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Estado de Minas Bra$il em foco

Pitos de Bolsonaro em Paulo Guedes abalam confiança de investidores

'Ao desbancar publicamente Paulo Guedes, o presidente dá ao mercado o direito de imaginar que, de tanto falar, um dia ele possa tomar uma medida que comprometa o equilíbrio fiscal


17/09/2020 04:00 - atualizado 16/09/2020 23:01

Ao lado do chefe, ministro da Economia tem dito a interlocutores que não foi dirigido a ele o puxão de orelha mais recente dado pelo presidente contra o congelamento de aposentadorias e benefícios para financiar programa social (foto: Sérgio Lima/ AFP -1/9/20)
Ao lado do chefe, ministro da Economia tem dito a interlocutores que não foi dirigido a ele o puxão de orelha mais recente dado pelo presidente contra o congelamento de aposentadorias e benefícios para financiar programa social (foto: Sérgio Lima/ AFP -1/9/20)
O aumento do preço do arroz nos supermercados pesou no bolso dos consumidores e provocou uma indigestão no governo, que expôs ainda mais as divergências entre a visão liberal da equipe econômica, o desejo desenvolvimentista dos militares do Palácio do Planalto e a movimentação eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. E nesse cenário, o presidente age habilmente, ainda que deixando chamuscados seus auxiliares do Ministério da Economia, incluindo o titular, Paulo Guedes. A preocupação de Bolsonaro com os aumentos de preços dos itens da cesta básica e sua sugestão de redução na margem de lucro do setor varejista soou para o mercado financeiro como uma manifestação intervencionista que lembra outros tempos na economia brasileira. Não houve intervenção, mas a postura do presidente de atenção com a escalada dos preços ficou registrada.

A impressão de desgaste da equipe econômica é real, mas até que ponto não é essa uma estratégia palaciana? Os episódios se sucedem desde que auxiliares do ministro promoveram uma debandada da pasta, com a saída de nomes como Salim Mattar e Paulo Uebel, no fim de julho. De lá pra cá houve insinuação de Bolsonaro em relação a furar o teto de gastos, ausência do ministro no lançamento de programa da casa própria e reprimenda pública do presidente ao vetar a proposta de Guedes de acabar com programas como o Farmácia Popular e o abono salarial para custear o Renda Brasil. Aliás, o maior puxão de orelha veio esta semana, com o próprio presidente descartando outra proposição da Economia, dessa vez de congelar salários e benefícios de aposentados para obter recursos para o novo programa social.

E Bolsonaro ainda ameaçou dar cartão vermelho para quem propuser qualquer medida que resulte em tirar dos pobres para dar aos paupérrimos, como diz ele próprio. E cancelou o Renda Brasil. O nome é o de menos em um programa social (o que interessa é o dinheiro que entra no bolso de quem recebe o benefício). Tanto que o próprio presidente teria autorizado o relator do Orçamento a fazer estudos para a criação de um programa social. Mais uma vez, a atitude de Jair Bolsonaro escancara divergências entre ele a equipe econômica. E parece estranho que Paul o Guedes, logo em seguida, tenha afirmado que o cartão vermelho não é para ele. Seria então para o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, que falou sobre a proposta de congelar aposentadorias por dois anos?

A proposta de desindexar salários no Orçamento (servidores e aposentados) é defendida pelo ministro Paulo Guedes desde o primeiro minuto à frente da pasta. O congelamento dos salários abriria espaço num orçamento estrangulado por verbas carimbadas, queda de arrecadação e o teto de gastos. Mas, no caso dos aposentados, a proposta da Economia teria um peso enorme. Considerando que cerca de 65% de todos os mais de 35 milhões de benefícios pagos pelo INSS correspondem a um salário mínimo, cerca de 23 milhões de pessoas teriam seus salários congelados para que outros 15 milhões de pessoas que recebem o Bolsa-Família tivessem um aumento no benefício. É literalmente tirar dos pobres para dar aos mais pobres.

É óbvio que nessa conta entrariam também os servidores e os aposentados que recebem mais do que um salário mínimo, ampliando o universo de afetados pela proposta de desindexação dos salários. Ao expor suas divergências com a equipe econômica, por mais que isso deixe o mercado financeiro ansioso, Bolsonaro se coloca ao lado dos menos favorecidos e almeja, como todo governo populista, ser reconhecido como “pai dos pobres”. Mas, se tem o benefício eleitoral, Bolsonaro levanta sobre seu governo o custo da desconfiança.

Afinal de contas, ao desbancar publicamente Paulo Guedes, o presidente dá ao mercado o direito de imaginar que, de tanto falar, um dia ele possa tomar uma medida que comprometa o equilíbrio fiscal. Investidores não gostam de incertezas, e sem investimentos a economia brasileira continuará marcando passo. Se  R$ 600 foi suficiente para evitar uma catástrofe social durante a pandemia de coronavírus, não significará nada se não houver retomada dos empregos e elevação da renda média dos brasileiros. Os indicadores mostram que a economia parou de cair na comparação entre os meses deste ano, mas revelam também que não está acelerando quando se olha para os mesmos meses do ano passado.

Agropecuária


RS 823 BI é o montante do Valor Bruto da Produção (VBP) projetado para este ano, segundo a CNA. Alta de 13,7% sobre 2019

Previdência


Fundos de previdência resistiram à pandemia. Levantamento da Icatu Seguros revela que os saques nesse tipo de aplicação foram seis vezes menores do que no mercado aberto. O estudo considerou 43 fundos de pensão de estratégias variadas, como multimercados, ações, crédito privado e renda fixa. Esses fundos acumularam patrimônio líquido de R$ 30 bilhões no primeiro semestre.

Com participação


Empresas estão buscando reduzir custos da assistência médica, o que leva ao crescimento dos planos de saúde com coparticipação. Segundo a Aliança de Saúde Populacional e a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), houve crescimento de 13% nessa modalidade desde 2017. Pesquisa mostra ainda que 18,3% das empresas trocaram de operadora para reduzir custos.
 

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