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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Botafogo campeão será a redenção do verdadeiro futebol

A campanha do Botafogo é digna de aplauso e deve servir de exemplo para os demais clubes


16/07/2023 04:00
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Tiquinho Soares, atacante do Botafogo
Tiquinho Suares é o grande destaque do Campeonato Brasileiro, infernizando a defesa dos adversários e garantindo vitórias ao Botafogo (foto: Vitor Silva/Botafogo)


Como é bom ver o Botafogo liderar o Brasileirão, e com 10 pontos de frente para o segundo colocado, o Flamengo. Aliás, a competição mais parece o Campeonato Carioca, pois dos quatro primeiros, três são cariocas: Botafogo, Flamengo e Fluminense. O Grêmio, em terceiro, é o “estranho no ninho”. O Fogão virou SAF e muito bem administrado por John Textor, que entende do riscado. No jogo pela Sul-Americana, lá estava ele, entre os torcedores: “assistir ao jogo aqui é mais gostoso”, disse.

A geração “nutella” não sabe o que significa a história do clube da estrela solitária. O Botafogo de Garrincha, Nílton Santos, Didi, Zagallo, Jairzinho, Gérson e tantos outros gênios que vestiram aquele manto sagrado. Nos três títulos Mundiais, em 1958/1962/1970, o Botafogo cedeu inúmeros jogadores, que brilharam também com a camisa amarela. Também, não havia erro: eram todos monstros sagrados do nosso futebol, numa época em que havia pelo menos dois gênios por posição. Ver o Botafogo liderar o Brasileiro, com folga, causa felicidade nesse flamenguista aqui, pois sei da importância do alvinegro para a história do nosso futebol.

A última grande campanha foi em 1995, aquele time comandado por Túlio Maravilha, Gonçalves e Gotardo, e tantos outros grandes jogadores, que honraram a torcida. De lá para cá, alguns rebaixamentos e muitas decepções. Mas isso é coisa do passado e o Botafogo, com um time bem normal, mas coeso e competitivo, mostra que nem sempre o dinheiro resolve. Bastou um gestor sério, que paga salários em dia e que montou um grupo sem nenhum medalhão, mas consciente do que deveria ser feito.

Nem mesmo a saída do técnico Luiz Castro abalou o grupo, que joga por música. Eu não me sentaria diante da TV para assistir a Botafogo e Grêmio, num domingo à noite. Mas o fiz, porque gosto de ver os grandes jogos e os grandes espetáculos. Esse Botafogo joga bem em sua casa ou na arena dos adversários. Sabe muito bem o que faz com a bola e não existe retranca.

Cláudio Caçapa dirigiu o time em dois jogos e saiu para dar lugar a Bruno Lage, com 100% de aproveitamento. O Botafogo é isso, um time encaixado, onde entra uma peça e sai outra, mas nada muda. Os jogadores conheceram o caminho das vitórias e fazem uma campanha espetacular com 14 jogos e 36 pontos, em 42 possíveis. O Botafogo não empata: 12 vitórias convincentes e um “tal” de Tiquinho Suares infernizando as defesas. É o nome do Brasileirão.

Muitos achavam que o Botafogo era “fogo de palha”, mas, faltando cinco jogos para o fim do turno, ele mostra que é fogo mesmo, e não palha. Pela média dos últimos Brasileiros, precisaria de mais 36 pontos para ser campeão, 38, para não ter sustos. Com 74 e a baixa média dos demais, o Botafogo levantaria o caneco, sem dúvida nenhuma. Como faltam 24 jogos e 72 pontos em disputa, conquistar mais 38 pontos não seria nada demais para esse Botafogo de agora.

Digamos que o clube alvinegro mantenha os 100% em sua casa. Só isso já seria suficiente para a conquista da taça. E vale lembrar que, normalmente, o campeão do turno mantém a regularidade e levanta o caneco no final. Seria excepcional ver o Botafogo campeão, desbancando os “multimilionários” Flamengo e Palmeiras. O rubro-negro jogou dinheiro no lixo, contratando e demitindo treinadores, e escolhendo jogadores de qualidade duvidosa.

O Palmeiras parece em queda livre, pois Abel Ferreira não consegue tirar mais dos seus comandados. Portanto, me parece sim ser o ano do Botafogo, e seria um grande exemplo para os demais. Organização, qualidade de um grupo mediano, gente séria no comando, diretor de futebol que não faz conchavo com empresários e técnicos que não atrapalham e sabem mexer o doce. Está aí a simples receita do virtual campeão brasileiro de 2023.

Não acredito que o Botafogo possa ter uma queda acentuada. Claro que um ou outro tropeço será normal, mas os jogadores querem e já perceberam que são capazes de desbancar os poderosos. Sinceramente, pelo bem do futebol, Botafogo campeão Brasileiro e Fluminense campeão da Libertadores seria fantástico para o nosso futebol. Mostraria que nem sempre os “bilhões”, caso do Flamengo, são suficientes para levantar taças.

É preciso gente séria, organização e um grupo coeso, sem vaidades ou medalhões. O Bota é fogo, meus amigos e minhas amigas, e não é de palha! Obrigado John Textor, você está dando uma aula para os seus pares, com gestão transparente, competente, eficiente e vencedora. E, se por ventura houver tropeços e o título não acontecer, não tem problema. A campanha do Botafogo é digna de aplauso e deve servir de exemplo para os demais clubes, que não têm o dinheiro do Flamengo, mas que têm dirigentes mais sérios, mais competentes e mais qualificados.

Triste fim de carreira

Neymar foi oferecido ao Barcelona, que recusou. Alegou não ter dinheiro, pois o fair-play financeiro na Espanha é rígido, e diz que ele poderia “estragar o vestiário”. Real Madri nunca se interessou por ele, nem tampouco o City, de Guardiolla. O United ameaçou uma proposta, mas recuou. O Chelsea também não teve coragem. O jeito será ele ficar mesmo no PSG, contrariado e contrariando a torcida do time de Paris.

Que triste fim da carreira para um jogador que despontou como um gênio, mas que se comportou como coadjuvante, a carreira toda. Claro que ele ainda terá mais uns anos de futebol pela frente, mas, com duas cirurgias no tornozelo, eu não acredito mais.

A nossa carência de craques nos fez colocar Neymar num pedestal que ele nunca mereceu. Está bilionário, sem ter ganhado nada na Europa, pois deu a sorte de ter surgido numa geração que fica milionária do dia para a noite. Qualquer jogador vendido para a Europa, hoje, no primeiro contrato ganha o que Ronaldo, Romário e outros gênios jamais ganharam na carreira toda. São os novos tempos, de muito dinheiro e pouco futebol. Pobre Neymartao! rico financeiramente, tão pobre esportivamente e pessoalmente. São as escolhas da vida.




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