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Estado de Minas PANDEMIA

Fabiana Arreguy: 'Tudo passa, o bom e o ruim'

No 'Diário da quarentena', a jornalista mineira, especialista em cerveja, revela como vem aprendendo a lidar com o tempo durante o isolamento social


postado em 15/06/2020 04:00 / atualizado em 14/06/2020 18:30

(foto: Quinho)
(foto: Quinho)

 

Sempre me considerei uma pessoa caseira, dessas que amam ficar em casa vendo TV, fazendo algum trabalho manual, cozinhando uma comidinha confortável para bater papo com os amigos. Mas este período de quarentena, que, eu achava, seria fácil enfrentar quando começou, tem me mostrado o quão impaciente sou, o quanto preciso aprender a me moldar a padrões e, principalmente, regras.

 

Nos primeiros dias foi bem fácil me manter em casa. Eu, que já trabalhava em regime home office como autônoma, apenas mantive o padrão de horários aos quais estava acostumada. Só que aí começaram os cancelamentos de trabalhos pré-acordados e, de repente, me vi sem muitas das tarefas que tomavam meu tempo. E o tempo, meu amigo, é de fato relativo!

 

Se, por tantas vezes, desejei ter mais tempo para mim, para organizar meus trabalhos, para dar conta de conciliá-los com compromissos de família e com cuidados pessoais, agora preciso administrar a sobra de tempo. Com essa eu nunca contei! O que fazer com tanto tempo nas mãos?

 

 

"Agora preciso administrar a sobra de tempo. Com essa eu nunca contei!"

 

Séries da Netflix, devorei todas as que me interessavam. E cansei disso. Cozinha, redescobri o quanto adoro cozinhar, mas café, almoço, jantar, ceia todos os dias esgotam qualquer criatividade. Fora a louça interminável para lavar, já que as refeições são emendadas. Pão, não tenho paciência para fazer. Parece que todo mundo se descobriu padeiro nesta quarentena, mas a atividade não é pra mim.

 

Ler, excelente hábito, prazer que alimento desde criança, porém meu poder de concentração se esvaiu diante da avalanche de informações virtuais diárias às quais preciso estar atenta. Bordado, uma atividade manual que me distrai e me faz desligar um pouco a mente. Devo chegar ao fim da pandemia com um arsenal de peças para as quais ainda não tenho destino.

 

"Ao final da pandemia, nutricionistas e personal trainers serão os profissionais que mais ganharão dinheiro"

 

Lives, tenho participado de algumas a trabalho, mas confesso que não me lembro de assistir a nenhuma! Site, uma luta para encontrar novidades para rechear o Pão e cerveja neste período em que grande parte das cervejarias paralisou suas atividades. Comer, prazer e vício praticados loucamente nestes tempos. Acho que ao final da pandemia, nutricionistas e personal trainers serão os profissionais que mais ganharão dinheiro...

 

Tenho ouvido muita música, dos mais variados estilos, muita coisa brasileira, muita coisa anos 80, algumas bandas aleatórias de diferentes partes do mundo. Música tem o poder de nos transportar, tirar a gente do mesmo lugar, algo essencial por agora. Transpor barreiras, viajar sem precisar abrir a porta de casa.

 

"Minha expectativa é sairmos dessa crise insana pelo menos mais humanos, mais tolerantes"

 

Acompanhar as atrocidades do governo atual também tem sido rotina, quisera eu que não fosse! Preferia o marasmo de um governo inerte a ter de engolir, todos os dias, os atos perversos e contrários à vida desse desgoverno. Talvez esse seja o fator de maior angústia desta quarentena, mais até que os riscos reais do coronavírus. Para esses temos a esperança na ciência. Para o outro, em quem podemos depositar esperança?

 

Para mim, uma coisa é certa: tudo passa, o bom e o ruim. E o importante é aprender com um e com o outro. Minha expectativa é sairmos dessa crise insana pelo menos mais humanos, mais tolerantes, mais solidários, enfim, pessoas melhores. É assim que eu quero me enxergar ao fim da pandemia. 

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