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Estado de Minas JUVENTUDE REVERSA

Alô BBB22!!! Envelhecer é uma conquista e precisa ser respeitada!

Concordo que o BBB é um entretenimento medíocre, mas não se pode dizer que seja o único - mediocridade é o que não falta tanto na TV aberta como no streaming


27/01/2022 06:00 - atualizado 27/01/2022 07:50

Participantes do BBB 22 sentados no sofá da sala principal do reality
(foto: Reprodução/ Globo )
Devo ler um livro, assistir um filme, fazer alguma coisa que vai acrescentar algo de importante na minha vida ou acompanhar o BBB – Big Brother Brasil? São perguntas que me faço todos os anos.  

Encontrei na Web várias críticas ao BBB e, resumidamente, apurei cinco principais razões para não assistir esse programa: 

  • É um entretenimento medíocre;
  • É um tipo de programa que promove a alienação da sociedade;
  • Incentiva e contribui para a “burrificação” da sociedade brasileira;
  • Incentiva a fofoca e a perversidade nas relações humanas;
  • É um tipo de programa que afronta os valores cristãos, relativizando a família, a moral e a decência;

Concordo apenas que se trata de um entretenimento medíocre, mas não se pode dizer que seja o único - mediocridade é o que não falta tanto na TV aberta como no streaming. Mas o que realmente me causa repulsa é ver pessoas gritando por qualquer motivo, como se berreiro fosse sinônimo de alegria e felicidade. Todavia, devido a uma suspeita de Covid, tive que me recolher depois de uma viagem e encarei 3 dias de “pay per view” do BBB22. Não foi minha primeira vez. 

A edição de 2022, assim como a anterior, se dividiu entre o grupo do Camarote, formados por pessoas famosas, e o da Pipoca, com anônimos. Dos dez famosos, já conhecia o Tiago Abravanel, que tem sido apontado como um cavalo de Tróia enviado pelo SBT ao BBB. Dizem as más línguas do Twitter que o Silvio Santos infiltrou o neto no programa de maior faturamento da Rede Globo com a ideia de transformar o BBB num jogo de “brothers bonzinhos”, sem sal e sem confusão. Se isso for verdade, é nessas horas que a gente percebe o poder da experiência dos mais velhos, e o Silvio Santos, mais de sessenta anos de carreira, tem que ser reconhecido como uma pessoa realmente brilhante. 

Além do Abravanel, há também o Douglas Silva, que interpretou Dadinho no maravilhoso filme Cidade de Deus, longa indicado ao Óscar. Além desses dois, Maria e Arthur Aguiar formam o time de atores da edição. Também no time do Camarote está a Jade Picon, que chega a faturar entre 2 a 5 milhões por mês como influenciadora, mesma profissão de Brunna, outra famosa que pontua no time do Camarote, atual esposa do fenômeno do Funk, a cantora Ludmilla. Já Pedro Scooby, surfista conhecido como ex-marido da onipresente atriz Luana Piovani e Paulo André, desconhecido até então por mim, representam os atletas nacionais. Naiara Azevedo e Linn da Quebrada, por sua vez, são artistas relevantes da música brasileira, segundo a mídia.  

Se considerarmos fatores como engajamento nas mídias, diversidade de cor, de gênero e de classe social, o pluralismo social estaria bem representado.  Mas, e os idosos? O mais velho dos famosos é o Abravanel, 34 anos, e a mais jovem é Jade, 20 anos. Onde estão os idosos? 

A indústria do entretenimento parece descartar esse segmento. Assim como ocorre com várias outras indústrias, os idosos são simplesmente ignorados. Ninguém se preocupa em saber como pensam, brigam, namoram ou jogam. Ora, o envelhecimento é uma qualidade humana que precisa estar pontuada até mesmo em entretenimentos medíocres. 

O BBB 16 apresentou sua participante mais velha, de 64 anos, a Harumi, que hoje já deve ter 70. Volta, Harumi! Conte-nos em primeira pessoa sobre o legado de amor e liberdade que a juventude transviada da década de 70 deixou para o Brasil. Venham, idosos, revelar para a sociedade brasileira as suas experiências de vida, tornando o BBB um programa muito mais interessante e cheio de histórias.



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