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Estado de Minas Coluna

Sem racionamento de energia, mas quadro é preocupante para o ano que vem

Para os empresários, o temor maior é que falte energia justamente quando a previsão é de que a atividade econômica acelere a retomada


01/07/2021 04:00 - atualizado 01/07/2021 07:29

Usina de Furnas, que fica no Rio Grande, onde o volume de chuvas ficou 24% abaixo da média histórica no último período úmido(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press 14/7/16)
Usina de Furnas, que fica no Rio Grande, onde o volume de chuvas ficou 24% abaixo da média histórica no último período úmido (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press 14/7/16)

O governo evita a todo custo e de todas as formas usar as palavras racionamento, economia compulsória de energia ou outra que reacenda o pesadelo enfrentado em 2001, quando a falta de energia obrigou o governo Fernando Henrique a impor restrições no consumo, com impacto no PIB e nas urnas. Mas há diferenças que permitem assegurar que este ano não teremos racionamento de energia, muito embora o nível dos reservatórios das hidrelétricas hoje esteja próximo dos patamares registrados há 20 anos, principalmente na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, onde estão 53% da capacidade de armazenamento de água de todo o país.

Embora a geração de energia elétrica no Brasil seja muito dependente da fonte hídrica, que responde hoje por cerca de 65% do atendimento da demanda, em 2001, mais de 80% da energia gerada no país vinha das hidrelétricas. Outro ponto que permite assegurar o fornecimento de energia este ano é a interligação maior de todas as regiões do país por linhas de transmissão, que permitem o transporte da eletricidade de forma mais ampla do que em 2001. Naquele ano, por exemplo, o Sul do país não enfrentou o racionamento, pois tinha energia, mas não contribuiu para evitar as restrições no Sudeste.

A preocupação fica por conta da capacidade do setor elétrico de atender à demanda no ano que vem. Para isso, será preciso que o período chuvoso fique acima da média nas regiões de cabeceira dos rios que compõem a Bacia do Rio Paraná, assim como em outras bacias. Nessas regiões, a situação entre outubro de 2020 e maio de 2021 é classificada como de déficit grave de chuvas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As precipitações nesse período, considerado chuvoso, ficaram 29% abaixo da média histórica na Bacia do Paraná, 24% abaixo na Bacia do Rio Grande, onde está o reservatório de Furnas, e 40% menor na Bacia do Rio Paraguai. No São Francisco, embora os reservatórios estejam com mais água, o déficit em relação à media de chuvas foi de 19%.

Tentar prever como será o período chuvoso este ano é um exercício de futurologia, mas há um indicativo: é um ano de neutralidade em relação aos fenômenos El Niño e La Niña. Mas, observando o comportamento das chuvas nas duas últimas décadas, o período chuvoso está ficando mais curto, com o período seco começando mais cedo e terminando mais tarde nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, segundo dados do Inpe.

Embora a dependência seja menor e o sistema de transmissão seja mais robusto, com um regime de chuvas similar ao registrado neste ano, ou seja, com déficit em relação à média histórica, o Brasil dificilmente escapará de um racionamento no ano que vem, uma vez que os reservatórios do Sudeste-Centro-Oeste devem chegar ao início de novembro com 10% da capacidade de armazenamento. Mais uma vez o abastecimento de energia elétrica do país fica extremamente dependente do clima.

Mas como o monitoramento do sistema é permanente e a situação é preocupante, com três ou quatro semanas a partir da segunda quinzena de outubro será possível saber e até prever o comportamento das chuvas e adotar medidas para evitar o contingenciamento de carga. Chuvas abaixo da média vão significar o despacho de usinas térmicas, mesmo nos meses úmidos, e a manutenção da energia cara por um longo período. Para os empresários, o temor maior é que falte energia já no início do próximo ano, justamente quando a previsão é de que a atividade econômica acelere a retomada do pós-pandemia.

Luz do sol
R$38 bilhões
é quanto o setor de energia solar movimentou em negócios no país desde 2012, segundo o Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel).

Energia Nuclear
Com a crise hídrica mais uma vez assombrando o país, o projeto da usina nuclear de Angra 3, com capacidade prevista para gerar 1.405MW, deve ser acelerado. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou contrato com o consórcio Angra Eurobras NES, que venceu a concorrência para estruturação do projeto de retoma das obras da usina, iniciadas em 1984 e que devem ser finalizadas no fim de 2026.

Agora vai?
Um estudo do Ministério da Economia e do Movimento Brasil Competitivo mostra que o chamado custo Brasil chega a R$ 1,5 trilhão ou 22% do PIB do país. E para tentar reduzir esse valor foi criada ontem no Congresso Nacional a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, que será presidida pelo deputado federal Alexis Fonteyne (Novo/SP). Mais de 200 parlamentares, entre deputados e senadores, integram a nova frente parlamentar.

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