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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Sinal amarelo para Bolsonaro, e vermelho para o Brasil

Presidente da Câmara envia duro recado ao presidente da República. Enquanto isso, continuamos à mercê do caos


26/03/2021 07:11 - atualizado 26/03/2021 15:30

(foto: AFP / EVARISTO SA)
(foto: AFP / EVARISTO SA)
Quando alguém como Arthur Lira “chuta o balde” com alguém como Jair Bolsonaro, meus queridos leitores, é porque a coisa tá mesmo feia; muito pior do que podemos imaginar e assistimos diariamente.

De forma clara e cristalina, Lira, sem rodeios, ameaçou o verdugo do Planalto, ao vivo e em cores, da cadeira da Presidência da Câmara, com, se “pegar leve”, uma CPI, e pesado, com um impeachment.

Aspas para o Rei do Centrão, apoiado pelo próprio amigo do Queiroz, para o comando da Câmara dos Deputados: “Eu estou apertando hoje o sinal amarelo”. Se isso não é ameaça, não sei como seria uma. 

Muitos irão dizer que Lira e sua turma querem apenas “botar pressão” para abocanhar mais cargos e verbas. Sim, é uma hipótese para lá de possível, mas não excludente à ameaça e suas consequências.

O que ocorre em Brasília chama-se, além de oportunismo, instinto de sobrevivência; literalmente falando. Além da sobrevivência política, estamos falando de vida ou morte. O vírus desembarcou na capital.

Agora já não há hospitais também para engravatados e suas famílias. E o risco não é só padecer por COVID-19, mas por infartos, derrames, tumores e até por uma simples apendicite perfeitamente tratável.

Além disso, a maioria dos deputados do Centrão é do norte e nordeste do País. A carência hospitalar nestas regiões é ainda mais dramática, e as famílias deles vivem por lá. Quem tem pais e filhos, tem medo.

Eis aí o motivo, na minha opinião, é claro, do ultimato ao devoto da cloroquina. Essa gente deixou o pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais livre, leve e solto durante um ano inteiro.

Permitiu que o psicopata promovesse arruaças e aglomerações, que espalhasse notícias falsas, que fizesse propaganda de tratamentos fictícios e nem sequer importasse as vacinas que tanto precisamos.

Assistiu, do conforto dos gabinetes e verbas milionárias, a população morrer como moscas, sem hospitais, vacinas e oxigênio, enquanto o maníaco do tratamento precoce zombava da nossa tristeza infinita.

Antes tarde do nunca, é verdade. Mas o “tarde” é muito tarde. Com 100 mil casos e 3 mil mortes por dia, não há CPI e impeachment que resolvam. A conta será cobrada também do Congresso Nacional.  

Junto a Bolsonaro, o Legislativo ajudou a matar 300 mil brasileiros e a enlutar milhões. Eles se merecem! Mas nós, também. Afinal, não caíram do céu. Se estão lá é porque os colocamos onde não deveríamos.

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