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A receita que fez do Atlético bicampeão do Brasileiro e da Copa do Brasil

São muitos os fatores que ajudaram a construir esse time, mas sem dúvida as qualificações técnicas, físicas e mentais do grupo acabaram se sobressaindo


16/12/2021 18:58 - atualizado 16/12/2021 19:40

Jogadores do Atlético erguem a taça da conquista da Copa do Brasil, na Arena da Baixada
O Atlético ergue a taça da Copa do Brasil pela segunda vez ao bater o Athletico-PR na decisão (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Desde que o Atlético engatou a quinta marcha, lá para meados de agosto – a arrancada pode ser estabelecida naquela atuação perfeita na goleada por 3 a 0 sobre o River Plate, no Mineirão, pela Copa Libertadores, em 18 de agosto –, comentaristas de todo o país se tornaram quase monotemáticos na busca por explicações sobre como o alvinegro pavimentou o caminho rumo a dois bicampeonatos nacionais (do Brasileiro e da Copa do Brasil) com tamanha autoridade.

Não dá para apontar um só herói. Nem tampouco determinar que foi mera sorte. O Galo que em 2021 venceu, venceu e venceu foi resultado de uma conjunção favorável de virtudes.  

Esses ingredientes são primordiais para forjar os times campeões, mas é difícil saber, previamente, se a receita vai vingar. O caminho só se conhece com o caminhar. No caso do Atlético, o alicerce foi tão forte que a certa altura ficou claro que o destino final, nas duas competições, seria a taça. 

São muitos os fatores que ajudaram a construir esse time, mas sem dúvida as qualificações técnicas, físicas e mentais do grupo acabaram se sobressaindo e sendo determinantes. O que veio a reboque disso foi apenas consequência. É possível listar os cinco pontos mais importantes para essa construção, que são muito interligados. Então, vamos a eles.

1) Um jogador definidor - Todo time campeão precisa de um jogador que você sabe que vai decidir o jogo quando a coisa apertar. Aquele que sabe o que fazer com a bola. Que intimida os adversários. O Atlético teve Hulk, e Hulk teve o Atlético. Com 36 gols, ele foi artilheiro não só do Brasileiro e da Copa do Brasil como de toda a temporada no futebol do país, desbancando Gabigol, do Flamengo, que se sustentou no posto por três anos. Hulk marcou de pênalti, de falta, de pé esquerdo, pé direito, de cavadinha, de cabeça... O repertório foi vasto e ajuda a explicar por que para muitos eles foi o craque do ano no Brasil.

2) A força do conjunto - Hulk brilhou, mas o Atlético não foi exército de um homem só. As campanhas dos dois bicampeonatos só foram possíveis porque o time teve um raro equilíbrio em praticamente todas as posições. Everson operou milagres sob as traves (não foram poucas as vezes em que suas defesas valeram como gols), Júnior Alonso foi a estabilidade da zaga, Jair e Zaracho essenciais para a movimentação no meio-campo, Arana o impulso pela esquerda e Keno (e Hulk) infernizando os adversários na frente. Eles formaram uma espinha dorsal consistente, amparada por jogadores como Nathan Silva, Mariano, Allan (tão essencial quanto Jair), Nacho (que em muitos momentos foi o cérebro do time), Vargas e Diego Costa – que mal chegou e já se entrosou com time e torcida. Sem contar jogadores que saíam do banco para encorpar a equipe, especialmente Savarino e Eduardo Sasha, e jovens valores como Calebe.

3) Harmonia - Com um grupo tão homogêneo e com tantos jogadores em condição de ser titular em qualquer time do Brasil, seria natural que, ao longo da temporada, um ou outro amargasse, temporariamente ou não, a reserva, por momento técnico, desgaste físico ou preferência do treinador. E aí entrou uma eficiente administração de egos, para que os jogadores deixassem aspirações pessoais de lado em prol do objetivo coletivo. Pelo menos publicamente foram poucas as manifestações de insatisfação. De vez em quando alguém saía chutando um copinho d'água, mas aparentava ser mais de frustração pelo desempenho ou por querer continuar em campo do que rusgas com Cuca. E o fim acabou justificando os meios. 

4) Força física - O Atlético chegou inteiro até os 45min do segundo tempo do último jogo da temporada, contra o Athletico-PR. Foi um time incansável. Bem preparado. Lutando pela bola mesmo quando esteve à frente no placar. De novo, não dá para não destacar Hulk, o símbolo de todo esse vigor: aos 35 anos, foi o jogador que mais atuou na equipe atleticana e no futebol brasileiro em geral (4.598 minutos entre Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores e Copa do Brasil). De maneira uniforme, o Atlético foi um time intenso, e muito disso partiu do ótimo trabalho da preparação física do clube, encabeçada por Cristiano Nunes. Envolveu poupar jogadores no período de maior maratona de partidas, enxergar o todo, planejar os passos. E foi assim, com movimentos calculados, que o Galo teve fôlego até o apito final – literalmente.

5) Retaguarda financeira - Não dá para negar que sem o respaldo financeiro dificilmente a jornada seria tão bem-sucedida. Além de possibilitar as contratações de peso, ajudou a garantir a tranquilidade de trabalho – aquela, que costuma faltar assim que falta também o salário do trabalhador, qualquer que seja ele. No futebol não seria diferente. E como dizem por aí que dinheiro atrai dinheiro, com o Atlético também foi desse jeito: só de premiações, em 2021, foram R$ 145 milhões. Somando bilheteria e transmissão dos jogos, o montante passa dos R$ 220 milhões (valor bruto). Cifra para investidor nenhum botar defeito.


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