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Estado de Minas Comportamento

Vergonha compartilhada

Isso explica os erros e enganos compartilhados


12/03/2023 04:00

ilustração
(foto: Pixabay)

 
Adoro dançar. Desde bem jovem me esbaldava na pista de dança na casa de amigos vizinhos todo sábado à noite, quando um habilidoso fazia estroboscópio com disco de vinil cortado e um pretendente a DJ tocava Beatles, Elton John, Jackson Five, Billy Paul, Bee Gees, Dire Straits, Elvis entre tantos outros.
Primeira parte música lenta, ideal para chegar perto da paquera, conversar ao pé do ouvido, impondo limites através de uma força nos braços, leve empurrão, o suficiente para definir até onde se podia encostar. Na sequência música para sacudir o corpo, corpos separados sem se importar muito com quem se via à frente. O foco no caso era dar vazão à vontade de estar de corpo presente na pista.
 
Apesar de ter sido uma adolescente tímida, amava tanto uma como outra. Continuo amando e lamento o dançar de rostinho colado ter praticamente caído em desuso. Ainda sou capaz de virar a madrugada dançando, caso a música seja boa.
 
Se me assento, o sono me domina independente de ter ou não bebido, de a música ser ou não de estourar os ouvidos. Se fico parada tarde da noite, durmo fácil e para tal não preciso nem sentar. Amigos dizem que habitualmente primeiro durmo, depois deito.
 
Me lembrei disso quando um sobrinho me contava que se sente meio desajeitado para dançar, mas descolado e destemido como é, tendo a companhia de dois ou mais amigos, cai na dança. E nomeou isso como ligar o modo Vergonha Compartilhada. “Nessa hora a falta de jeito deixa de ser vergonhosa, sendo curtir o momento o mais importante”. Afinal, “todos estão rindo de todos e de si mesmos e, no final, teremos histórias para contar”.
 
Ação em grupo tem de fato esta característica. Nos empurra e nos ajuda a ter atitudes que dificilmente teríamos sozinhos. As companhias legitimam nossas escolhas como se fosse possível o compartilhamento de todo tipo de experiência individual. Isso explica também os erros e enganos compartilhados, ações de uma massa que nos parece acéfala, porém composta de vários pensantes. A começar por nós mesmos.

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