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O cruzeirense Davó e outros apelidos do futebol brasileiro

Toda vez que Matheus marcar gols, lá estará também o toque de dona Helena, que o acompanha desde os primeiros chutes


12/01/2023 19:30 - atualizado 12/01/2023 19:39

Cada vez que Matheus Alvarenga de Oliveira chega a um novo clube, ele precisa se explicar. De onde vem o nome futebolístico? Pois o apelido do novo atacante do Cruzeiro tem origem muito singela, e a culpada é dona Helena, avó do jogador.

Era ela que cuidava dele na infância enquanto os pais trabalhavam. Dona Helena levava à escola, às aulas de futebol, a todo lugar. Quando chegava para buscá-lo, logo identificavam o neto dela, diante de tantos homônimos: era o Matheus da avó. E assim virou: Matheus Davó.

Ele é um dos reforços contratados pelo clube celeste para o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro depois de três temporadas amargando o purgatório da Segunda Divisão. Toda vez que Matheus marcar gols, lá estará também o toque de dona Helena, que o acompanha desde os primeiros chutes.

Como Davó, muitos jogadores adotam apelidos que se tornam a alcunha oficial deles no mundo da bola. Em alguns casos mais radicais, raramente se usa – ou até mesmo é de conhecimento geral – o verdadeiro nome.

Veja o ex-técnico da Seleção Brasileira Tite. Até nas ocasiões e locais mais formais, nada de Adenor Bacchi. Era Tite. O curioso é ele acabou apelidado por outro treinador famoso: Luiz Felipe Scolari.

Os dois se conheceram na década de 1970. Zagueiro em fim de carreira no Caxias, Scolari indicou o garoto Ade (apelido de Adenor na época do colegial) para fazer teste no clube depois de assisti-lo em ação, formando o meio-campo do time da escola com Altemir - o Tite. Ade foi aprovado, mas Scolari trocou os apelidos, e Ade adotou o Tite, que o acompanha até hoje.

Ficando na seara da Seleção Brasileira, poucas pessoas devem identificar Carlos Caetano Bledorn Verri. Mas, se falar Dunga, não tem erro. O gaúcho de cara fechada ganhou a alcunha de um tio, quando era criança, por ser franzino. Em um momento bem-humorado, durante uma entrevista, ele brincou: "Erraram o apelido. Sempre fui Zangado".

Outro que ficou marcado no folclore do futebol pelo apelido (e também pelos poucos sorrisos) foi o volante Capitão. Jogador que mais vezes vestiu a camisa da Portuguesa, ele integrou uma fase áurea da equipe, nos anos 1990, que lançou nomes da qualidade de Dener, Zé Roberto e Rodrigo Fabri.

Apesar de ter sido capitão da maioria das equipes que defendeu, não foi por isso que ganhou o apelido. O ex-camisa 5 da Lusa já contou que tem a ver com a cidade onde cresceu, Capitão Leônidas Marques, no Paraná.

Como os repórteres se atrapalhavam com o nome dele, Oleúde, acabou pegando emprestado o da cidade. Claro que ele também sempre foi perguntado sobre a inspiração dos pais para batizá-lo assim: Capitão logo avisava que nada tem a ver com a capital mundial do cinema, Hollywood.

Mas capitalizou em cima disso, admitiu certa vez: "Foi só uma ideia brilhante dos meus pais mesmo (risos). Queira ou não, essa história sempre me ajudou, chamava atenção dos repórteres".

Esses apelidos, nos últimos anos, se tornaram menos frequentes. De uma geração mais nova, é possível listar casos pitorescos, que incorporaram animais de sobrenome e assim fizeram carreira.

São os casos de Paulo Henrique Ganso (um roupeiro da base do Santos usava a ave para denominar jogadores lentos e fracos tecnicamente, e assim avaliava o camisa 10), Alexandre Pato (que na verdade tem a ver com a terra natal dele, Pato Branco), Júnior Urso (que seria pelo fato de ele gostar de dormir e por um penteado que chamou a atenção dos companheiros), Flávio Caça-Rato (segundo ele porque, na infância, caçava ratos com estilingue), Edson Ratinho (pela velocidade nos gramados) e Walter Minhoca (pelo jeito de driblar), só para citar alguns.

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