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Seleção Brasileira: vale a pena esperar por Carlo Ancelotti?

O problema é o tempo que esse novo treinador terá para fazer os ajustes. Ou melhor, o tempo que será perdido com essa espera


15/06/2023 20:29 - atualizado 16/06/2023 08:33
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Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, em entrevista
Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid (foto: PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP)
Em fevereiro de 2022, Tite anunciou a data em que deixaria o comando da Seleção Brasileira. Determinou que sua missão à frente da equipe se encerraria após a Copa do Mundo do Catar, que seria disputada dali a 10 meses. Pois bem: seis meses se passaram desde o adeus de Tite, em dezembro do ano passado, e a cadeira ainda está vazia. Mais do que isso: pode continuar desse jeito por mais um ano.

O grande alvo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é Carlo Ancelotti, que já afirmou, reafirmou, repetiu, enfatizou, ratificou e deu dezenas de entrevistas dizendo que cumprirá o contrato com o Real Madrid - o vínculo vai até o fim de junho de 2024. 

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, estaria tão determinado a contar com o italiano que, extraoficialmente, noticia-se que ele esperaria até que o treinador estivesse disponível para assumir a equipe canarinho. Até lá, os jogadores seriam comandados por um interino. Uma ideia que tem encontrado resistência.

Em que pese Ancelotti ser um dos principais nomes entre treinadores no mundo, valeria mesmo a pena tanta espera? Qual seria o prejuízo para a formação do grupo com vistas à Copa do Mundo de 2026? De antemão, é possível dizer que grande.

Tite comandou a Seleção em 81 jogos, com 60 vitórias, 15 empates e seis derrotas. Deixou o cargo com 80,2% de aproveitamento, deu início a uma transição de gerações - com a ascensão de Vinícius Júnior e Rodrygo, entre outros, no futebol europeu -, mas a falta de títulos expressivos rendeu a ele mais críticas que elogios. 

Até foi campeão, da Copa América de 2019, fez ótimas campanhas com a Seleção nas Eliminatórias e levou a Brasil a duas quartas de final de Copa do Mundo. Como não passou disso, teve seu trabalho considerado aquém das expectativas.

Quem chegar vai pegar uma base deixada por Tite, com os novos valores, mas também o desafio de encontrar uma nova espinha dorsal. Desde o início dessa busca, os estrangeiros estiveram no topo da preferência da CBF. Pep Guardiola (recentemente campeão da Liga dos Campeões com o Manchester City) foi outro cogitado. Falou-se também em Jorge Jesus. Mas é Ancelotti o "queridinho".

O problema é o tempo que esse novo treinador terá para fazer os ajustes. Ou melhor, o tempo que será perdido com essa espera. Desde a saída de Tite, o time tem sido comandado interinamente por Ramon Menezes, treinador da Seleção Sub-20. Disputou um amistoso - derrota por 2 a 1 para o Marrocos - e fará mais dois nos próximos dias, por data Fifa: neste sábado, enfrenta Guiné e, na terça-feira, joga contra Senegal.

Mas, nessa jornada até meados do ano que vem haverá compromissos importantes. Neste ano, o Brasil vai iniciar a caminhada rumo ao Mundial de 2026, disputando seis jogos pelas Eliminatórias Sul-Americanas, entre setembro e novembro. Vai encarar, nesse período, Bolívia, Peru, Venezuela, Uruguai, Colômbia e Argentina.

Já há dois amistosos marcados para as datas Fifa de março do ano que vem: um contra a Espanha, no Santiago Bernabéu, dentro da campanha contra o racismo nos estádios de futebol, e outro contra um adversário ainda a ser definido.

O mais importante dos compromissos na agenda será a Copa América, marcada para começar em 14 de junho - 15 dias antes do encerramento do contrato de Ancelotti com o Real Madrid. 

Para uma equipe que precisa iniciar um trabalho, da formação do time ao conhecimento do novo treinador, é muita oportunidade desperdiçada. Espera que pode comprometer seriamente os próximos passos e sobretudo o sonho de voltar a erguer a taça de uma Copa do Mundo. 

Neste momento, não basta apenas analisar o currículo do técnico que assumirá a função e pagar qualquer preço - além dos muitos euros de salário - para contar com ele.

Um nome de peso no cenário internacional seria bem-vindo, claro. Mas desde que ele de fato esteja presente nesse processo. E, quanto antes, melhor, pois já estamos atrasados.

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