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Estado de Minas REAL DESVALORIZADO

Entenda por que o dólar caro veio para ficar

Incertezas em relação aos impactos efetivos do coronavírus na economia global, as mais baixas taxas de juros do Brasil e índices apontando desaceleração da economia formam o cenário de valorização da moeda norte-americana


postado em 20/02/2020 04:00 / atualizado em 20/02/2020 07:57

Ainda que o dólar volte a R$ 4,15, estará mais de 13% acima do valor projetado de R$ 3,90 prejudicando orçamentos feitos pelas empresas(foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press %u2013 25/5/12)
Ainda que o dólar volte a R$ 4,15, estará mais de 13% acima do valor projetado de R$ 3,90 prejudicando orçamentos feitos pelas empresas (foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press %u2013 25/5/12)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pode comemorar. O dólar “um pouquinho” alto, como definiu o presidente Jair Bolsonaro, veio para ficar. Ontem, a moeda norte-americana fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo, cotado a R$ 4,365, mesmo com o Banco Central intervindo no mercado na semana passada. Isso indica que pode ser que dificilmente, no curto prazo, chegará ao patamar de R$ 4,10 previsto pelo mercado financeiro. E isso, independente da vontade de Guedes e do presidente num regime de câmbio livre.

As incertezas em relação aos impactos efetivos do coronavírus na economia global, as mais baixas taxas de juros do Brasil e índices apontando uma desaceleração da economia no fim do ano passado e início deste formam o cenário de valorização do dólar frente ao real.

Na esteira dos indicadores “ruins”, estão as quedas de 0,1% nas vendas do comércio; de 0,7% na produção da indústria e de 0,4% nos serviços em dezembro, a prévia do PIB de 2019 abaixo de 1%, indicando desaceleração depois de dois anos de desempenho fraco e recuo de 0,5 ponto na confiança da indústria em fevereiro. Embora o indicar esteja num patamar alto, aos 64,8 pontos, há indícios de desconfiança. Falas como a do ministro defendendo a moeda desvalorizada e as incertezas políticas reforçam o temor do mercado e são ingrediente para a valorização do dólar.

Expressão monetária do dinheiro norte-americano, o dólar é uma mercadoria nos mercados financeiro e comercial e como toda mercadoria, tem preços variando de acordo com a demanda e a procura. Considerando-se esse aspecto, o saldo da balança comercial ficou negativo em janeiro, o que significa menos dólares permanecendo no país, que sofre ainda com a redução dos preços das commodities, em dólar, e com o receio de menor crescimento na China, que, neste ano, previa expansão econômica da 6% (e crescerá menos), a taxa mais baixa em três décadas. Como o Brasil é grande exportador de commodities, a queda nos preços reduz o volume de recursos que ingressam no país. Menos dólares elevam a cotação da moeda dos EUA.

Quanto a prever para onde o dólar vai, a economista-chefe da Veedha, Camila Abdelmalack, disse que “a taxa de câmbio é uma variável com fatores que fogem de uma modelagem e de uma previsibilidade, mas houve uma mudança de patamar”. Para ela, como o dólar acima de R$ 4 estimula as exportações e não gera pressão de custo, “é provável que, no curto prazo, permaneça nesse patamar em função da desconfiança com os dados do primeiro trimestre, mas o patamar potencial é de R$ 4,15”. Bom para as empresas que exportam e têm custo em real e pior para as que têm pouco acesso ao mercado internacional e insumos de produção importados. As viagens para o exterior também estão mais caras.

Mesmo que volte a R$ 4,15, o dólar estará mais de 13% acima do valor projetado de R$ 3,90, impactando orçamentos feitos com esse patamar. Esse percentual é mais de três vezes a inflação de 2019, que fechou em 4,31%. Uma das formas de baixar a cotação é injetar dólares no mercado via BC. Mas, é preciso lembrar que o banco não é o gestor do câmbio, e sim da política monetária visando conter a inflação. Sendo assim, o BC tem feito leilões no mercado à vista mais para evitar que a moeda dos EUA passe de R$ 4,50 do que propriamente para que ela recue abaixo de R$ 4. Se antes o dólar gerava pressões inflacionárias quase que imediatas, hoje, em face da ociosidade da capacidade produtiva do país e da fraqueza dos indicadores econômicos neste ano, os repasses para os preços são barrados e deixam a inflação sob controle, diminuindo uma possível pressão para que a autoridade monetária intensifique sua intervenção no câmbio. Portanto, o dólar mais caro veio para ficar.


Fluxo cambial

US$ 1,49 bilhão foi o saldo da entrada e saída de dólares no país até dia 14. Na semana passada, o saldo ficou negativo em US$ 1,82 bilhão



Menos crescimento

Com as grandes companhias indicando impacto do coronavírus em suas atividades e a economia brasileira dando sinais de fraqueza, é crescente a revisão de projeções do PIB para baixo este ano. Em relatório para os clientes, o Mitsubishi UFJ Financial Group informa que reviu sua previsão de crescimento este ano de 2,8% para 2,2%. Já no relatório Focus, do Banco Central, a previsão caiu de 2,30% para 2,23%.



Cartão fintech

Pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) revela que 40% dos entrevistados utilizaram cartão de crédito de alguma fintech nos últimos 12 meses. O levantamento, com o apoio do Sebrae, mostra ainda que 45% dos consumidores utilizaram ou vêm utilizando os serviços de algum banco digital nos últimos 12 meses.

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