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Estado de Minas Comportamento

Indelicadezas

Então, passei a não convidá-lo


01/11/2020 04:00 - atualizado 01/11/2020 10:51


 
Quando jovens, tínhamos um amigo bem próximo que sabia como ser indelicado. O que começou a afastá-lo de nossa turma foram as respostas que ele dava quando convidado a um encontro, a uma festa, a um churrasco à beira de alguma piscina. “Se não tiver coisa melhor para fazer no dia, vou.” Eu mesma ouvi isso duas vezes ao convida-lo para nossa casa.  Imaginei que, da primeira vez, ele tivesse dito isso de gozação, para provocar, e relevei. Ele foi a outro lugar. Da segunda vez, entendi que falava sério. Então, passei a não mais convidá-lo. Afinal, nossos encontros não deveriam ser tão prazerosos para ele quanto eram para nós.
 
Não digo que temos que aceitar todos os convites que recebemos. Eu mesma fujo de um casal com quem não me identifico nem um pouco. Mas sem ser indelicada, sempre arrumo uma desculpa que não denuncie meu total desinteresse em me relacionar com eles. Apesar de conhecê-los muito pouco, percebi o quanto o homem é homofóbico e extremamente machista, e sei que se começarmos um confronto direto vou perder a compostura com muita facilidade. Então, melhor evitar aproximações.
 
Mas há outras situações que muitas vezes somos obrigados a administrar. Por exemplo, quando um casal de amigos se separa e um não quer conviver mais com o outro nem “socialmente”, a quem convidar para uma festa? O mais amigo, o amigo mais antigo, o mais simpático, o que nos pareceu mais honesto durante o processo de ruptura da relação deles?
 
Melhor mesmo é como aconteceu com um casal de nossa turma de adolescência. A nova esposa dele entrou para a turma, assim como o “namorido” dela. Ninguém perde os encontros e todos convivem perfeitamente entre si.
 
Duro mesmo é quando um convidado pergunta “quem vai?”. E ainda ameaça: “Se fulano for, eu não vou”. Confesso que minha vontade é dizer de cara que não posso garantir quem de fato irá, mas se ele tem esse tipo de restrição melhor talvez não ir. Acho que o risco de ganhar novas inimizades é grande para esse tipo de gente; afinal, quem vive armado está sempre procurando briga.
O que não percebem é que, ao não ir a um encontro no qual se identifica com a maioria das pessoas que lá estarão, quem mais perde é quem se ausenta e não seu desafeto, que muito provavelmente estará lá aproveitando ao máximo o evento. Temos que aprender a não nos boicotar simplesmente porque não gostamos de A ou de B.
 
Simples táticas, que qualquer um de nós sabe usar muito bem, podem nos colocar em um mesmo ambiente sem que não seja necessário nada mais que um “olá, como vai?”. Muitas vezes, apenas um aceno com a cabeça resolve tudo. E todos os lados se divertem. Até, quem sabe, não esbarram em oportunidades de rever os motivos que levaram à discórdia inicial?

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