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Estado de Minas Mina$ em Foco

De celular a roupas, presentes de Natal pressionam a inflação de BH

Além dos alimentos, produtos e serviços mais desejados em dezembro têm aumento de preços bem superior ao IPCA medido na capital pela Fundação Ipead/UFMG


11/12/2020 04:00 - atualizado 11/12/2020 07:21

Reajuste de preço médio de aparelho celular foi de 16,41% de janeiro a novembro, mais de 4 vezes acima do IPCA de 3,74% medido pela Fundação Ipead/UFMG(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press 5/11/18 )
Reajuste de preço médio de aparelho celular foi de 16,41% de janeiro a novembro, mais de 4 vezes acima do IPCA de 3,74% medido pela Fundação Ipead/UFMG (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press 5/11/18 )
As desagradáveis surpresas deste ano e agora embaladas por Noel vão além dos alimentos caros, que desencorajam as tradicionais ceias de fim de ano.

A inflação que preocupa já saiu da mesa, criando braços que alcançam os maiores desejos de consumo, em geral os campeões de venda nesta época, do celular e do computador a roupas, calçados e automóvel.

Quem teve fôlego e guardou dinheiro para presentear neste Natal ou está decidido a financiar a ousadia num ano de renda achatada e desemprego renovando recordes deve, pelo menos, conferir os reajustes fartos dos preços apurados não só em novembro, como de janeiro ao mês passado.

Talvez assim vá pensar duas vezes antes de comprometer o bolso. Em Belo Horizonte, não importa o modelo do aparelho celular que vai fazer a felicidade na noite de Natal.

O preço médio desse ícone da era moderna subiu 16,41% no ano até novembro, com base na pesquisa do IPCA da Fundação Ipead, vinculada à UFMG. Significou pagar mais de 4 vezes a inflação medida no período, de 3,74%.
 
A comparação relativa ao mês passado também não deixou por muito menos. O reajuste foi de 1,96%, enquanto o IPCA variou 0,61%, quer dizer, a remarcação do celular superou em 3,2 vezes a variação do custo de vida na capital.

Pesquisar os preços de um computador completo vendido em BH pode ser outro bom teste, já que o preço médio subiu 22,39% neste ano, quase seis vezes mais que a inflação de janeiro a novembro.

Engana-se, portanto, quem pensa que economizar só no arroz e na carne vai resolver a despesa de dezembro. Trocar o televisor representa pagar por um produto que já encareceu 32,34% e até mesmo o consumidor em condições financeiras de comprar bens de valores bem mais altos vai esbarrar na pressão.

Joias e bijuterias estão 46% mais caras neste ano, e um automóvel novo, padrão 1.0, o ‘modesto’ popular, já foi remarcado em 14,66% em 2020.

Acostumada a acompanhar a evolução dos preços, Thayse Martins, coordenadora de pesquisa e desenvolvimento da Fundação Ipead/UFMG, costuma alertar sobre as altas típicas de dezembro, impulsionadas pelo clima de sedução das festas de Natal e ano-novo.

Neste ano, a diferença está no ritmo que eles vinham ganhando há meses e no fato de que reduções de preços se tornam improváveis no curto prazo.

“É hora de organizar as finanças para não deixar faltar o básico e nem gastar recursos com produtos supérfluos. Pensar na ceia antes dos presentes, embora o momento esteja delicado para as reuniões familiares”, diz Thayse Martins, em referência ao aumento dos casos de contaminação pelo novo coronavírus e de mortes, que impõem medidas de proteção contra a doença, como o isolamento social.

A reorganização dos gastos não é uma tarefa simples, e, menos ainda, restrita a aproveitar uma oferta aqui e outra ali ou usar o cartão de crédito na função de adiar o pagamento das compras. Para evitar dificuldades num começo desconhecido de 2021, é preciso cortar gastos sem dó nem paixão.

Os hábitos de ficar mais em casa depois da pandemia abriram alguma margem para diminuir despesas com produtos e serviços que têm participação importante no orçamento das famílias de classe média, como a gasolina e o álcool, mas isso não é o bastante.

Consumidores que embarcaram na onda de fim da pandemia, então, correm mais riscos não só do ponto de vista da saúde como de sufoco financeiro.

Além dos apelos da festa cristã, curtir férias e o verão como se não houvesse mais o vírus pode funcionar como um prato cheio para complicações.

As excursões surgiram com gás entre os componentes da inflação de novembro em BH. O reajuste médio atingiu 3,99% no mês passado e 4,54% no ano, ambas as taxas bem superiores às variações gerais do custo de vida.

A lei da economia é implacável quando um produto ou serviço começa a ser mais demandado, elevando os preços. Se na mesa ficou difícil a substituição por opções mais baratas, nos serviços turísticos o dólar alto afugentou o consumidor das viagens internacionais. Com isso, o turismo interno se fortaleceu, mas já pressiona o bolso.

Nada indica que a moeda norte-americana vá ceder e não se pode esquecer que o câmbio influencia aumento de produtos e serviços em cadeia – não só as viagens –, por causa do frete das mercadorias.

Thayse Martins destaca ainda a pressão que vai chegar com a conta de energia deste mês, diante da volta da cobrança adicional da bandeira tarifária vermelha. Por fim, as despesas com IPVA, IPTU e mensalidades escolares não vão esperar a pandemia passar. Melhor adotar o ditado de que cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.
 

POSITIVO


20,5%

Foi quanto cresceu, em novembro, a intenção da indústria de Minas Gerais de lançar produtos, segundo a Associação Brasileira de Automação-GS Brasil
 

Vestuário

Dos 11 grupos de despesas que compõem o IPCA da Fundação Ipead/UFMG, a maior influência sobre a inflação de novembro, depois dos alimentos in natura, que encareceram 6,88%, foi exercida pelas despesas com roupas e complementos. Esse último item sofreu reajuste de 3,63%, em média, frente à inflação de 0,61%. No ano, está 8,67% mais caro.

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