(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas COLUNA DO JAECI

SAF ou modelo antigo?

As SAFs chegaram, mas o modelo de gestão continua arcaico, principalmente no quesito treinador


07/10/2023 04:00 - atualizado 07/10/2023 07:34
741

Ronaldo e Pepa (ex-Cruzeiro)
Mesmo com o discurso das SAFs de trabalho a longo prazo, o técnico Pepa (D) foi demitido pelo Cruzeiro depois de cinco meses no comando da equipe (foto: GUSTAVO ALEIXO/CRUZEIRO)


Quando as SAFs chegaram ao Brasil, todos imaginávamos que teríamos um modelo europeu, principalmente na preservação dos treinadores, independentemente da campanha. Pois o que temos visto é justamente o modelo antigo, onde um técnico perde cinco jogos e é mandado embora. Aconteceu com Pepa, no Cruzeiro, e, mais recentemente, com Bruno Lage, no Botafogo. A verdade nua e crua é que as decisões no futebol brasileiro são tomadas com base na pressão das torcidas ou das facções organizadas. Elas invadem CTs, halls de hotéis, ameaçam jogadores e os dirigentes acabam reféns. Alguns continuam com a velha prática de bancar salas, celulares, caravanas e viagens para as facções. Bruno Lage foi chamado de “burro”, em coro, no Nílton Santos, segunda-feira, e John Textor, dono do Botafogo, não aguentou a pressão. As SAFs estão aí, mas o modelo de gestão continua arcaico.

Covardia com Luxemburgo

O Corinthians fez uma grande covardia com o técnico Vanderlei Luxemburgo, que pegou terra arrasada e deu um norte ao clube. Ao demiti-lo para a contratação do péssimo Mano Menezes, o presidente do Corinthians deu um tiro no pé. Quis dar satisfação as facções organizadas e acabou eliminado da final da Sul-Americana pelo Fortaleza. Luxemburgo tem uma linda história no Timão, e só largou a aposentadoria justamente por ter amor ao clube. Com um time fraquíssimo em mãos, tirou leite de pedra e conseguiu levar o alvinegro às semifinais da Sul-Americana, empatando o jogo de ida. O castigo veio a cavalo e o Corinthians agora vai brigar para não cair no Brasileirão. É o que restou.

Tite quer R$ 2,5 milhões

Tite disse que se “trabalhasse em algum clube brasileiro nesta temporada poderia ser chamado de mentiroso”. Pois não é que ele não resistiu a investida do Flamengo e deve assinar contrato com o rubro-negro para começar o trabalho após a data-Fifa! Porém pediu R$ 2,5 milhões mensais, um absurdo. Nada como um bom salário, morar no Rio de Janeiro, empregar seu filho e sua patota. Tite não quer estrear contra o Corinthians, pois tem um amor incondicional pelo ex-clube, onde, aliás, ganhou tudo. No Flamengo, terá carta branca para montar seu grupo, visando 2024. Mas se não conseguir levar o Flamengo à Libertadores, vai brigar apenas por Brasileiro e Copa do Brasil, já que Campeonato Carioca nada vale. Eu não acredito no trabalho dele e sua trupe. Retranqueiro, patoteiro e com aquele linguajar dos técnicos gaúchos: “pega, marca, mata a jogada”. O Flamengo não sabe jogar assim, pois tem o DNA ofensivo. Vale lembrar que o rubro-negro ainda tem o melhor grupo do país e que se os jogadores quiserem e o técnico não atrapalhar, com certeza eles podem ganhar as competições. Vale lembrar que Bandeira de Melo, homem que organizou a casa do Flamengo, financeiramente, deverá ser candidato de oposição ao grupo de Landim e, dessa forma, Tite ficaria mesmo só enquanto Landim for presidente, já que Bandeira não é a favor do trabalho do treinador.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)