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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

10 milhões de senhorinhas com bandeiras azuis e brancas

Em recompensa ao esforço em campo, na vitória contra o Fortaleza, nos cabe dar ao combalido plantel mais um voto de confiança


21/11/2023 04:00
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Bruno Rodrigues, do Cruzeiro, comemora gol contra o Fortaleza, no Castelão
A vitória sobre o Fortaleza por 1 a 0 animou a torcida do Cruzeiro, que, no entanto, terá que se limitar a apoiar os jogadores contra o Vasco no trajeto para o estádio, em casa ou reunida em bares (foto: Staff Images / Cruzeiro)


Ao contrário da maioria dos cruzeirenses que frequentam o Mineirão, tenho preferência por chegar ao estádio não pela Avenida Catalão, mas sim pela Avenida Antônio Carlos. Essa escolha se deu no início da década de 1990, na sequência de títulos que levaria o time estrelado a se tornar o único multicampeão de Minas Gerais. Essa mania veio da minha paixão incontrolável pela torcida do Cruzeiro, um sentimento bem maior e mais forte do que o meu amor pelo próprio time.

Tudo começa quando, certa vez, passando na altura da entrada principal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do lado contrário, em meio a um pequeno conjunto de casebres e botecos, avistei, pela primeira vez, duas senhorinhas encostadas a um portão de ferro, enferrujado e entreaberto. Vestidos simples e compridos. Cabelos brancos bem penteados. Nas mãos, bandeiras azuis e brancas. Elas acenavam para a multidão a caminho do Mineirão para mais uma peleja do Cruzeiro. Sorriam como se nós, passantes, fossemos o time estrelado entrando no gramado.

Desde aquele dia, em todas as outras idas ao estádio, eu ansiava por essa cena. Lá estavam elas. Seja a pé na calçada ou nos ônibus e carros, todos os cruzeirenses sempre as respondiam com gritos de “zêeeroo” ou com um buzinaço em agradecimento a essas duas senhorinhas cruzeirenses, em uma alegria incontida, como diria poeticamente o mestre Alberto Rodrigues. Elas bem mereciam um apelido dado pelo Vibrante...

Para aquelas duas senhorinhas, o estádio podia estar completamente vazio de jogadores e torcedores. Não importava. A festa e o apoio se davam ali, do lado de fora, na avenida e do jeito que coubesse no bolso e na força física delas.

Apesar da atual diretoria da SAF Cruzeiro nos considerar marginais e só nos enxergarem com um cartão de crédito sem direito a voz, amanhã a torcida raiz do Palestra/Cruzeiro terá a chance de fazer uma festa épica para conduzir nosso time até o Mineirão, já que não estaremos nas arquibancadas.

Em recompensa ao esforço em campo, na vitória contra o Fortaleza, nos cabe dar ao combalido plantel mais um voto de confiança. Do portão da Toca da Raposa até a esplanada do Mineirão, podemos transformar as ruas em um cortejo com muitas cores, música, gritos de apoio e bandeiras azuis e brancas a balançar nas mãos cruzeirenses.

A partida contra o Vasco é o confronto direto de dois times à beira do precipício. Não podemos baixar a guarda. Não pensem que a vitória contra o Fortaleza viria sem as cobranças duras feitas pela torcida, as críticas reais da crônica esportiva tanto em relação à SAF Cruzeiro quanto a quem passa pano para a incompetência dos gestores de Closet de Sapatênis. Não, a vitória não viria! Portanto, juntemos força nessa reta final, pois a luta para tirar o Cruzeiro da beira do abismo que a atual diretoria (junto com as anteriores) nos colocou ainda continua e vai ser dura até estarmos matematicamente livres da degola.

Que amanhã sejamos 10 milhões de senhorinhas com bandeiras azuis e brancas fora do Mineirão e que o time nos responda não com buzinas, mas com entrega total dentro de campo. Vamos, Cruzeiro!


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