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Estado de Minas COLUNA HIT

Arroz, feijão, carne moída e jiló com gosto dos tempos de menino

No 'Diário da quarentena', o fotógrafo Henrique Gualtieri conta como resgatou seu hobby preferido nestes dias de isolamento social


postado em 14/06/2020 04:00

(foto: QUINHO)
(foto: QUINHO)
 
Diário da quarentena
Henrique Gualtieri
Fotógrafo

Precisamos sair desta quarentena melhores do que entramos. Melhores pessoas, melhores cidadãos, profissionais mais competentes, dinâmicos e criativos. Esse é o mantra que tem me guiado neste período de reclusão. Nunca imaginamos presenciar algo parecido, e tamanho desafio precisa ser encarado com foco, resiliência e otimismo.

Do começo da pandemia até hoje, eu e minha esposa, Sarah, seguimos à risca os protocolos de segurança adotados pela OMS e pelo prefeito da cidade, que foi rápido no gatilho e fechou tudo antes que a doença se espalhasse com força por Belo Horizonte.

Meu dia a dia mudou radicalmente. Sou um profissional ligado no 220V, com agenda sempre cheia e sem tempo para nada. Assim que tudo parou, tinha várias campanhas fotografadas em pós-produção e precisei de algumas semanas de trabalho, comigo e minha equipe em home office, para concluir os projetos.

Depois de tudo entregue e agenda de novos shootings temporariamente suspensa, passei a enxergar a parada abrupta do mundo como um momento sabático, de crescimento, aprendizado, foco no desenvolvimento pessoal e produção de trabalhos autorais.

Há muitos anos venho desenvolvendo a fotografia de cenas urbanas vazias por todo o mundo – Hong Kong, Los Angeles, Tóquio, Paris. Mostro as marcas e interferências que nós, humanos, deixamos em nosso planeta e como somos pequenos e insignificantes perante o Universo.

Com esta parada geral, aproveitei para dar umas fugidas com minha moto e produzir algumas imagens. Entre as fotografias feitas na quarentena, as mais marcantes foram as de nossas montanhas rasgadas pela mineração e de instalações daquele maquinário pesado usado na extração de minério de ferro.

Outro fato positivo foi ter a oportunidade de entrar para a equipe de estudos de arte do professor escocês Charles Watson, que vive no Brasil há mais de 30 anos e mantém esse grupo no Rio de Janeiro.

Com a pandemia, os encontros migraram para o on-line, me dando a oportunidade de, a distância, fazer parte dessa turma tão especial, da qual sempre quis participar. Estou evoluindo muito no meu processo artístico.

Outra coisa: adoro cozinhar. É o meu hobby desde que me entendo por gente. Mas nos meus quase três anos de casamento, nunca tinha feito um almoço em casa no meio da semana. Estou cozinhando todos os dias, resgatando temperos e receitas que aprendi com minha mãe. Arroz, feijão, carne moída, batatinha cozida, abobrinha refogada, jiló, coisas que nenhum restaurante faz do jeito que comíamos quando criança.

Enfim, quando isso tudo passar (e vai passar), vamos olhar para trás, olhar para a pausa na correria cotidiana, e espero me sentir feliz em ter aproveitado cada segundo da melhor maneira.
 

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