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Estado de Minas coluna do jaeci

Não é pela derrota. É porque não deu liga!

O trabalho de Coudet, até aqui, não deu resultado. Acredito que a demissão dele é questão de tempo, principalmente se o Galo for derrotado pelo Athletico-PR


17/04/2023 04:00

Caso o Atlético resolva romper o contrato com Eduardo Coudet terá que pagar multa de R$ 26 milhões, valor muito alto por um técnico que nunca ganhou um título expressivo
Caso o Atlético resolva romper o contrato com Eduardo Coudet terá que pagar multa de R$ 26 milhões, valor muito alto por um técnico que nunca ganhou um título expressivo (foto: Pedro Souza/Atlético)

A derrota do Atlético para o Vasco, no Mineirão, é absolutamente normal, como seria normal também uma vitória sobre o time carioca, no jogo de volta, no returno do Brasileirão, no Maracanã ou em São Januário. Equipes grandes perdem e ganham jogos contra os rivais que não definem título. Na competição nacional, perder pontos para adversários medianos ou fracos, sim, pode complicar. Mas, quando a parada é entre gigantes do futebol – e por mais que o Vasco tenha caído quatro vezes, ele é um gigante com quatro títulos brasileiros e um da Libertadores –, vitórias e derrotas acontecem.

O que me causa espécie é perceber que o trabalho de Eduardo Coudet, até aqui, não deu resultado, não deu liga. Acredito até que a demissão dele é questão de tempo, principalmente se o Galo for derrotado pelo Athletico-PR, pela Libertadores, pois ficará em situação delicada no grupo. E não haverá como fugir da multa de R$ 26 milhões. Como um dirigente, em sã consciência, põe uma multa desse tamanho para um técnico que nada ganhou e que não tem história?

Além do problema Coudet, o Atlético contratou mal, pois Patrick e Edenílson, que fizeram boa dupla no Inter, foram mal no São Paulo e até agora não disseram nada no Galo. Hulk continua sendo a referência, Zaracho nunca mais recuperou seu belo futebol de 2021, e no mais é um time absolutamente comum. Como também são comuns as outras 19 equipes que disputam a Série A, talvez com uma pequena vantagem para Palmeiras, Fluminense e Grêmio.

Repito: o problema não foi estrear com derrota e sim o mau futebol que a equipe atleticana tem apresentado nesta temporada. Atualmente, se dá aos treinadores um protagonismo que eles não tinham no passado. As estrelas eram os jogadores e não havia essa obrigatoriedade de os técnicos darem coletivas após os jogos. Mas, como no Brasil tudo que existe de ruim na Europa os dirigentes copiam, resolveram introduzir isso por essas bandas. Copiar calendários sérios, datas e o futebol de primeira linha dos europeus, a gente não consegue. Aliás, não conseguimos nem acabar com os estaduais, que só existem no Brasil.

Há quem aposte na recuperação do Flamengo, pela chegada de Jorge Sampaoli. Eu discordo. Pior do que estava com Vitor Pereira, é impossível, mas, mantendo minha coerência, Sampaoli é argentino, de 63 anos, e nunca treinou Boca e Ríver, principais clubes do seu país. Foi campeão da Copa América com uma geração de ouro do Chile, em 2015, ganhou um campeonato chileno e uma Sul-Americana, títulos absolutamente inexpressivos.

Onde vai, briga com todo mundo, pede um “caminhão” de contratações, se o jogador não dá certo, o encosta, e vai embora, deixando um prejuízo danado. Foi assim no Santos e no Atlético Mineiro, e não acredito que será diferente no Flamengo. Aliás, enquanto ele estiver treinador do rubro-negro, abro mão de torcer pelo meu time. Se bem que há tempos eu já não ligo. Torço pela minha família e meus poucos e grandes amigos, que são meus bens maiores.

Clube de futebol é apenas uma instituição criada para o lazer, com vários jogadores, que nem formados nos clubes são, ganhando fortunas, e dirigentes que se apropriam dos cargos para ganhar dinheiro, projeção e visibilidade, explorando a boa fé dos adeptos. Há tempos já me desiludi com o esporte bretão no Brasil. Claro que quando o Flamengo ganha, fico feliz, mas já não tenho aquele amor de outrora, e, pra falar a verdade, nunca fui lunático, nem fanático. Quando ouvi outro dia um torcedor dizer que seu clube era mais importante que sua família, realmente eu percebi em que mundo doente estamos vivendo.

E vale lembrar que os dirigentes, que se acham donos dos clubes por ocuparem tal cargo, vão passar. Alguns até ganharam títulos, mas como figuras decorativas, são tão inexpressivos que serão apagados da história. Temos vários exemplos no Brasil em que os torcedores nem lembram quem era o presidente na conquista. Ao passo que outros serão lembrados eternamente.

Assim é a vida. Não adianta o cara forçar a barra, fazer charminho para o torcedor, porque ele sabe quem é quem. Quem manda de verdade, quem contrata, quem põe o dinheiro e por aí afora. Vou citar alguns exemplos de presidentes eternos: Felício Brandi, Nélson Campos, Elias Kalil, Márcio Braga, Francisco Horta, Alexandre Kalil, Valmir Pereira, Eurico Miranda, Alberto Dualib e outros nomes que esta memória cansada já não lembra. Esses presidentes estão na memória e no coração dos torcedores de suas equipes.

Por falar em lembrança, nem que o Atlético faça “mil eventos” na sua nova e belíssima casa, Arena MRV, vai apagar o descaso com dois dos maiores ídolos do clube: Dario e Diego Tardelli. Não convidá-los para a inauguração, sábado, por mais que justifiquem em nota, não há como explicar o inexplicável. Uma falha grave. Vi tanta gente que nada fez pelo clube, nas imagens e fotos que circulam por aí, e esses dois ídolos, duas legendas, ficaram de fora.

E estão magoados, com toda a razão. Mas, como digo, o clube não pertence a ninguém, exceto aos torcedores. Convidados eles não foram, mas quem vai apagá-los da história do clube? Já alguns que lá estiveram nunca serão lembrados. Vão passar sem deixar saudades ou marcas profundas na nação alvinegra. Respeito ao ídolo é coisa sagrada e não se deve brincar com isso.

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