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Estado de Minas coluna do jaeci

Parreira e Arnaldo falam do sorteio da Copa e de momentos no torneio

Parreira diz que o Brasil está pronto para a Copa e que provou isso nas Eliminatórias: "está prontinho e isso é muito bom. Mudanças podem ocorrer até na Copa"


09/04/2022 04:00

Campeão com a Seleção Brasileira em 1994, nos Estados Unidos, Carlos Alberto Parreira não vê facilidade no grupo do Brasil
Campeão com a Seleção Brasileira em 1994, nos Estados Unidos, Carlos Alberto Parreira não vê facilidade no grupo do Brasil (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 17/3/10)

Recebi o técnico campeão do mundo em 1994, Carlos Alberto Parreira, e o ex-árbitro e comentarista, Arnaldo Cézar Coelho, aqui em casa, na quinta-feira, para um jantar, onde o cardápio foi o sorteio da Copa do Mundo do Catar e as chances do time brasileiro. Com a autoridade de quem participou de 11 Copas do Mundo, ganhando duas delas – em 1970 Parreira era preparador físico auxiliar de Admildo Chirol –, ele disse que não vê facilidade no grupo do Brasil e lembra que em 2018, na Copa da Rússia, empatamos com a Suíça: “não tem grupo fácil em Mundiais. É uma competição de tiro curto e qualquer vacilo, você pula fora”. Tive um momento muito especial, quando ganhei a Copa de 94, aqui nos Estados Unidos. Eu não tive rancor, e comemorei muito. Fui criticado como retranqueiro, mas isso não existe. Quando você está sem a bola tem que fazer o quê? Marcar. Um time que tinha Jorginho, Cafu, Branco, Leonardo, Dunga, que saía para o jogo. Bebeto, Raí, Romário, não pode ser chamado de defensivo. Nós nos defendíamos muito bem sem a bola, e com 8, pois Bebeto e Romário não voltavam. Era um time equilibrado em todos os setores, daí o sucesso na conquista, depois de 24 anos.”

Parreira diz ainda que não há nenhuma “seleção bobinha ali no nosso grupo. A Suíça vai dar trabalho, a Sérvia é o antigo futebol iugoslavo e Camarões está em sua oitava Copa do Mundo, com jogadores que atuam no futebol europeu. Dá pra se classificar se jogar com seriedade, mas não teremos moleza”. Para Arnaldo Cézar Coelho a preocupação é com a arbitragem, já que a CBF não tem nenhum representante de peso na comissão de arbitragem da Fifa. “Tem que ter gente nossa lá. Sempre teve, mas perdemos prestígio. Não adianta porque não se ganha Copa do Mundo sem trabalho de bastidores. Não é que tenha que ter alguém para ajudar o time brasileiro, mas sim para ficar em cima, para não sermos prejudicados. Hoje o árbitro não tem responsabilidade nenhuma. É tudo com o VAR, e eu sempre critiquei esse dispositivo. O árbitro holandês deu um pênalti em Neymar num jogo da primeira fase. O VAR o chamou e anulou o pênalti, alegando que o jogador simulou. Ora! Foi pênalti indiscutível. Se tivéssemos força no quadro de arbitragem da Fifa, a penalidade seria confirmada. Tem que ficar de olho. O Brasil não tem mais força na arbitragem mundial”.

Eu lembrei de uma conversa com o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que era membro do quadro de arbitragem da Fifa, quando ele me disse que Sep Blatter, ex-presidente da Fifa, escalou o italiano Perluigi Colina para apitar Brasil x Alemanha, na final da Copa de 2002. Ricardo disse não a Blatter, mas, num jantar, antes do anúncio oficial sobre quem seria o árbitro, chamou Colina e disse: “Colina, você vai apitar a final!” Segundo ele, Colina ficou perplexo, pois seria um europeu apitando uma final de Copa em que havia uma equipe européia. O ex-dirigente então disse: “o Brasil confia em você, tenho certeza de que fará uma arbitragem imparcial”. O resultado foi Brasil 2 x 0 Alemanha, e no primeiro gol, Ronaldo fez falta no jogador alemão, roubou-lhe a bola, tocou para Rivaldo, e pegou o rebote de Kahn, para fazer o primeiro gol brasileiro. São detalhes que o torcedor não fica sabendo.

Parreira diz que o Brasil está pronto para a Copa e que provou isso nas Eliminatórias: “está prontinho e isso é muito bom. Mudanças podem acontecer até durante a Copa. Os jovens, convocados recentemente, entraram bem e isso dá ao treinador a condição de mesclar experiência e juventude.” Arnaldo diz que não importa que árbitro brasileiro seja selecionado para o Mundial: “não adianta o nome, pois quem apita é o VAR. Ele revisa gol, impedimento e tudo o mais. Na minha época eu apitava sozinho e tinha milésimos de segundos para uma decisão. Apitei a final de 1982 Itália 3 x 1 Alemanha, e não tive nenhum problema. Marquei pênalti e não hesitei. Hoje, o VAR é uma muleta para o árbitro”.

Ele lembrou da Copa de 1978, quando Parreira era técnico do Kwait, e o Emir daquele país entrou em campo e conversou 2 minutos com o árbitro e o gol da França, contra o Kwait foi anulado: “o Parreira conhece muito bem essa história. Será que o Emir do Catar também vai invadir o campo e anular gols contra sua seleção?”. Parreira diz: aquele fato foi inédito em Copa do Mundo e até hoje é lembrado.

Parreira termina dizendo que até agora não recebeu convite da Fifa para ser observador, o que já aconteceu em 4 edições. “Confesso a você que se não houver convite, não ficarei triste. Em 11 Copas do Mundo, estive como preparador físico, técnico, coordenador ou observador. Ficar em casa e assistir junto a minha família, será ótimo. Uma experiência inédita para mim”. Torcer pelo Brasil, de casa, vai ser bom também.” Arnaldo também não irá. Ele se despediu como comentarista de arbitragem, na Rússia, em 2018. “Pra mim já deu. Conquistei tudo o que sonhei com a arbitragem. É hora de curtir a família e assistir a Copa pela TV”. Ambos compraram apartamento aqui em Miami, e estão sempre juntos, curtindo a vida com suas famílias.

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