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Estado de Minas ENTRE LINHAS

O favoritismo de Lula diante da gestão desastrosa de Bolsonaro na pandemia

Ex-presidente teve suas sentenças na Lava-Jato anuladas e poderá se candidatar no ano que vem


16/04/2021 04:00 - atualizado 16/04/2021 07:25

Lula não disse ainda se será candidato no ano que vem, com o argumento de que ainda é cedo(foto: MIGHEL SCHINCARIOL/AFP - 10/3/21)
Lula não disse ainda se será candidato no ano que vem, com o argumento de que ainda é cedo (foto: MIGHEL SCHINCARIOL/AFP - 10/3/21)


O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou ontem a anulação de todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por 8 a 3, com base no princípio do “juiz natural”, pedra basilar do chamado devido processo legal, invocado pela defesa de Lula desde quando o processo começou a andar na 13ª Vara Federal de Curitiba, sob a batuta do então juiz SErgio Moro.

Quando a revisão do caso do ex-presidente da República começou a ser ventilada, nos bastidores do Supremo, o presidente Jair Bolsonaro imaginava que Lula como adversário seria meia reeleição garantida, mas a vida está mostrando, com a pandemia de COVID-19, que a roda da Fortuna girou em favor do petista.

Como já era de se esperar, a reação de Bolsonaro e seus aliados será na direção de contestar a decisão do Supremo e desacreditar os integrantes da Corte, além de intensificar a narrativa de que houve fraude nas eleições passadas e de que o voto eletrônico não é seguro.

Os propósitos golpistas dessa narrativa são conhecidos, porém, não têm encontrado eco nos meios políticos, nem mesmo entre os aliados do Centrão, e também nas Forças Armadas, apesar das insatisfações com a decisão. A ideia de que a polarização com Lula seria a chave da vitória nas eleições de 2022 está furada.

A decisão de ontem do Supremo anulou as condenações de Lula por um aspecto formal, o foro de seu julgamento deveria ser o Distrito federal e não, Curitiba. Isso não significa que Lula tenha sido inocentado, porque o processo terá que ser reiniciado (há controvérsias sobre a anulação de provas).

Entretanto, a narrativa de que Lula foi injustiçado por SErgio Moro é cada vez mais robusta, pela revelação de suas conversas com os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato e, também, por causa da decisão da Segunda Turma que aprovou a suspeição do ex-juiz na condução do processo, por 3 a 2.

Esse é outro assunto que terá que ser examinado pelo plenário do Supremo, podendo ter sérias consequências para o ex-magistrado, um pré-candidato à Presidência ainda encabulado.

Mudança de cenário

A presença de Lula na disputa mudou completamente o cenário eleitoral de 2022. A expectativa de poder que a possibilidade de reeleição garante aos ocupantes do Palácio do Planalto, no caso de Bolsonaro, está sendo volatilizada pela pandemia de COVID-19, a recessão econômica e o mau desempenho do governo federal em muitas frentes.

As políticas públicas que contavam com certo consenso nacional e reconhecimento internacional foram substituídas pela improvisação, pelo obscurantismo e pela incompetência administrativa, além de um viés ideológico reacionário. Isso correu na política externa, no meio ambiente, nos direitos humanos, na cultura e na educação, mas é na saúde pública que o desastre pôs no telhado a reeleição de Bolsonaro em 2022.

Cada dia que passa, as consequências da má gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello mostram-se mais graves, com o agravante de que o novo ministro, Marcelo Queiroga, embora tenha flexibilizado a narrativa governista, está capotando na área administrativa da pasta. Hoje, é o principal responsável pelo colapso do fornecimento de insumos para tratamento dos casos graves de COVID-19, principalmente os kits de incubação.

Como o Ministério da Saúde requisitou toda a produção nacional e não consegue atender à demanda, hospitais de vários estados estão entrando em colapso. Pacientes estão sendo amarrados nas UTIs para retirar não retirarem os tubos de respiração ou deixando de ser intubados, por falta de analgési cos adequados e outros recursos, o que acaba aumentando o número de óbitos.

Com a CPI da COVID-19 em funcionamento no Senado, o custo político dos desatinos de Bolsonaro na pandemia e da incompetência dos militares na Saúde será altíssimo e se prolongará para além da pandemia, por causa do grande número de mortos.

Isso significa que Bolsonaro está derrotado e Lula com o caneco na mão? Não, ninguém ganha eleições de véspera. Lula já foi favorito antes e perdeu a eleição, em 1994, para Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

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