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Estado de Minas BRASIL EM FOCO

Acordos comerciais do governo Bolsonaro: ganhos de um lado, perdas de outro

O esforço para elevar o comércio com a Índia é louvável, mas o benefício pode ficar aquém das perdas vindas da China


postado em 30/01/2020 04:00 / atualizado em 30/01/2020 08:37

(foto: Sérgio Lima/AFP)
(foto: Sérgio Lima/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro voltou da Índia com 15 acordos assinados em diversas áreas e a promessa de esforços para elevar os negócios entre os dois países dos atuais US$ 7 bilhões para US$ 15 bilhões até 2022. Os acordos foram alardeados como ganhos, mas por ora são apenas manifestações de boa vontade em ampliar a troca de produtos, serviços e tecnologia. O mesmo vale para as outras promessas, como o acordo Mercosul – União Europeia e a possibilidade de ingresso na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). São duas janelas com potencial de aumentar a inserção do país no comércio internacional e de colocá-lo no radar dos grandes fundos de investimentos ao redor do mundo. O esforço para elevar o comércio com a Índia é louvável, mas o benefício pode ficar aquém das perdas vindas da China.

O coronavírus derrubou as bolsas na segunda-feira em todo o mundo, mas como o mercado reagiu no dia seguinte, o movimento teve um quê de especulação. E a interferência das apreensões com o impacto da doença que surgiu na cidade industrial de Wuhan no mercado financeiro pode ser apenas a ponta do iceberg que está no caminho do crescimento mundial este ano e, consequentemente, no caminho do Brasil. Analistas estimam que uma pandemia causada pelo coronavírus possa impactar a economia chinesa, com queda de 0,5 a 1,2 ponto no PIB Chinês. No ano passado, a China cresceu 6,1% e a previsão para 2020 é uma alta de 6%. Se a doença escapar do controle e provocar uma temida pandemia, essa expansão pode cair para para 5,5% ou 4,8%.

Esse menor crescimento da China, seja pela paralisação de uma das regiões mais industrializadas do país, seja pela interrupção do fluxo de turistas e de produtos e serviços, tem potencial para afetar o PIB brasileiro, elevando o rombo nas contas externas. No caso da China, além do vírus, há a primeira fase do acordo comercial com os Estados Unidos, pelo qual os chineses se comprometem a comprar US$ 200 bilhões adicionais em produtos norte-americanos. Desse total, pouco mais de US$ 30 bilhões serão em produtos agropecuários, como soja e carne. As estimativas são de que o acordo represente uma perda de US$ 10 bilhões para as exportações do agronegócio brasileiro. E essa é apenas a primeira fase do acordo para pôr fim à guerra comercial entre EUA e China.

Para se ter ideia do impacto, já no ano passado, as exportações brasileiras caíram 6,3%, com a China comprando menos do Brasil por causa da guerra comercial e da peste suína – que reduziu o consumo de soja, e também por causa da crise argentina. Esses dois efeitos impactaram o saldo comercial brasileiro, que caiu de US$ 53 bilhões em 2018 para US$ 39,4 bilhões, elevando o rombo nas contas externas em 22%, de US$ 41,5 bilhões para US$ 50,8 bilhões. Apenas a perda das exportações chega a quase o dobro do que o Brasil pode agregar com o fluxo de comércio da Índia dobrando nos próximos anos. O ano está começando e o coronavírus ainda pode ser contido, reduzindo os estragos. Mas o risco de que isso não ocorra é cada dia maior, com o aumento dos casos na China e a proliferação por outros países. Teremos ganhos futuros, mas as perdas vão ser imediatas.
 
 
R$ 3,47 trilhões Foi o volume do estoque do crédito bancário no país no ano passado, com crescimento de 6,3%, segundo o Banco Central

 

Menos impressão

O mercado de impressoras encolheu no Brasil. Apenas no terceiro trimestre, a venda desses equipamentos recuou 3,3%, engolindo o aumento de 3,3% registrado no segundo trimestre. De acordo com o estudo do IDC Brasil, foram vendidas 589.893 impressoras de julho a setembro, contra 610.373 máquinas em igual período do ano passado. Em relação ao segundo trimestre, o tombo foi maior, de 10%.

Pagando dívidas

Levantamento feito pela Lendico, uma das maiores fintechs de empréstimo pessoal on-line do país, quitar débitos ainda é o principal motivo dos pedidos de financiamento feitos na startup do setor financeiro. No ano passado, 49% dos pedidos de crédito foram para pagar dívidas, contra 42% em 2018. Ainda segundo a Lendico, 22,6% foram para empreender, 11,4% para casa, 6% para compras e 4,3% para educação.

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