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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Pelo tetra da Inter ou pela primeira Orelhuda do City

"Aqui em Istambul só se fala em favoritismo do time inglês. As apostas chegam a dar 90% para o time de De Bruyne e apenas 10% para o de Lautaro Martinez"


10/06/2023 04:00
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Fachada do estádio Olímpico Ataturk
Estádio Olímpico Ataturk receberá a final da Liga dos Campeões, em Istambul. O Manchester City enfrentará a Inter de Milão na final (foto: Marco BERTORELLO / AFP)


ISTAMBUL – Pepe Guardiola e Simone Inzaghi, técnicos do Manchester City e Inter de Milão, respectivamente, decidem hoje a Liga dos Campeões da Europa, no Estádio Olímpico de Istambul – que terá transmissão do SBT/Alterosa –, com diferenças gritantes. Enquanto o catalão gastou ao longo da carreira, em contratações, quase R$ 10 bilhões, o italiano gastou apenas 1/5 disso. O City investiu mais de 1 bilhão de libras para montar esse time que vai em busca do primeiro título da Champions. A Inter, tricampeã, é bem mais modesta. Por isso, bato numa tecla: gostaria de ver Guardiola dirigindo um time médio da Europa, sem o investimento que tem, para ver até onde chegaria. Diego Simeone, técnico do Atlético de Madri, chegou em duas finais de Champions, mas, por infelicidade, pegou o Real Madrid pela frente e perdeu ambas. Isso sim é um belo trabalho, pois o Atlético de Madrid é um dos times médios da Europa. Porém, sabemos que pela fama que pegou, Guardiola jamais treinará uma equipe desse nível. É cobiçado pelos maiores times do mundo, com orçamentos fantásticos. Não quero desmerecer seu trabalho, mas contando com os melhores jogadores do mundo, até eu chegaria à final da competição.

Aqui em Istambul não se fala em outra coisa que não seja o favoritismo deslavado do time inglês. As apostas chegam a dar 90% para o time de De Bruyne e apenas 10% para o de Lautaro Martinez, campeão do mundo com a Argentina, no Catar. Não sou muito bom de palpite, mas acho que a Inter vai ganhar por 2 a 1. Não subestimem o futebol italiano. Além da forte marcação, é uma escola pragmática, que sabe dar o bote na hora certa. Claro que o City tem jogadores mais talentosos e badalados, mas isso não implica dizer que já é o campeão. Já vimos a Seleção Italiana entrar numa Copa do Mundo desacreditada, brigada com a imprensa, se classificar por um gol marcado e faturar o caneco. Isso foi em 1982, quando eliminou a terceira melhore seleção de todos os tempos, a Brasileira, de Zico, Cerezo, Éder e cia. Os italianos se fingem de mortos e pegam o coveiro.

No jogo contra o Real, combalido e com jogadores machucados e fora de forma, o City atropelou, fez 4 a 0 e um jogo quase perfeito. Daí o seu favoritismo gritante. Porém, a Inter está inteira, se dá ao luxo de ter Lukaku no banco. Halland é a bola da vez no City, mas passou em branco diante do Real Madrid. Simoni Inzaghi não é bobo e saberá armar um esquema para anular o atacante norueguês. A Inter é um time muito bem montado, que se comporta bem em todos os setores, bastante equilibrado. Entendo o favoritismo do time mais badalado do mundo atualmente, mas algo me diz que o futebol vai pregar uma peça hoje. É apenas intuição, o que não significa dizer que estou certo. Muitos aqui falam que o City vai golear. Não vejo times italianos tomando goleadas assim. Em 2010, no Santiago Bernabéu, vi a Inter ganhar do poderoso Bayern por 2 a 0, dois gols do argentino Diego Milito. Naquela oportunidade, o time alemão era o franco favorito, mas a Inter tinha o retranqueiro e estrategista José Mourinho. Quem sabe Inzaghi não repete o feito hoje?

Istambul e o Estádio Olímpico estão preparados para a grande decisão. Tenho andado pelas ruas do país e visto a quantidade de refugiados sírios, iranianos e afegãos. Uma tristeza. Pedintes a cada esquina, crianças pelas ruas na madrugada, enfim, um caos. O povo é acolhedor, embora um pouco agressivo em algumas situações. O país vive uma grave crise econômica e sofre pressão de todos os lados, pois uma parte fica na Europa e outra na Ásia. O estádio é bastante longe do centro, mas há metrô, que nos deixa praticamente na porta. Nunca apostei em sites, mas se eu usasse essa prática, apostaria minhas fichas na Internazionale. Se ela é a zebra da vez, pode confirmar isso fazendo um grande jogo e liquidando o “favoritaço” City. No fim, vou torcer para um grande jogo, um 4 a 3, por exemplo, e que o torcedor seja o grande vencedor. Façam suas apostas!

Carrasco do Brasil na África

Tive o prazer de ser convidado para o aniversário do holandês Wesley Sneijder, carrasco do Brasil na Copa da África, na noite de ontem, na espetacular boate Oligark, às margens do Estreito de Bósforo, com um grupo de amigos. Sneijder foi muito amável comigo e conversamos sobre aquele jogo. Foi ele quem fez os dois gols da Holanda, que eliminaram o Brasil. Foi ele quem cobrou a falta que Felipe Melo desviou contra o próprio gol. E foi ele também quem marcou o gol da virada sobre o Brasil, que vencia por 1 a 0, gol de Robinho. Lembramos que Felipe Melo, irresponsável e grosseiro, pisou em Robben e foi expulso. Ali o Brasil se viu liquidado. A Champions League nos permite estar com essas feras. O holandês é um dos ídolos da Inter de Milão e aqui no Galatasaray também foi protagonista. Quando ele chega nos lugares, as portas se abrem, pois os turcos são fanáticos por futebol. Obrigado, Sneijder, vida longa e muita saúde. Foi uma noite inesquecível. Antes, jantei com Jardel, artilheiro do Porto, Grêmio e Galatasaray, que eu não via há anos. Felizmente, ele está recuperado dos terríveis momentos que viveu por causa das drogas, e refazendo sua vida. É um cara alegre, de tiradas interessantes e sempre foi muito solícito comigo. Ele me disse: “se eu fiz mal nessa vida, foi para mim mesmo. Sou incapaz de magoar alguém”. Que bom vê-lo com saúde e longe das drogas. Seu filho estava conosco, joga na Itália, mas está buscando um espaço aqui na Turquia. Não é atacante, atua no meio-campo, tem 1,93 metro e se parece muito com o pai. Jardel Filho tem 26 anos e ainda sonha em deslanchar no futebol. O peso do nome do pai, vai carregar durante a carreira.

Ancelotti

O técnico confirmou sua permanência no Real Madrid para a próxima temporada, frustrando o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. O grande sonho dele era estar aqui em Istambul, hoje, dia do seu aniversário. Foi justamente aqui que ele perdeu sua única decisão de Champions, em 2005, contra o Liverpool. O Milan vencia por 3 a 0, no primeiro tempo, sofreu o empate no segundo, na prorrogação o placar ficou inalterado e, nas penalidades, o time inglês acabou campeão. Uma derrota doída. Parece que Istambul e Ancelotti não nasceram um para o outro.


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