Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Bolsonaro é o Justo Veríssimo da vida real: 'quero que o pobre se exploda'



Jair Bolsonaro - o verdugo do Planalto - é uma espécie de, digamos, personagem de si mesmo. Por profunda ignorância, extremo déficit cognitivo e mera psicopatia, o amigão do Queiroz (miliciano que abasteceu a conta da primeira-dama com 90 mil reais em cheques) vive aprisionado em ‘verdades’ e conceitos imutáveis.





No labirinto em que se meteu, o devoto da cloroquina já não distingue realidade de fantasia, e como encontra apoio farto e aplauso fácil na bolha de semelhantes e fanáticos que o têm como ‘mito’, segue na mais profunda sanha preconceituosa, obscurantista, homicida e cruel que um governante já demonstrou por aqui.

HUMOR

Talvez muitos não conheçam, ou não se lembrem, ou apenas ouviram falar de um dos maiores comediantes da TV brasileira de todos os tempos. Sim. Pode parecer mentira, mas houve uma época em que assistíamos televisão - em família, eu juro!! - e havia programas geniais de humor: Os Trapalhões, Viva o Gordo, Chico City…

A vida sem os smartphones e as redes sociais era culturalmente rica e farta. Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, Chico Anysio (1931-2012), é o comediante a quem me refiro no parágrafo anterior. Autor e intérprete de personagens históricas, como o deputado Justo Veríssimo, Chico penetrava fundo nas entranhas da sociedade . 

ODEIO POBRE

Justo Veríssimo - pesquisem os vídeos no Youtube - era simplesmente sensacional - como personagem, é claro. Representava fielmente os políticos à época (eu disse à época?), sobretudo os 'coronéis' da política nordestina. E com uma sinceridade dilacerante, sempre dizia: ‘odeio os pobres; quero mais é que explodam!'

Décadas depois, Justos Veríssimos se espalharam pelo mundo político nacional mais rápido que o novo coronavírus se espalhou pelo mundo. Pior. Ocupam, hoje, cargos e postos chaves nas mais altas esferas dos Poderes. Inclusive no Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, sob o comando de Jair Bolsonaro, o maníaco do tratamento precoce.




MITO DE RICO

Dias atrás, após ser vaiado em um evento público, o patriarca das rachadinhas disse (a respeito do opositor): ‘deixem pra lá; não sabe quanto é 7x8; raíz quadrada de 4’. Sim. Provavelmente quem o vaiou não sabia mesmo. Até porque, mais da metade dos brasileiros não sabe. Aliás, o próprio Bolsonaro, outro dia, disse que: - 4 %2b 5 = 9 (sobre o crescimento do PIB).

Mas o tipo de preconceito demonstrado pelo mito arregão retrata o que ele, intimamente, pensa e sente sobre quem não é escolarizado (os pobres). Por isso seu desgoverno, até hoje, não foi capaz de pensar e executar qualquer política de assistência social. Ao contrário! Vide o caso dos absorventes gratuitos

ELITISTA

Não há a menor dúvida de que este desgoverno aloprado é francamente elitista e, por consequência, contrário aos menos favorecidos. Ora, a política econômica está aí e não me deixa mentir. Muito menos as declarações do próprio ministro da Economia - o (im)posto Ipiranga - sobre ‘domésticas na Disney’, ‘filho de porteiro em universidade’ e 'dar as sobras de comida para os pobres'.





O maior exemplo disso que falo são as manifestações de apoio ao psicopata golpista. Não há gente pobre por lá! São todos brancos, bem vestidos e bem nutridos. E as ‘pautas’ se referem exclusivamente a questões políticas e ideológicas; nada de mundo real (emprego, fome, miséria, inflação, educação, saúde pública, etc.) nem de 'povão',

QUE SE EXPLODAM

Bolsonaro e o bolsonarismo querem mais é que os pobres se explodam! E desafio que me provem o contrário. Que me mostrem um único indicador social que tenha melhorado neste desgoverno. Que me mostrem uma mísera lei, reforma estruturante ou mero ato administrativo que tenham favorecido os miseráveis deste país.

E o que dizer das motociatas e dos passeios milionários de jet ski? Dos gastos recordes com o cartão corporativo, das emendas bilionárias secretas e do fundão eleitoral? Das rachadinhas, mansões e offshores? Do leite condensado, da picanha e da cerveja dos militares? Do superfaturamento de 1.000% e do aumento do próprio salário? 

São políticas sociais? São programas assistencialistas? São medidas patriotas? São exemplo do 'acabou a mamata, porra!'? Ou são apenas o deputado, ou melhor, o presidente Jair Bolsonaro, o Justo Veríssimo da vida real, em plena ação?

audima