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Estado de Minas Bra$il em foco

Fogo consome imagem do Brasil e espanta investimentos no país

De janeiro a julho deste ano os investimentos diretos no país despencaram 30%, chegando a US$ 25,5 bilhões, contra US$ 36 bilhões em igual período de 2019


24/09/2020 04:00 - atualizado 24/09/2020 07:23

Incêndio destrói vegetação na região do Pantanal, em Mato Grosso. Cenas que chocam opinião pública estrangeira (foto: Mauro Pimentel/AFP)
Incêndio destrói vegetação na região do Pantanal, em Mato Grosso. Cenas que chocam opinião pública estrangeira (foto: Mauro Pimentel/AFP)

Há apenas um ano, o presidente Jair Bolsonaro anunciou com pompa e circunstância o fechamento de um acordo entre o Mercosul e a União Europeia, o que foi apontado como um grande trunfo da diplomacia do seu governo. Os números gigantescos ganharam as manchetes. E realmente são de impressionar. Juntos, os países dos dois blocos formariam um mercado de 780 milhões de pessoas, representando cerca de 25% da economia mundial. O impacto no PIB brasileiro foi estimado até US$ 125 bilhões em 15 anos, com as exportações brasileiras para a Europa tendo ganho de quase US$ 100 bilhões e os investimentos no Brasil chegando a US$ 113 bilhões até 2035.

Alardeados como a vara de condão para acelerar a economia brasileira de forma sustentável por mais de uma década, esses números estão cada vez mais distantes de se tornar realidade. Isso por causa da postura dos países europeus em relação à forma como o Brasil lida com a preservação ambiental e agora também pela posição de enfrentamento do governo brasileiro em relação às ameaças de boicote. Para os negociadores que levaram 20 anos costurando o acordo, nada ainda está totalmente perdido, mas a cada movimento de ambos os lados se torna mais distante a possibilidade de um mercado comum entre os dois blocos econômicos.

O governo é pressionado por representantes de governos, empresários e investidores. A reação de Bolsonaro ao discursar na ONU e negar ou minimizar o problema ambiental na Amazônia e a do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, que em entrevista disse que o Brasil pode retaliar nações que agirem contra o país por questões ambientais, não favorecem o entendimento. Então, vejamos na prática o que isso pode representar. Em um cenário de retração da economia mundial e de encolhimento dos investimentos estrangeiros, o Brasil pode precisar mais do dinheiro dos fundos europeus do que a Europa dos produtos brasileiros. É preciso lembrar que de janeiro a julho deste ano os investimentos diretos no país despencaram 30%, chegando a US$ 25,5 bilhões, contra US$ 36 bilhões nos sete primeiros meses de 2019. E a fuga de investimentos está se acentuando.

Como, segundo o Banco Central, os países europeus respondem por pouco mais de 60% desses investimentos, são eles que estão sendo impactados por problemas ambientais do país. São fundos que administram vários trilhões de reais e que têm como seus cotistas pessoas com interesse na preservação ambiental e que pressionam os gestores pela escolha mais adequada para alocação de recursos. Do ponto de vista das exportações, o impacto em termos de valor não chega a ser desastroso para o Brasil. Os maiores mercados para produtos brasileiros no primeiro semestre deste ano foram China (33,8%), Estados Unidos (cerca de 10%) e Países Baixos (4,1%). Do bloco europeu, Espanha representou 2,1% e a Alemanha 1,9%.

Sem ratificação por parte de todos os países, o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia continua a ser, como nos últimos 20 anos, apenas uma promessa, que se consome pela postura do governo brasileiro de bancar uma ideologia negacionista em relação à dizimação da flora e da fauna no Pantanal e na floresta amazônica pelo fogo que queima também a imagem do Brasil no exterior. Sem poupança interna pelo empobrecimento de sucessivas crises, o Brasil precisa dos investimentos externos para equacionar gargalos de produtividade, fazer a economia crescer de forma continuada e gerar empregos.

Trabalho


US$ 3,5 TRIlhões foi quanto encolheu a renda do trabalho em todo o mundo nos primeiros nove meses deste ano, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT)

Ajuda dos grandes


Com investimentos de mais de R$ 370 milhões, as gigantes Ambev, Aurora Alimentos, BRF, Coca-Cola Brasil, Grupo Heineken, Mondelez International, Nestlé e PepsiCo se juntaram no Movimento NÓS para apoiar 300 mil pequenos negócios em todo o Brasil, que empregam cerca de 1 milhão de pessoas. Em Minas, onde o programa acaba de chegar, cerca de 35 mil pequenos comércios devem ser ajudados.

No consultório


A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados está levando as empresas da área de saúde a se adaptar exatamente no momento do avanço da telemedicina, dos prontuários eletrônicos e da receita digital. Para Raphael Trotta, do iMedicina, a proteção de dados vai melhorar a relação entre pacientes e profissionais, que devem ter cuidado redobrado com dados de exames e diagnósticos armazenados.


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