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Familiares e amigos lamentam a morte do empresário Hermógenes Ladeira

Ele deixa a viúva Diva, com quem teve três filhos, Mauro, Anna Paola e Márcio, seis netos e duas noras. Empresário mineiro criou o pioneiro Guaraná Alterosa


10/09/2022 04:00 - atualizado 10/09/2022 01:54

Empresário mineiro Hermógenes Ladeira e sua mulher Diva
Hermógenes Ladeira e sua mulher, Diva: empresário fundou empresa criadora do Guaraná Alterosa, sucesso em Minas (foto: Raul Chaves/Divulgação)

Se existe uma marca que resiste ao longo das décadas é a do Guaraná Alterosa. Foi o primeiro refrigerante de um litro no Brasil, produzido em Minas Gerais. A garrafa – de vidro marrom escuro, a marca em branco e vermelho e a frase “refresca até a alma”, na base garrafa – se mantém viva na cabeça de muita gente.

Assim como permanecem vivas as histórias de Hermógenes Ladeira, o empresário que com a cara e coragem marcou sua trajetória com o pioneirismo da Alterosa. Hermógenes morreu no final de agosto, deixando a mulher, Diva, os filhos Mauro, Anna Paola e Márcio, noras e netos. Foi também jornalista, tendo trabalhado no jornal Última Hora.

"Sonhar alto é uma característica que sempre me acompanhou. Muitas vezes, preferindo correr o risco a deixar murchar a inspiração", disse ele ao jornalista Eduardo Murta, que escreveu o livro "Um brinde ao tempo – Biografia de Hermógenes Ladeira".

Em 370 páginas, Hermógenes oferece um pouco da história da evolução industrial do estado em texto cheio de curiosidades, como o trecho em que conta a ideia do famoso litro da Alterosa. Segundo ele, o projeto e o ferramental de uma nova garrafa representavam uma nota preta, algo como US$ 1 milhão. "Fomos buscar ajuda e colaboração da Cisper, a Companhia Industrial São Paulo-Rio. Agora vou contar o que pouca gente sabe: a Cisper dispunha de uma garrafa que havia sido usada para envasar leite na Bahia, o Alimba. Já fora de linha, eles mantinham a fôrma. Adotamos e lançamos nosso guaraná Alterosa em um litro de leite."

Murta relembra que foram meses e meses de encontros semanais para a gravação das entrevistas, que mais se assemelhavam a um belo bate-papo em torno do que ele mais amava: se colocar e superar desafios. "As conversas fluíam especialmente porque o Hermógenes, que me recebia à mesa da sala principal de seu apartamento no Funcionários, tinha um incrível dom de detalhar minuciosamente cada circunstância, tivesse ela ocorrido 40 ou 10 anos antes."

Entre as entrevistas e a conclusão do livro “Um brinde ao tempo”, foram quase três anos. "Hermógenes, sem dúvida, era um homem vocacionado para o pioneirismo. Não por acaso, encarou gigantes do setor cervejeiro (após incursões um tanto emblemáticas também no mundo da publicidade e do jornalismo) e surfou bem nesta onda. Vale tanto a ousadia de colocar no mercado o guaraná Alterosa, se dispor até a conversar com a máfia no começo dos anos 1970 para furar a bolha do mercado nos Estados Unidos ou peitar as gigantes Brahma e Antarctica no Cade", conta. "Não por acaso, viraria Antarctica, ajudaria a empresa a finalmente superar a Brahma e seria responsável por soluções inovadoras por lá. Figuras como Hermógenes são um marco na indústria de Minas e do Brasil. O melhor foi ele ter contado todas essas histórias como quem toma um revigorante café em torno da mesa. Fará falta, muita falta", acrescenta Murta.

Os elogios também vêm dos amigos. O advogado Edison Simão, que escreve o prefácio do livro, define Hermógenes como Fidalgo, um adjetivo. "Concernente a aquele que denota generosidade, nobreza, liberalidade e ainda a quem possui título de nobreza, herdado de antepassados ou concedido pelo rei; nobre, aristocrata”, descreve. "Esse foi o traço marcante de meu amigo e irmão Hermógenes em sua riquíssima passagem terrena, oferecendo a todos os que com ele conviveram a alegria e a felicidade de usufruir da fidalguia que nos fez reféns de um espírito iluminado e inspirador. Entristecido com sua passagem, ainda assim me enriqueci com a certeza, a confiança e a fé na paz eterna de sua alma. Obrigado, meu querido!"

Adriana Branco considera ter sido abençoada por ter podido conviver com Hermógenes Ladeira. "Privilegiada", afirma. "Ele foi um grande exemplo para minha vida. Um homem à frente do seu tempo, um empreendedor, trabalhador. Uma pessoa espetacular, culto. Em toda minha caminhada profissional, sempre o consultava. Nesses tempos tão difíceis, um homem como ele fará muita falta", observa.

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