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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Tempo fechado para os bolsonaristas envolvidos no 8 de janeiro

Investigações comprovam ações de ex-diretor da PRF com objetivo de impedir que eleitores do Nordeste comparecessem às urnas


10/08/2023 04:00 - atualizado 10/08/2023 07:43
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Silvinei Vasques foi preso ontem pela Polícia Federal
Silvinei Vasques foi preso ontem pela Polícia Federal (foto: EVARISTO SA/ AFP - 20/6/23)

A prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviário Federal (PRF) Silvinei Marques por ordem do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, representa um novo patamar das investigações sobre a tentativa de golpe de estado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mais dois auxiliares muito próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro também estão em apuros, o tenente-coronel Mauro Cid, que ainda está preso num quartel do Exército, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, em restrição de liberdade (usa tornozeleira eletrônica e não pode sair de casa das 20h às 8h).

As investigações comprovam ações de ex-diretor da PRF com objetivo de impedir que eleitores do Nordeste comparecessem às urnas nas eleições passadas. Essas ações foram planejadas, supervisionavas diretamente por Silvionei. Têm muita semelhança com táticas utilizadas pela extrema-direita nas eleições da Flórida e podem revelar conexões internacionais da extrema-direita brasileira.

Apreendidos nas investigações sobre o 8 de janeiro, os celulares de Naralucia Leite Dias, policial rodoviária federal que ocupava a função de chefe do Serviço de Análise de Inteligência da PRF, e Adiel Pereira Alcântara, então coordenador de Análise de Inteligência da PRF, mostram que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) omitiu dados de inteligência sobre os bloqueios nas estradas após nas eleições.

Silvinei Vasques negou que a PRF previra os bloqueios, mas está provado que mentiu.. Além da prisão preventiva do ex-diretor-geral da PRF, o ministro Moraes determinou a busca e apreensão de armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos e do seu passaporte. Análises desse tipo de informações já trouxeram à tona informações surpreendentes, como a tentativa de venda de um relógio Rolex supostamente de propriedade do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo tenente-coronel Mauro Cid. O fato foi revelado por um email de uma secretária do gabinete pessoal da Presidência encontrado na lixeira de caixa postal do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O militar era uma espécie de faz tudo, inclusive as coisas erradas.

Espionagem


Ontem, também surgiram revelações de que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência continuou sendo monitorado por Mauro Cid após a posse do presidente Lula. Dois ex-ajudantes de ordens Gabinete de Segurança Institucional (GSI) continuaram recebendo informações sobre as viagens de Lula: Cleiton Henrique Holzschuk recebeu e-mails até abril deste ano, e Osmar Crivelatti, hoje assessor de ex-presidente de Jair Bolsonaro (PL), até 3 de julho passado.

Mauro Cid recebeu informações sobre detalhes de segurança Lula nas viagens do presidente da república a Pequim e Xangai, na China; Brasília; Foz do Iguaçu (PR); e Boa Vista (RR). Três militares do GSI supostamente atuaram como espiões: Márcio Alex da Silva, do Exército; Dione Jefferson Freire, da Marinha; e Rogério Dias Souza, da Marinha. Os três trabalharam no Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro.

O certo aos golpistas está se fechado. O ministro Alexandre de Moraes fez um balanço do andamento de ações penais contra os acusados de participação na ionvasão dos três Poderes: o STF recebeu e analisa 1.295 denúncias, das quais 232 por associação criminosa armada, dano qualificado, abolição do Estado Democrático de Direito. Somente quatro dessas denúncias não estão prontas para julgamento.

Numa outra frente, os partidários de Jair Bolsonaro também estão em apuros. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cancelou a convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento Sem-Terra (MST). Simultaneamente, o líder do governo, José Guimarães, articulou a mudança de representantes dos partidos que participam do governo na comissão, o que deixou a opopsiçao em mnoria. O relator da comissão, Ricardo Sales (PL-SP), bolsonarista, anunciou que a CPI não será prorrogada em setembro. É a mão de Lira.
 


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