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Estado de Minas ENTRE LINHAS

João Doria e Sergio Moro iniciam a dança do acasalamento da terceira via

Governador de São Paulo e ex-ministro da Justiça iniciam conversas para a campanha presidencial


30/11/2021 04:00 - atualizado 30/11/2021 07:17

João Doria
João Doria venceu as prévias do PSDB para disputar o Palácio do Planalto (foto: CARLOS VIEIRA/CB/D.A.PRESS)


O governador de São Paulo, João Doria, e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro inauguraram a dança de acasalamento da chamada “terceira via”, cada qual sinalizando suas prioridades para a escolha de um vice na chapa que pretendem encabeçar. Estão observando a pista Ciro Gomes (PDT), Henrique Mandetta (DEM), Alessandro Vieira (Cidadania), Rodrigo Pacheco (PSD) e Simone Tebet (MDB), todos pré-candidatos, que parecem dispostos a aguardar a orquestra encerrar a sessão de boleros e começar o sertanejo para decidir o que vão fazer.

Nem bem comemorou a vitória nas prévias do PSDB, o governador paulista revelou que gostaria de uma mulher na chapa como vice, num recado claro para Simone Tebet, a senadora que preside a Comissão de Constituição e Justiça do Senado e se destacou na CPI da Pandemia. Doria tem boas relações com o ex-presidente Michel Temer e uma aliança com o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, responsável pelo lançamento da candidata sul-matogrossense. Tebet tem mais apoio na bancada do Senado do que entre os deputados liderados por Rossi.

Catapultado pelas redes sociais, nas quais lavajatistas e ex-bolsonaristas pocaram seu nome, o ex-ministro Sergio Moro surfa a onda de sua filiação ao Podemos e procura ocupar o espaço vazio deixado pela queda de popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e a estagnação dos concorrentes da chamada terceira via. Até agora, Moro fez movimentos muito precisos, a começar pela indicação do economista Celso Pastore para cuidar da sua relação com a turma da Faria Lima.

Moro não cometeu erros e explora o baixo índice de popularidade do presidente Jair Bolsonaro, que segundo pesquisa Atlas divulgada ontem, está em 29% de aprovação, contra 65% de desaprovação. Moro priorizou sua movimentação na direção dos militares, ao filiar o general Santos Cruz ao Podemos, e troca afagos com o vice-presidente Hamilton Mourão, que tem a pretensão de disputar o governo do Rio de Janeiro. Sinaliza certa prioridade na montagem dos palanques regionais. Aqui em Brasília, por exemplo, fortalece a candidatura de Antônio Reguffe (Podemos).

Ciro Gomes é uma espécie de feinho no baile. Não conseguiu atrair o PSB para uma aliança, nem os partidos de centro-esquerda. Com as articulações para formação de uma federação encabeçada pelo ex-presidente Lula, que reuniria PT, PSB e Psol, o ex-governador do Ceará pode perder mais espaço político, além de ter sido ultrapassado por Moro. O resultado é a forte pressão da bancada federal do PDT para que retire sua candidatura, em favor da incorporação da legenda à frente de esquerda que está sendo formada. Ninguém sabe até quando o presidente do PDT, Carlos Lupi, resistirá às pressões.

Decantação

Henrique Mandetta já se posiciona como vice, embora não tenha retirado a pré-candidatura na União Brasil, cuja sobrevivência temporária está relacionada à escolha do governador Doria nas prévias do PSDB, o que afastou qualquer possibilidade de aliança com os tucanos. O presidente da União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), chegou a anunciar que a legenda apoiaria o ex-ministro Moro, mas o ex-ministro da Saúde se manteve como pré-candidato. A União Brasil é uma força eleitoral de centro-direita, na qual o presidente Bolsonaro ainda tem muita influência, principalmente na Câmara.

Não muito diferente é a pré-candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que não decola. Até os pés-de-moleque de Ouro Preto sabem que o sonho do presidente da legenda, Gilberto Kassab, é emplacar o presidente do Senado na vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas essa é uma aliança difícil de ser costurada na legenda, que é muito conservadora. A sustentabilidade da candidatura de Pacheco está muito associada à política de Minas, por suas relações com senador Antonio Anastasia (PSD) e o deputado federal Aécio Neves (PSDB), um desafeto do governador Doria.

Outra pré-candidatura no salão é a do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que se destacou na CPI da Pandemia e lidera, no Senado a resistência ao chamado orçamento secreto. O senador sergipano é um dos articuladores da chamada terceira via; por enquanto, dança sozinho. Seu partido é assediado por Moro, que conta com apoio do líder da bancada na Câmara, Alex Mainente (SP), e por Doria, que já conversa com o presidente da legenda, o ex-deputado Roberto Freire. O Cidadania deve manter a pré-candidatura e esperar o cenário decantar.


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