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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Os "reis de copas" duelam e só um deles avançará

"Não é para qualquer um ter 11 taças da mesma competição juntos. Se o Cruzeiro avançar, brigará pelo hepta, e o Grêmio estará no caminho do hexa"


17/05/2023 04:00
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Lance da partida em que o Cruzeiro venceu o Grêmio por 1 a 0
Cruzeiro e Grêmio se enfrentaram pela segunda rodada do Brasileiro de 2023, no Independência, em jogo vencido pelo time mineiro por 1 a 0 (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)


Hoje é dia do jogo dos dois maiores gigantes da Copa do Brasil, competição instituída em 1989, que teve o Grêmio como primeiro campeão. Depois veio o Flamengo, em 1990, Criciúma em 1991, com Felipão no comando. O Cruzeiro ganhou a sua primeira Copa do Brasil em 1993 e, de lá para cá, tomou gosto pela competição, a ganhando seis vezes. O Grêmio vem logo atrás com cinco conquistas. Ambas as equipes foram vice-campeãs algumas vezes. São 11 títulos ao todo e, a partir desta noite, só um deles seguirá. A partida de volta será dia 31, em Belo Horizonte. O Cruzeiro, maltratado e saqueado em 2018 e 2019, viveu o inferno da Série B em 2020 e 2021. Em 2022, foi campeão e subiu com os pés nas costas. Este ano, começou mal no Mineiro – que na verdade não vale nada, assim como todos os estaduais pelo país –, mas recuperou-se e está dando gosto de ver a equipe atuar no Brasileirão. Um time sem estrelas, sem badalação, mas eficiente, bem organizado, agrupado e com qualidade. Um técnico desconhecido, que vem mostrando toda a sua competência. Aliás, o Grêmio já sentiu a força do “Cabuloso”, ao ser derrotado por 1 a 0 na competição nacional, mas que poderia ter levado uma goleada. O Cruzeiro passou o “rolo compressor” e perdeu um “caminhão” de gols.

Os dois times são os verdadeiros “reis de copas”, pois não é para qualquer um ter 11 taças da mesma competição juntos. Se o Cruzeiro avançar, brigará pelo hepta, ao passo que se der Grêmio, o hexa poderá estar a caminho. São dois gigantes do nosso futebol. O Grêmio tem três Libertadores e apenas dois Campeonatos Brasileiros. O Cruzeiro tem duas Libertadores e quatro Brasileiros. Como é bom falar de equipes vencedoras, que têm história para contar. É sabido que Renato Gaúcho adora ganhar copas. É um especialista no assunto. Mas se há um título que a torcida do Cruzeiro confia muito é justamente a Copa do Brasil. O clube conhece os atalhos como poucos. É jogo para casa cheia na Arena Grêmio e no Mineirão. Ambos vão faturar uma boa grana, mas o que eles mais querem é avançar. E vale lembrar que ganhar a Copa do Brasil, que dá ao clube campeão uma fortuna de quase R$ 100 milhões, representa o caminho mais curto para a Libertadores, já que o campeão assegura vaga. No Brasileirão, o time precisa disputar 38 rodadas e ficar entre os quatro primeiros. Se bem que hoje até o oitavo colocado tem vaga na pré-Libertadores. A competição ficou banalizada, embora seja a de mais representatividade na América do Sul. Façam suas apostas. Eu, como já disse, não gosto de apostar dinheiro em nada. Porém, não hesitaria em por 80% das minhas fichas no Cruzeiro e 20% no Grêmio. Que me perdoe meu amigo-irmão Renato Gaúcho, mas, em se tratando de Copa do Brasil, sou mais o Cruzeiro Cabuloso!

Futebol na lama

Concordo com o craque Paulo César Caju, colunista, um dos maiores jogadores que vi atuar e, para mim e Zagalo, um dos que mais se aproximaram de Pelé, quando ele diz que o “futebol brasileiro está desmoralizado e na lama”. As denúncias de jogadores se vendendo são gravíssimas e sujam as partidas nas quais eles tiveram participação a favor da quadrilha de apostas. O STJD vai afastar, preventivamente, os investigados, mas alguns clubes já se anteciparam e afastaram ou rescindiram os contratos. O América, por exemplo, mandou Nino Paraíba embora. Manipulação de resultados e jogos dá cadeia de 2 a 6 anos, mas aquele que for condenado, e houver a comprovação da participação no esquema, não terá emprego em lugar nenhum. Qual o clube contratará um atleta que se vendeu, forjou cartões, cedeu escanteios ou cometeu penalidades. Se o esquema vem de anos anteriores, não me furto a dizer que todas as competições estão manchadas. Um pênalti pode decidir uma taça. Estamos há 21 anos sem ver a cor da Copa Fifa, a mais importante do mundo e, quando a Copa de 2026 começar, igualaremos nosso pior jejum de 24 anos na fila. Uma vergonha para um futebol sem craques, sem dirigentes competentes, sem uma equipe referência. É o fundo do poço e esse escândalo só vem confirmar aquela velha frase: “o futebol brasileiro é uma vergonha dentro e fora de campo”.


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