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Estado de Minas Bra$il em foco

Auxílio emergencial engorda a poupança, que chega a R$ 1 trilhão

Com o desemprego em alta e a renda do trabalho em queda, o que explica esse volume de dinheiro na poupança é o auxílio emergencial de R$ 600


08/10/2020 04:00 - atualizado 08/10/2020 10:11

A tradicional forma de poupar dos brasileiros está em alta durante a pandemia com ajuda do dinheiro extra do governo(foto: Skitterphoto.com)
A tradicional forma de poupar dos brasileiros está em alta durante a pandemia com ajuda do dinheiro extra do governo (foto: Skitterphoto.com)
Uma das mais antigas aplicações financeiras existentes no Brasil é também a queridinha dos brasileiros, mesmo não sendo a que garante mais retorno para o dinheiro investido. Estou falando da caderneta de poupança, a preferida para 157 milhões de brasileiros ou 74% da população. Essa preferência levou a aplicação a registrar a marca de R$ 1 trilhão em 30 de setembro, de acordo com o Banco Central. Nunca antes se tinha tanto dinheiro guardado na poupança desde que ela foi instituída, em 1861, por Dom Pedro II. O recorde anterior, de R$ 882 bilhões foi registrado em dezembro de 2014.

Com o desemprego em alta e a renda do trabalho em queda, o que explica esse volume de dinheiro na poupança é o auxílio emergencial de R$ 600 e o saque emergencial do FGTS. Não que esse valor seja suficiente para arcar com o custo de sobrevivência de uma pessoa e ainda gerar excedente para investimentos.

É que os recursos pagos aos milhões de beneficiários são depositados em um conta poupança digital. Ou seja, não foi a opção natural dos mais de 50 milhões que recebem o auxílio emergencial.

Até porque, neste ano, a poupança, embora garanta segurança – ninguém em sã consciência imagina que haverá outro confisco – é de longe o pior investimento em termos de rentabilidade, devendo perder para a inflação e deixar de oferecer ganho real.

Neste momento, com a Selic a 2% ao ano a caderneta rende 1,4% ao ano, isso para uma inflação estimada hoje pelo mercado financeiro em 2,12% em 2020. Enquanto a poupança não ganha da inflação, o ouro se valorizou 52,97% e o dólar 35,6% nos primeiros seis meses de 2020.

Com a aceleração da inflação e os juros baixos, a tendência é que investimentos como renda fixa e Tesouro Direto também percam para a inflação este ano. É preciso lembrar, contudo, que parte desse dinheiro na poupança foi depositado antes de 2012 e continua rendendo 6,2% ao ano.

Para a economia como um todo, o ideal é que esse volume de recursos na poupança fosse efetivo e não artificialmente inflado pelo auxílio. Isso porque um maior volume de recursos poupados favorece a aceleração dos investimentos, que geram aumento da produção, do emprego e da renda, alavancando o crescimento econômico.

De 2010 a 2013, a taxa de poupança ficou em 18% do PIB e o Brasil cresceu 7,5%, 4%, 1,9% e 2,3% sucessivamente nesse período. No ano passado, com crescimento do PIB de 1,1%, a taxa de poupança ficou em 12,2% do PIB. De lá pra cá o PIB caiu, enquanto a poupança interna passou para 14,1% do PIB no primeiro trimestre e para 15,5% nos três meses seguintes.

Isso mostra que o crescimento dos depósitos na poupança foram inflados pelos recursos emergenciais da Caixa Econômica Federal e não tem sustentabilidade do ponto de vista de formar um colchão de dinheiro que dê suporte aos investimentos necessários para o crescimento da economia.

Ainda assim, o valor de R$ 1 trilhão é bastante significativo. Até 30 de setembro, as ofertas de empresas brasileiras na bolsa de valores somam R$ 236,9 bilhões, segundo dados da Anbima, enquanto as operações de renda variável acumulam R$ 69,2 bilhões em nove meses.

Os números confirmam a preferência pela poupança. Hoje, cerca de 3 milhões de pessoas investem no mercado de ações, Muito pouco em relação aos que aplicam na poupança e menos de 2% da população, enquanto nos EUA, 55% dos norte-americanos investem na bolsa.

Criptomoedas

De olho em uma rentabilidade da ordem de 80% ao ano, a QR Asset Management, gestora de recursos da holding QR Capital, lançou na semana passada o primeiro fundo com alocação integral em bticoin no Brasil. Com investimento mínimo de R$ 50 mil, o fundo será espelhado na rentabilidade da bitcoin. A expectativa da QR é chegar a um patrimônio líquido de R$ 100 milhões em 12 meses.

Fuga

US$ 48 BIlhões Será a diferença do saldo de recursos estrangeiros no Brasil este ano (US$ 11 bilhões) em relação ao ano passado 
(US$ 59 bilhões)

Alta concreta

Indicador antecedente da atividade econômica, as vendas de cimento registraram crescimento de 21,4% em setembro, em relação ao mesmo mês de 2019, totalizando 5,8 milhões de toneladas. No ano, com 44,6 milhões de toneladas comercializadas, as cimenteiras comemoram avanço de 9,4%. Reformas em casa e a manutenção da construção civil explicam o desempenho do setor este ano.


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