como o Brasileiro nesta falta de coerência e constância.
Há poucos times frágeis neste ano, e muitos grandes que subiram para não cair. O próprio Cruzeiro, por exemplo, dá indícios claros de que não cai, assim como o Grêmio de Luis Suárez.
Estamos com a corda no pescoço e a recuperação precisa ser jogo a jogo, com um retorno urgente às nossas origens. Acredito que, por mais que um time não esteja dando resultados, de nada adianta que ele tenha diversas versões e possibilidades a cada confronto.
Fica parecendo uma equipe de pelada, aleatória, e os jogadores passam a não se acostumar ao estilo dos companheiros, a cada jogo precisando adaptar.
Sendo bem franco, que saiamos de vez da Sul-Americana para poder focar no Brasileiro e não deixar que o fantasma do rebaixamento nos incomode até o final. Ainda há tempo, mas a situação já está em sinal vermelho.
Copa do Brasil
E, falando em vermelho, o que nos dá um alento é a passagem de fase na Copa do Brasil, superando o colorado gaúcho na disputa de pênaltis. É um combustível que traz fôlego e otimismo. Porém, não adianta muito nos iludirmos.
Os adversários próximos estão há anos-luz de distância e vai ser muito difícil sustentar uma boa Copa. O que não podemos mesmo é esquecer do Brasileirão.
Em julho, estou de volta, depois de um período necessário de férias, e espero poder contar esta história de superação aqui, como tantas vezes o América conseguiu fazer. Um abraço, nação.