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Estado de Minas BRA$IL EM FOCO

Coronavírus na economia anêmica

Para o mercado, a decisão do Copom terá de ir no mesmo sentido do Fed, que promoveu a redução das taxas para incentivar o consumo e o investimento


postado em 05/03/2020 04:00 / atualizado em 04/03/2020 22:57



A decisão inesperada do Federal Reserve Bank (Fed), o banco central dos Estados Unidos, de cortar 0,5 ponto de uma única vez na taxa básica de juros do país, que agora está entre 1% e 1,25%, mostra o tamanho do impacto que está sendo esperado para a economia com a epidemia do novo coronavírus. Um corte dessa magnitude só foi feito na crise de 2008, quando a falência do banco de investimentos Lehman Brothers desencadeou a maior crise financeira desde a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. A decisão do Fed veio na terça-feira, um dia depois de a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortar a projeção de crescimento da economia global este ano de 2,9% para 2,4%, o menor percentual dos últimos 12 anos. Em 2009, o PIB global caiu 0,5%. Para o Brasil, a OCDE manteve a projeção de alta de 1,7% do PIB este ano, contra os 2,4% do governo federal e os 2,17% do mercado financeiro.

Além do alerta da OCDE para o risco de a economia global entrar em recessão, o IBGE divulgou ontem que o PIB brasileiro de 2019 cresceu 1,1%, no pior resultado dos últimos três anos, e mais, confirmou a desaceleração da economia no fim do ano até em setores que puxaram o crescimento no ano passado, como serviços. No ano, a taxa é mais do mesmo e mostra a manutenção do ritmo lento desde que a mais forte recessão da história do país fez a geração de riqueza desabar cerca de 7%. O fato de o resultado ter ficado abaixo da metade da previsão do início do ano passado, que era de alta de 2,53%, mostra o tamanho da frustração com a atividade econômica.

Em termos de PIB, estamos no mesmo patamar de janeiro de 2013. Ou seja, a economia do país praticamente não andou nos últimos sete anos. E como a desaceleração do último trimestre encontra pela frente o coronavírus afetando os primeiros três meses deste ano e podendo jogar para menos de 2% o PIB deste ano, crescem a apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) siga o Fed e corte a taxa básica de juros, mesmo após afirmar, na ata da última reunião, quando baixou a Selic de 4,5% para 4,25%, que faria uma interrupção nos cortes.

O próprio Banco Central, em nota divulgada na terça-feira, deu sinalização clara de que pode vir a reduzir novamente a Selic. No mercado, crescem as apostas de que o BC vá reduzir novamente a Selic, com corte entre 0,25 e 0,5 ponto percentual. Inimagináveis há alguns anos no Brasil, uma taxa de juros de 3,75% ao ano, caso o Copom corte a Selic em 0,5 ponto, só será possível porque a inflação está sob controle, quer seja pela retomada ainda muito tímida do emprego e do consumo, quer seja pela queda dos preços das commodities no mundo.

Para o mercado, a decisão do Copom terá de ir no mesmo sentido do Fed, que promoveu a redução das taxas para incentivar o consumo e o investimento e amenizar o impacto provocado pelo coronavírus. “O corte de juros no mundo e no Brasil tem muito a ver com a dinâmica do choque de oferta muito brutal e de extensão incerta”, diz o economista-chefe da Acrefi, Nicola Tingas, lembrando que neste momento empresas têm problemas de fluxo de caixa e que haverá impacto no Brasil, embora menor do que no Primeiro Mundo. “O que é importante hoje é dar caminhos para a economia atravessar esse período ainda difícil e ainda de risco alto para o coronavírus”, reforça o economista.

O corte no juros permitirá ainda que não haja uma piora nas expectativas, “porque aí você tem um círculo vicioso que derruba o PIB ainda mais”. Num momento emergencial, o BC reduzirá a Selic para baratear o custo do dinheiro e dar liquidez ao mercado como enfrentamento dos efeitos econômicos do coronavírus, e em outro facilita o aumento do crédito na economia, o que, segundo Tingas, será um incentivo para manutenção da busca por empréstimo por parte do consumidor, que diante da incerteza adota uma postura de mais cautela. Com a desaceleração do consumo e do investimento afetando o PIB de 2019, o corte de juros é o remédio para que a economia brasileira se fortaleça diante dos riscos do coronavírus e possa deixar para trás o crescimento anêmico dos últimos anos.

Pressão no câmbio
Os cortes de juros ao redor do mundo vão pressionar o dólar em relação às outras moedas. No Brasil, o dólar seguirá em alta com ou sem um novo corte de juros pelo Copom. “O câmbio é o que o mercado colocar”, diz o economista Nicola Tingas, da Acrefi. Para ele, depois de passada a crise do coronavírus, a cotação do dólar tende a refluir, embora reconheça que ela ficará em um patamar mais alto do que o previsto há alguns meses. Hoje, o mercado projeta um dólar a R$ 4,20 no fim do ano, contra os R$ 3,80 previstos no início do ano.
 
Mercado lubrificado
Com 15 distribuidores espalhados pelo Brasil e mais de 500 vendedores diretos, a argentina YPF está comemorando a conquista de 3,5% do mercado brasileiro de lubrificantes. A líder de mercado é a Petrobras Distribuidora, com 18,50%, seguida pela Iconic Lubrificantes, que tem 17,55%.
 

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