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Estado de Minas Mina$ em foco

Em crise sem precedentes, microcervejarias de Minas buscam sobrevivência

Setor que reúne mais de duas dezenas de empresas e deu a Minas o título de Bélgica brasileira enfrenta queda de vendas e produção, sem apoio governamental


16/04/2021 04:00 - atualizado 15/04/2021 23:52

Estado tem mais de 200 microcervejarias, que vinham crescendo a taxas da ordem de 15% ao ano antes da pandemia de COVID-19 (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 5/12/14)
Estado tem mais de 200 microcervejarias, que vinham crescendo a taxas da ordem de 15% ao ano antes da pandemia de COVID-19 (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 5/12/14)

Lidar com os efeitos da COVID-19 no consumo é desafio até para grandes empresas, sobretudo em momento de avanço da doença respiratória, enquanto o país tem se mostrado incapaz de exercer algum controle sobre a pandemia e agilizar a vacinação. O que dizer de pequenos negócios? Difícil manter resiliência num Brasil em que o governo federal abre crises seguidas, desconcerto que interfere na economia, se concentra em disputas políticas, e estados e municípios nem sempre entendem como podem e devem fazer política econômica.

É nesse cenário que as microcervejarias perdem fôlego, após as demonstrações de resistência à crise no ano passado, quando buscaram alternativa nas vendas digitais às centenas de pontos de vendas e eventos públicos que tiveram de ser fechados como medida para deter a disseminação do coronavírus. Com perda histórica de faturamento e a estrutura de capital abalada, a expectativa de ganhar apoio do setor público também não tem se confirmado.

Em jogo estão um passado de taxas de crescimento da ordem de 15% ao ano, que prometia mais expansão, toda a sincronia com a famosa culinária e a cultura mineiras, responsáveis pelo título dado ao estado de Bélgica brasileira. A recém-criada Federação Brasileira das Cervejarias Artesanais (Febracerva) prepara um balanço sobre a situação do setor para o começo de maio. Segundo o presidente da entidade, Marco Antônio Falcone, proprietário da Falke Cervejaria, a turbulência não tem precedentes e as empresas tentam sem sucesso algum amparo do poder público, seja a União, seja o Estado.

“Além da queda em todos os canais de vendas, o setor ficou desamparado. Não temos qualquer perspectiva de ajuda do governo”, afirma. As estimativas são de retração de 81% da comercialização no Brasil durante o primeiro trimestre. Nem mesmo o comércio eletrônico teria escapado da má fase do consumo.

Há pelo menos duas explicações para recuo tão expressivo, quando, no ano passado, os negócios pela internet foram incrementados e contrabalançaram perdas. Marco Falcone lembra que as empresas não têm mais caixa para bancar as promoções num dos segmentos mais concorridos do varejo na internet. De outro lado, o desemprego recorde e o aperto na renda do consumidor se agravam, sem medidas na área econômica neste ano, com destaque apenas para a nova rodada do auxílio emergencial, mas bem mais magro.

No desamparo, como define o presidente da Febracerva, o setor chegou a recorrer a algum empréstimo concedido por meio do Pronampe (Programa Nacional de apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), Agora, esperava contar com novas medidas e um plano de prorrogação de pagamento do ICMS que não vieram. “Poucas empresas pelo Brasil têm reserva financeira. Vivemos uma crise sem precedentes e precisaria haver ações governamentais. O nosso holocausto prejudica a indústria como um todo”, desabafa Marco Falcone.

As cervejas artesanais começaram a despontar no estado em 2006, conquistando consumidores com o estímulo da valorizada gastronomia mineira, e, hoje, o estado conta com mais de 200 microcervejarias, das cerca de 1,9 mil empresas existentes no Brasil no período anterior à pandemia de COVID-19. O polo da Grande BH, com 86 cervejarias, vinha exibindo fartas taxas de crescimento e foi decisivo para que Minas se mantivesse como o terceiro maior produtor no país, depois do Rio Grande do Sul e de São Paulo.

Transformações no setor já são consideradas, entre elas o encolhimento do número de empresas e processos de fusão, como estratégia de recuperação. Falcone antevê, ainda, uma futura etapa de negociação de dívidas feitas pelas empresas para garantir a sobrevivência. A produção mineira de cervejas artesanais, que era de 1,8 milhão de litros por mês, teria terminado o primeiro trimestre com redução estimada em 70%.

ALERTA

40 % - Foi quanto caiu o número de pequenos negócios em Minas Gerais abertos no mês passado, frente a janeiro, de acordo com pesquisa do Sebrae Minas

ALÍVIO

O retorno da Grande BH à onda vermelha do Plano Minas Consciente, etapa que contempla menor rigidez frente a onda roxa, pode atenuar a situação das microcervejarias, mas ainda é cedo para qualquer avaliação. Na onda vermelha, poderão ser reabertas as atividades econômicas consideradas não essenciais, cumprindo regras de distanciamento social e limite de atendimento a clientes. Os municípios podem ou não aderir a essa etapa, mudança anunciada ontem pelo governador Romeu Zema (Novo).

INVESTIMENTO

A cervejaria Krug Bier anunciou a pretensão de investir R$ 3 milhões neste ano para dobrar, até dezembro, a capacidade produtiva de sua fábrica, em Nova Lima, na Grande BH, para 8 milhões de litros de cerveja. O comércio eletrônico foi ampliado pela empresa no ano passado e se tornou um dos carros-chefes nas vendas de cerveja em garrafa e latas, com mas de 200 mil acessos únicos.

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