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Estado de Minas BRA$IL EM FOCO

Programa Pró-Brasil chega com divergências em meio a outra crise

Iniciativa anunciada pelo governo não passa de um conjunto de boas intenções como tantos outros projetos e planos lançados desde a redemocratização para alavancar a economia


postado em 30/04/2020 04:00 / atualizado em 30/04/2020 08:26

Ministro Paulo Guedes não esteve presente durante o anúncio do plano, fato que causou estranheza(foto: Evaristo Sá/AFP)
Ministro Paulo Guedes não esteve presente durante o anúncio do plano, fato que causou estranheza (foto: Evaristo Sá/AFP)


O programa Pró-Brasil anunciado pelo governo na semana passada não passa de um conjunto de boas intenções como tantos outros projetos e planos lançados pelos governos desde a redemocratização para alavancar a economia. E aqui se excluem todas as mirabolâncias de troca de moeda e cortes de zero no valor das mesmas para conter a inflação. Anunciado com a presença de vários ministros, sob a coordenação do ministro da Casa Civil, general Braga Netto, o plano chamou mais a atenção pela ausência do ministro da Economia, Paulo Guedes, do que propriamente pelo conjunto de ações visando à retomada acelerada do crescimento econômico e da geração de emprego.

Se a simples ausência era sinal de divergência, ela ficou clara no início desta semana, com o próprio Guedes associando, indiretamente, o plano apresentado a outros do passado. E o Pró-Brasil com suas divergências internas e conceituais foi literalmente para o segundo plano com as trocas no Ministério da Justiça e na Polícia Federal. A crise gerada por um presidente da República que, antes de completar o segundo ano de governo, se esforça para se salvar de um lado e de outro blindar investigações contra familiares e aliados, enche de desconfiança qualquer iniciativa apresentada como forma de recuperar a economia no pós-pandemia de COVID-19.

Nas primeiras contas, apenas em infraestrutura, o Pró-Brasil teria potencial de R$ 30 bilhões em investimentos, com a geração de 1 milhão de empregos. Pelo menos na apresentação, esses recursos seriam bancados pelo Tesouro Nacional, o que desagrada à equipe econômica e deixa com o pé atrás analistas e investidores receosos de que essa possa ser uma porta aberta para aumento de gastos e de endividamento público. Outros R$ 250 bilhões viriam de concessões públicas e parcerias público-privadas. Pouco provável que em um mundo mergulhado em recessão haja, no curto e médio prazo, recursos disponíveis para projetos no Brasil. E olha que o país ficou baratinho com o dólar acima de R$ 5.

Sem recursos públicos e com escassez de dinheiro em um mundo que ficará mais pobre com a pandemia do novo coronavírus, é pouco provável que o conjunto de iniciativas para gerar emprego, que ainda serão formalmente apresentadas, sejam suficientes para alavancar o crescimento do Brasil. Pelo menos não a ponto de torná-lo sustentável e colocar fim ao crescimento econômico no ritmo de voo de galinha. Brasil em Ação no governo Fernando Henrique Cardoso e os Programas de Aceleração do Crescimento (PAC) dos governos Lula e Dilma foram exatamente o que o Pró-Brasil é: um conjunto de obras e projetos necessários ao país e que pode até representar retomada de investimentos e de geração de empregos num primeiro momento, mas que está longe de ser efetivamente um plano para retomada segura da geração de riqueza no país.

Uma política voltada exclusivamente para o aspecto fiscal não permitirá ao país alcançar taxas de crescimento necessárias para elevar o PIB e reduzir as desigualdades – que matam tanto quanto a COVID-19 e enfraquecem a produtividade e o crescimento econômico. Por outro lado, a visão desenvolvimentista carece de clareza quanto à fonte de recursos. Nesse cenário, uma opção que pode dar folga no orçamento e que deve ficar de lição da pandemia é a capacidade de envolvimento da sociedade na solução de problemas do país, com a filantropia se tornando uma fonte de recursos para investimento na sociedade. Nos Estados Unidos, a filantropia (milionários lá fazem doações volumosas a projetos sociais) chega a 2% do PIB, ou algo próximo a US$ 430 bilhões. No Brasil, é só 0,23% do PIB, ou R$ 17 bilhões (só US$ 3,2 bilhões).


FOME DO LEÃO

12,4 milhões

de declarações do Imposto de Renda de Pessoa Física foram recebidas pela Receita Federal até as 11h de ontem

Ouro vacinado

Se a maioria das atividades passou a ser afetada pelo coronavírus a partir de março, esse impacto foi diluído pela demanda alta no caso da Jaguar Mining, produtora de ouro com três operações em Minas Gerais. A empresa fechou os três primeiros meses deste ano com a produção de 21.008 onças de ouro, um crescimento de 28% em relação a igual período do ano passado. A mineradora segue operando, mas sente os efeitos da pandemia.

Adiantamento

Com a pandemia do novo coronavírus, a startup Xerpa, que trabalha com empresas para permitir o adiantamento salarial, viu os saques adiantados da remuneração mensal crescerem 61% entre fevereiro e março. A alta é de 129% no primeiro trimestre. Já a norte-americana DailyPay – que inspirou a startup brasileira – viu um salto de 400% entre 14 e 17 de março, nos saques de adiantamento salarial nos Estados Unidos.

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