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Estado de Minas

Em tempos de COVID-19, vidas em primeiro lugar. Depois, economia e futebol

Estou com saudade de ver os jogos, principalmente da Champions League, mas não me frustraria se o futebol mundial não voltasse nesta temporada


postado em 23/04/2020 04:00

Times de futebol já retornaram aos treinos na Alemanha, como o Bayern, mas retomada das partidas segue indefinida(foto: CHRISTOF STACHE/AFP)
Times de futebol já retornaram aos treinos na Alemanha, como o Bayern, mas retomada das partidas segue indefinida (foto: CHRISTOF STACHE/AFP)

 

Os principais clubes da Europa têm se reunido para buscar uma solução para a volta do futebol. Na Holanda, os governantes já disseram que não querem futebol nesta temporada. Italianos não sabem quando vão recomeçar – foi o país europeu mais atingido, com dezenas de milhares de mortes. Na França, há uma sugestão para que comece o calendário em novembro, levando em conta que a Copa do Mundo de 2022 será disputada nesse mês, no Catar. A Inglaterra garante o fim da Premier League e das Copas do país neste ano. Portugal já tem times treinando, com dois jogadores em cada parte do campo. A Espanha ainda está tímida com relação à volta. É uma situação grave e delicada.

 

Se os clubes do Velho Mundo estão passando aperto, imaginem os nossos, que andam de pires nas mãos. Estou com saudade de ver os jogos, principalmente da Champions League, mas não me frustraria se o futebol mundial não voltasse nesta temporada. Preservar a vida das pessoas é o que mais importa. Já tivemos a Segunda Guerra Mundial e o futebol parou, lógico! De lá pra cá, acredito que seja a primeira paralisação geral, por causa do inimigo invisível chamado novo coronavírus.

 

Aqui nos Estados Unidos há uma grande preocupação com uma possível volta da pandemia, depois de controlada nesta primeira fase. É o país com mais casos e mais mortos no planeta. Portanto, todo cuidado é pouco. As praias, que seriam reabertas gradativamente, continuam fechadas até o fim de junho. Bares, restaurantes e similares só funcionam por delivery. Os esportes estão completamente parados, e na NBA já se fala em fim da temporada e recomeço somente da próxima – 2019/2020 ficaria sem campeão.

 

São medidas sensatas, priorizando o ser humano e não o comércio. Podemos recuperar a economia de vários países, mas a vida de uma pessoa que seja, jamais. Sabemos da ganância do mundo e dos grandes empresários, aqueles para quem a cor do dinheiro é o que importa, seja conquistado de forma legal ou ilegal. Porém, é preciso responsabilidade num momento tão difícil da humanidade. Salvar vidas e não eliminar!

 

No Brasil, os clubes, quebrados (não pelo coronavírus, mas por más gestões), insistem na realização do Brasileirão com 38 rodadas, começando tão logo a pandemia passe. Gente, existe a possibilidade de essa pandemia permanecer como um pesadelo até agosto ou setembro, sem contar um segundo surto. Entendo a posição dos dirigentes em querer salvar suas instituições – que, na verdade, são dos torcedores. Porém, é preciso responsabilidade.

 

Se não houver mais futebol nesta temporada, não há o que fazer. E ainda vejo o Fluminense dizer que vai contratar o Fred e pagar a ele R$ 500 mil mensais. Realmente, nada vai mudar. Tenho visto muita gente esperançosa de que essa pandemia será um divisor de águas, inclusive eu, para a mudança de postura da humanidade. Balela! Ninguém vai mudar.

 

Os ricos e soberbos, que se acham donos do mundo pelo poder do dinheiro, vão continuar do mesmo jeito, pisando nas pessoas. Quando tudo voltar ao normal, se voltar, eles se sentirão mais poderosos, pois quem quebra são os pequenos comerciantes. Os gigantes continuarão mais gigantes, mesmo que seus negócios sejam escusos. Mesmo que tenham enriquecido às custas da desgraça dos outros. O ser humano em geral é assim. Quer pisar na cabeça do outro.

 

Sou um cara que ama o futebol, saudosista, pois vivi a grande época do futebol brasileiro, e que se liga no futebol mundial de segunda a domingo. Se o futebol brasileiro ou mundial não voltarem, sentirei muita falta, mas não vou morrer por causa disso. Sou jornalista de formação, que trabalhou na geral na TV Globo por anos, e continuo fazendo isso neste período. Ontem entrevistei uma advogada americana para a Rádio Tupi, falando sobre a proibição da entrada de imigrantes nos Estados Unidos. A informação em primeiro lugar. Portanto, meu caro futebol, eu te amo sim. Mas, neste momento, você “é a coisa mais importante entre as menos importantes da vida”.

 

TRISTEZA Estamos vendo, no Amazonas, uma das cenas mais tristes desta pandemia de COVID-19. Muita gente morrendo sem atendimento, sufocadas pela falta de respiradores. Hospitais sem leitos e covas coletivas sendo cavadas. Triste demais! Em São Paulo, 90% da capacidade dos leitos já estão saturados e, segundo as autoridades médicas, o pico da doença será em maio. Que Deus tenha piedade de todos nós e cuide do nosso Brasil e do mundo.

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