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Estado de Minas Comportamento

Não creio!


27/06/2021 04:00

Acredito em Deus. Sempre acreditei. Nasci em família católica não praticante, estudei em colégio e universidade católicos, mas foi no espiritismo kardecista, há cerca de 30 anos, que encontrei as melhores respostas às minhas questões transcendentais. Não subo em palanque para pregar nada, pois essa é minha escolha, é onde me cabe, o que não significa que seja a melhor opção para todo mundo.

Me dou muito bem com pessoas de todos os credos, principalmente aquelas que como eu não estão interessadas em convencer o outro de que ele só será salvo caso siga o mesmo caminho. Aliás, nenhum de nós está a salvo nem sequer de si mesmo, o que dirá no sentido esperado por quem de fato espera a salvação divina.

Algo começou a me chamar a atenção há um tempo. Algumas das pessoas próximas a mim que dizem não acreditar em Deus e em tudo o que Ele significa são tudo aquilo que Deus espera de um ser humano. Na verdade, acreditar está diretamente relacionado a experiências práticas e a exemplos convincentes. Como acreditar em Deus se ao nosso lado existem tantos crentes que constroem para si uma divindade sob medida?

Aí está o grande problema de Deus. A forma como é descrito, o que se espera Dele. Que faça algo a nosso favor que, claro, coincide com o que acreditamos ser o melhor para nós e o resto do mundo. Esse é o ponto em que Ele mais decepciona. Não sabe atender aos nossos pedidos, é intempestivo e volúvel, pois capaz de intervir até em resultados de partidas de futebol, em notas de provas de concurso, em encontros de almas gêmeas que depois de muito tempo estão mais preocupadas em matar uma à outra que lembrar que um dia estavam certas de que nasceram uma para a outra, com a bênção de Deus.

Outra forma de excluir pessoas da lista de crentes é a mania que temos de achar que para sê-lo é preciso se identificar com alguma religião. Confundindo crença com vínculo religioso fechamos um círculo pobre em todos os sentidos.

Tenho percebido que o ateísmo raras vezes consiste na total negação do sagrado, mas principalmente na rejeição da forma como o mundo constrói e mantém o divino. Concepções diferentes de Deus são tachadas de ateísmo. Nesse sentido, me incluo. Confesso que neste Deus também não acredito.

Esperamos Dele o que não Lhe compete, ou melhor, achamos que Ele deva fazer por nós o que é de nossa inteira responsabilidade. Assim nos distanciamos cada vez mais Dele e O tornamos inatingível e como tal inexistente. Pergunto: como acreditar em algo assim?

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