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Como o hormônio do amor pode turbinar ganhos das empresas e a própria economia

As organizações de alta confiança são muito mais produtivas porque capacitam os funcionários a arriscar, inovar e controlar seus próprios destinos


postado em 19/10/2019 06:00 / atualizado em 19/10/2019 08:27

Paul Zak, diretor do Centro de Neuroeconomia da Universidade de Claremont, estuda a atividade cerebral enquanto as pessoas tomam decisões e como elas ocorrem(foto: Divulgação)
Paul Zak, diretor do Centro de Neuroeconomia da Universidade de Claremont, estuda a atividade cerebral enquanto as pessoas tomam decisões e como elas ocorrem (foto: Divulgação)

A oxitocina, também conhecida como o hormônio do amor, tem função adicional de estimular a solidariedade, a empatia e a confiança – o que pode alavancar os resultados de uma empresa, mudar os rumos da economia e de uma nação. A constatação é do matemático e economista Paul Zak (foto), diretor do Centro de Neuroeconomia da Universidade de Claremont, na Califórnia (EUA). Em razão de seu interesse em buscar novas respostas às questões clássicas da economia, tornou-se precursor na área da neuroeconomia, considerada um campo interdisciplinar que une fisiologia e ambiente para compreender processos de tomada de decisões.
No livro A molécula da moralidade (traduzido para o português em 2012), Zak revelou estudo em que a oxitocina – hormônio protagonista no parto e na amamentação – pode afetar diretamente o comportamento humano e suas relações de confiança e empatia. E, a partir disso, também mostrou que países com taxas mais altas de confiança entre as pessoas eram também os mais prósperos, os de maior potencial para o desenvolvimento econômico. Já em seu livro Trust factor (Fator de confiança, na tradução livre para o português – o livro ainda não foi publicado no Brasil), Zak usou a neurociência para medir e gerenciar culturas organizacionais, inspirar o trabalho em equipe e acelerar os resultados de negócios.
Palestrante popular nos Estados Unidos, Zak virá ao Brasil para participar do HSM Expo 2019, que reúne referências de lideranças daqui e do mundo, entre 4 e 6 de novembro. Ele concedeu entrevista à coluna Fora da Caixa. Confira abaixo.

Por que um centro de estudos em neuroeconomia?
Estabeleci o Center for Neuroeconomics Studies para medir a atividade cerebral enquanto as pessoas tomam decisões e entender como elas acontecem, além de criar tecnologias que possam melhorá-las. Meu laboratório desenvolveu a primeira técnica para medir no cérebro humano a produção da oxitocina neuroquímica e mostrou que esse é um sinal essencial para ajudarmos outras pessoas. Também desenvolvemos uma maneira de infundir com segurança oxitocina sintética no cérebro das pessoas. Essas descobertas, e outras do Centro, têm sido usadas para diagnosticar distúrbios psiquiátricos e mostrar às pessoas ligadas ao universo dos negócios como coordenar equipes para um trabalho de alto desempenho.

Como o hormônio oxitocina afeta o comportamento humano e nossa sociedade?
Humanos são criaturas sociais. Neurologicamente, isso significa que nossos cérebros estão profundamente sintonizados com as informações sociais, em parte por causa do sistema da oxitocina. Isso significa que os seres humanos têm uma tendência a cooperar com os outros e não precisam de muita motivação para fazer isso. É por isso que as sociedades são eficazes e descentralizadas, sem que um ditador nos diga o que fazer o tempo todo. A oxitocina aumenta nossa empatia e, assim, nos ajuda a entender como os outros estão se sentindo. Isso melhora nossa capacidade de ser cooperadores eficazes no trabalho e em outros lugares. A oxitocina também aumenta a compaixão, por isso nos conectamos e nos preocupamos com outras pessoas ao redor do planeta.

Como a neuroeconomia pode impactar a vida de pessoas, empresas e países?
Muitas pessoas que trabalham não se sentem valorizadas e, portanto, não dão o melhor de si para a organização. As organizações de alta confiança são muito mais produtivas do que as organizações de baixa confiança porque capacitam os funcionários a arriscar, inovar e controlar seus próprios destinos. Mostramos que aqueles que trabalham em organizações de alta confiança são mais felizes, saudáveis e mais satisfeitos com suas vidas fora do trabalho. Portanto, a confiança é boa para os indivíduos, melhora o desempenho organizacional e fortalece as comunidades.

O que mudou desde o lançamento do livro A molécula da moralidade?
Certamente, sabemos mais sobre o sistema da oxitocina agora. Meu trabalho atual utiliza novas tecnologias que desenvolvi para medir os efeitos da oxitocina em tempo real para qualquer número de pessoas. Isso permite que nossos parceiros criem treinamento e aprendizados mais eficazes, programas de TV e filmes mais interessantes e identifiquem o que realmente nos faz felizes em nossas vidas. Minha missão é desenvolver tecnologias que ajudem indivíduos, organizações e sociedades a florescer, e minha descoberta do importante papel da oxitocina nisso é uma parte essencial dessa missão.

Agenda


• A CDL-BH, CDL Jovem e Sebrae promovem o workshop Propósito de marca, com o consultor Ricardo Rocha, hoje e amanhã. Inscrições gratuitas em bit.ly/2MmT6TS.

• O investidor e empreendedor social Guilherme Tavares, autor do livro A ciência do medo, ministra palestra, na próxima terça-feira, às 19h, no Raja Valley (Av. Raja Gabaglia, 4.343, Santa Lúcia, BH). Ingressos no site sympla.com.br.

• O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) lança a publicação Governança corporativa para startups & scale-ups, na próxima terça-feira, às 18h30, no Órbi Conecta (Av. Antônio Carlos, 681, Lagoinha, BH). Informações no site ibgc.org.br.

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