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Estado de Minas MINA$ EM FOCO

Coronavírus impõe uma crise histórica na economia mineira este ano

Os resultados da produção mineira de bens e serviços de janeiro a março serão divulgados no dia 15. Nada indica diferença do tombo de 1,5% que o Brasil levou


postado em 05/06/2020 04:00 / atualizado em 05/06/2020 10:36

Setor de construção pesou para a retração da atividade industrial no primeiro trimestre deste ano (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press 16/4/15)
Setor de construção pesou para a retração da atividade industrial no primeiro trimestre deste ano (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press 16/4/15)

Ao drama dos mais de 320 mortos pela COVID-19, além de um universo superior a 13 mil pessoas contaminadas em Minas Gerais, se juntaram graves sinais da crise que talvez assuma a condição de maior turbulência na economia enfrentada no estado nos últimos 25 anos. Seria o pior dos cenários traçados para a produção de bens e serviços mineiros, medida por meio do PIB, com queda de 4,9%, como admitem os pesquisadores da Fundação João Pinheiro (FJP), de Belo Horizonte.

Em toda a série disponível de acompanhamento do PIB de Minas, sob consulta no site da FJP, desde 1994, e à exceção de dois anos sem estimativa (2001 e 2002), não há nada parecido à pressão de uma taxa de encolhimento nessas proporções. Minas, como o Brasil, passou pelo período de recessão de 2009, logo depois da crise financeira internacional, considerada uma das maiores tormentas no século 21, tendo sofrido retração de 3,9%.

O estado voltou a se aprumar até 2012 e tomba novamente com a recessão de 2014, 2015 e 2016, quando o PIB caiu 0,7%, 4,3% e 2%, respectivamente. Sem conseguir firmar recuperação, da mesma que forma que o Brasil, tem de encarar agora os efeitos da crise sanitária. E eles ocorrem num duplo sacrifício, em razão da crise política e do bate-cabeça de um presidente da República que desestrutura o Ministério da Saúde em plena pandemia, prejudica a adoção de medidas contra a disseminação da doença, nega a ciência e desdenha da dor de dezenas de milhares de brasileiros contaminados ou mortos.

Essa combinação de fatores torna ainda mais difícil uma reação dos investimentos, da produção e do emprego até mesmo num cenário considerado menos pessimista pelos pesquisadores da FJP, no qual o PIB de Minas cairia 3,9%. Os resultados da produção mineira de bens e serviços de janeiro a março serão divulgados no dia 15. Nada indica comportamento diferente do tombo de 1,5% que o Brasil levou no primeiro trimestre do ano, sob o impacto do novo coronavírus.

Alguns indicadores têm particular interesse quando se fala de Minas Gerais, como diz a diretora de estatística e informações da Fundação João Pinheiro, Eleonora Cruz, com seu PIB que costuma ser mais conservador que o do Brasil. A queda de 1,4% de janeiro a março da indústria brasileira foi determinada pela retração de 3,2% do setor extrativo e a construção civil sofreu retração de 2,4%. No setor de serviços, que encolheu 1,6% na média nacional, o baque nos transportes, armazenagem e correio foi de 2,4% e os serviços industriais de utilidade pública também encerraram o período com redução, embora de 0,1%.

O mau desempenho da indústria em abril, retratado nos dados divulgados nesta semana pelo IBGE, também acende alerta para outros indicadores da economia. Segundo o IBGE, fora os alimentos, itens farmacêuticos e de higiene e limpeza, todos os demais ramos da produção industrial brasileira mostram recuo. Negativa em 18,8% na comparação com março, quando houve queda de 9,1% frente ao mês anterior, a taxa média apresentada pelo setor representou indesejável recorde.

Para completar a sucessão de más notícias, estudo feito por um grupo de alunos e professores do curso de geografia da Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros) mostrou concentração de casos de contaminação pela COVID-19 em regiões ricas do estado – a Grande BH, o Triângulo, o Sul e a Zona da Mata. A esperança para contrapor a possibilidade de uma crise econômica sem precedentes em Minas está na performance positiva da agropecuária. No Brasil, o setor teve crescimento no primeiro trimestre, embora ligeiro, de 0,6%. A soja foi decisiva. Em Minas, há grande expectativa também sobre a dupla café e açúcar.

MULHERES

13,4% foi a taxa de desemprego entre as mulheres no estado de janeiro a março, frente à queda de 10% entre os homens

DISPARADA

Alcançou 1,283 milhão o número de trabalhadores desempregados em Minas Gerais de janeiro a março, representando aumento de 19,8% frente ao período de outubro a dezembro do ano passado e de 3,9% em relação ao primeiro trimestre de 2020. Os dados são do IBGE.

AFAZARES DOMÉSTICOS

Dos 17,6 milhões de pessoas de 14 anos de idade ou mais em Minas, 15,1 milhões realizaram alguma tarefa doméstica em 2019, no próprio do domicílio ou em domicílio de parente. Quer dizer, 86% do total, segundo o IBGE. Entre as mulheres, foram 92,8%; entre os homens, 78,7%.
 

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