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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Imagina quantas vezes nós já fomos feitos de bobos pela máfia das apostas

"Torcedor gasta dinheiro, tempo e muita saúde mental para sofrer, vibrar, chorar e sorrir pelo seu time, enquanto picaretas esculacham a paixão nacional"


18/05/2023 04:00 - atualizado 17/05/2023 20:47
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Torcida do América no Independência
Torcida paga caro pelo ingresso e pode estar sendo enganada por jogadores e outros personagens do futebol envolvidos na manipulação de jogos (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)


A fase do América é tão ruim (depois de uma goleada vexatória para o Cruzeiro), mas eu garanto: existe coisa pior que isso. E sabe qual é? Você ser feito de bobo enquanto investe tempo, dinheiro e emoção em futebol.

É estarrecedor, e aqui não citarei nomes, como normalizamos o absurdo no Brasil. Jogadores que comeram o pão que o dia amassou, com toda dificuldade do mundo, e chegaram aonde chegaram, para jogar tudo para o alto, por ganância. Pessoas que já ganham muito bem.

O pior disso tudo não é só a queda na carreira de quem escolhe fazer isso, que certamente vai ladeira abaixo. O mais grave é pensar em quantas vezes nós, meros torcedores, fomos enganados e passamos raiva sem precisar passar. Tudo por conta de um sistema corrupto.

É verdade que a roubalheira no futebol sempre existiu, principalmente contra o América, demasiadas vezes prejudicado pela federação local, pela arbitragem e até mesmo sabotado pela grande mídia. É claro que já sofremos isso há tempos e somos calejados. Não é novidade.

Mas revolta imaginar que, com toda tecnologia e informação, existam ainda esquemas assim, tão escusos e obscuros, que mancham o esporte e acabam tirando a autoridade e credibilidade de quem faz o correto (e sim, tem muita gente boa ainda, como quero crer).

Depois que os escândalos estouraram, eu só confirmei algo que já sentia: se num país que se rouba até em cima de vacina de criança, pensão de idoso carente e aparelho de UTI, é claro que no futebol também haveria corrupção. Isso até já sabíamos há um tempo.

O problema é imaginar que alguns jogadores (que felizmente são minoria) acabam fazendo isso mesmo ganhando fortunas mensais, se formos comparar ao trabalhador médio brasileiro.

É triste constatar que tem gente que separa R$ 100 para ir ao estádio, e esse dinheiro pesa no orçamento do mês, às vezes até na alimentação, para ver um jogo que pode estar com carta marcada. Tudo isso para passar uma raiva desnecessária por conta de lances fabricados.

Depois dessa, a ilusão caiu muito por terra. Aliás, é de se repensar tudo. É de se repensar o quanto gastamos, principalmente, sendo a audiência fiel e o público consumidor de partidas que podem estar já esquematizadas.

Sofrer com o América já está duro. Agora, sofrer com este escândalo é para desanimar do futebol, quase que de forma definitiva. Mas espero que não. Resta aos atletas do bem, dirigentes, federações e arbitragem se unirem para criar uma espécie de comissão da verdade, para garantir o direito de o torcedor não ser enganado.

Isso tudo está cheirando tão mal que acabou em CPI, que, tomara, não acabe em pizza. Que Deus proteja quem é de boa fé. O futebol respira por aparelhos.



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