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Estado de Minas JAECI CARVALHO

Na Copa dos trilhões, donos da casa estreiam com derrota

No quesito organização, o Catar está dando um banho. Se o futebol é plural, ele pode chegar a outras partes do mundo, porém, com lisura e transparência


20/11/2022 15:47 - atualizado 20/11/2022 16:34

Festa da torcida equatoriana. Tristeza dos donos da casa
Festa da torcida equatoriana. Tristeza dos donos da casa (foto: Odd ANDERSEN / AFP )
DOHA – Foi uma bela festa de abertura, e o protagonista foi o ator Morgan Freeman, com sua voz imponente. Cânticos peculiares a cada torcida dos 32 países foram ecoados também. A imagem do Emir do Catar, Tamim Bin Hamad, apareceu no telão do belíssimo estádio Al Bayt, o povo delirou e aplaudiu.
 
O estádio tem a forma de uma tenda árabe no deserto, com capacidade para 60 mil pagantes. Foi gasto R$ 1,3 trilhão na infraestrutura do Mundial, numa das Copas mais caras da história, que deixou vários dirigentes presos e banidos. Recentemente, o ex-presidente da Fifa, Josep Blatter, declarou que “foi um erro a Copa no Catar”.
 
Agora é tarde! De qualquer forma, os 8 estádios são belíssimos e tudo funciona como manda o figurino. Tudo é muito luxuoso. Mármores especiais até nos banheiros, metrô espetacular. Via de acesso aos estádios com engarrafamentos muito mais pela falta de experiência dos organizadores. Um povo amável, sempre disposto a nos ajudar.

Antes de a bola rolar, a taça Fifa foi exposta no meio do gramado, em tamanho gigante. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, deus as boas-vindas aos torcedores e decretou a abertura da Copa, oficialmente. No palco do jogo, o gramado perfeito, e logo após a festa de abertura, o aquecimento dos jogadores do Catar e Equador.
 
Seria legal os donos da casa estrearem com uma grande vitória, mas não seria nada fácil, pois o time equatoriano é uma equipe muito bem treinada. Numa falha grotesca do goleiro do Catar, a bola sobrou para Valencia, de cabeça, fazer 1 a 0, o primeiro gol do Mundial. Porém, após consultar o VAR, o árbitro anulou, alegando impedimento! Será? Mas aos 14 minutos, Valencia, sempre ele, sofreu pênalti e o árbitro não teve dúvidas em marcar. O próprio Valencia cobrou com categoria, e marcou.
 
Equador 1 a 0. O time catariano é muito inocente e fraco. Deve ser eliminado na primeira fase. Nesse grupo, Holanda e Equador deverão ficar com as duas vagas. Senegal, sem Sadio Mané, e o Catar, não têm muita perspectiva. É ruim quando os donos da casa saem na primeira fase, mas quando se apostou na Copa aqui, era sabido que as chances do time catariano eram bem reduzidas. O segundo gol foi novamente de Valencia. Ele recebeu o cruzamento e cabeceou bonito, no cantinho. 2 a 0.
 
Festa da torcida equatoriana. Tristeza dos donos da casa. A torcida do Catar era barulhenta e não parava de cantar, mesmo com o placar adverso. Aí os torcedores equatorianos responderam com “Equador, Equador, Equador”. No fim do primeiro tempo, o atacante catariano perdeu a chance de diminuir, cabeceando sozinho, para fora.

Percebi muitos lugares vazios, o que denuncia a falta de dinheiro do povo, pois os donos da casa estavam estreando. Os governantes poderiam muito bem comprar ingressos e distribui-los.
 
Não quero aqui entrar na questão política, nem tampouco da possível violação de direitos humanos. Não me compete. Prefiro elogiar o que foi feito, embora todos saibamos que esse Mundial deveria ter sido disputado nos Estados Unidos, que só o farão em 2026, junto com México e Canadá.
 
É importante dizer que a cidade de Doha ficou lindíssima, com obras espetaculares. O metrô é excepcional, as ruas bem cuidadas, novos apartamentos que estão servindo de abrigo para os jornalistas, já que os preços dos hotéis estão bem salgados.
 
Enfim, no quesito organização, o Catar está dando um banho. Se o futebol é plural, ele pode, sim, se permitir chegar a outras partes do mundo, porém, com lisura e transparência.

O Equador era dono do jogo. “Parecia que tomava doce da mão de uma criança”. O time catariano, limitadíssimo e fraco, fazia o que podia, para, pelo menos, não ser goleado. O Equador foi soberano, é um time muito bem armado, com jogadores técnicos e de qualidade.
 
Não acredito que irá muito longe na Copa, mas não passará vergonha. E, neste momento, já tem o artilheiro da Copa com 2 gols. Valência joga muita bola e foi premiado com os dois gols que poderiam ter sido 3, caso o VAR não anulasse o primeiro gol. Eu não confio nessas tais linhas traçadas, mesmo com a nova tecnologia da Fifa, para o impedimento, implantada neste Mundial.
 
E assim terminou o jogo. O Equador fatura seus 3 primeiros pontos. O Catar, perde e não irá a lugar nenhum nesse Mundial. Restará apenas, torcer por outras seleções. Confesso que não foi fácil me manter acordado, depois de 24 horas entre voos e espera, e na chegada aqui, às 6 da manhã deste domingo. Só fui dar uma relaxada, bem tarde, após o jogo.
 
Porém, eu faço tudo pelo futebol. É uma grande paixão, que me mantém vivo e com o gás de um novato. Nesta segunda-feira farei o jogo Estados Unidos x País de Gales. Como vocês sabem, tenho motivos sólidos para torcer pela seleção norte-americana, já que eu e minha família nos tornamos cidadãos. Tenho esse privilégio de torcer para o Brasil e Estados Unidos. Que ambos possam ir bem longe nesta Copa do Mundo. 

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