(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Que venham doses cavalares de confiança pra embalar o Cruzeiro

O otimismo com a volta do Menino Ronaldo é só o começo de uma trajetória que vai levar a Raposa de volta ao topo


09/02/2022 04:00


Otimismo com a volta do Menino Ronaldo. Transparência no trato com atletas e torcida. Limpeza dos últimos resquícios da organização criminosa instalada na gestão Wagner Nonato Pires Machado de Sá. Time novo formado com responsabilidade, estratégia e em silêncio. Vitórias empolgantes. Virada conquistada com muito suor até o último segundo. Esperança de dias melhores. Foco na retomada. Falta algo? Sim, um atacante de velocidade chamado Embalo.

Do fundo só se vê o alto. Jargões como esse, sejam eles ditados populares ou frases ensebadas pelos escritores de autoajuda, se aplicam ao momento atual do nosso amado Cruzeiro. Afinal, nenhum buraco poderia ser maior do que esse cavado pela facção de dirigentes, conselheiros, jogadores e empresários instalada no clube em 2019. As consequências estamos pagando até os dias atuais; mas o último mês tem nos dado a sensação de finalmente estarmos iniciando a trilha da subida.

Porém, não basta apenas apontar para o alto. Precisamos, rapidamente, de doses cavalares de confiança para estabilizar um ritmo de crescimento constante e célere. Era exatamente isso que nos daria a vitória sobre a Costela do Adão de Lourdes, conhecida por América de Belo Horizonte, não fosse a lambança da arbitragem.

Temos uma nova chance para nos aproximar do tal embalo logo mais, no Mineirão. Mas existe um felino de garras afiadas pelo caminho. Volto no tempo para lembrar o quanto o Democrata Pantera, de Governador Valadares, já foi um personagem indigesto noutro momento de caça ao embalo. Justamente num tempo do pós-Menino Ronaldo, há cerca de 28 anos.

Entre o final de 1994 e o início de 1995, passamos um período longo de muitas dificuldades. Repescagem no Campeonato Brasileiro com vexame contra o Remo e gol salvador contra o União São João de Araras. O escândalo do aniversário de Macalé. Até conseguirmos um respiro com duas vitórias maiúsculas no Campeonato Mineiro. O embalo viria em Governador Valadares, mas tomamos 1 a 0. Foi a primeira de uma dolorosa saraivada de três derrotas até a demissão do então treinador Antônio Lopes.
 
 
torcida cruzeirense
O Cruzeiro já deu os primeiros passos para devolver a confiança à China Azul, depois de um período de terra arrasada (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press )
 
Limpeza. Jogadores afastados e o retorno do saudoso Carlos Alberto Silva, mesmo comandante que havia levado o Menino Ronaldo para a excursão à Europa, em 1993. A duras penas, retomamos a confiança. Conquistamos a Copa Máster e emplacamos uma sequência de seis vitórias.

O próximo desafio seria contra o Democrata Pantera. Com o dinheiro do bilhete do ônibus e do ingresso da geral, rumei para o Gigante da Pampulha com a certeza de uma vitória e do tão sonhado embalo.

Entrei logo para pegar a “área vip” dos geraldinos: o V que se formava no parapeito do fosso e que, improvisadamente, funcionava como um assento alto. Só ali era possível assistir à peleja para além das cabeças se movimentando atrás das placas de publicidade.

Antes eu tivesse me privado da visão ampla. Lá estava a Pantera a sapecar novamente o combalido Cruzeiro: 2 a 1 para o time do Vale do Rio Doce, com direito a tomar uma batida policial, no retorno para casa, por conta dos surfistas do “balaio”.

Sempre prudente não esquecermos dos momentos ruins, pois na história do Palestra/Cruzeiro são eles os protagonistas a nos proporcionarem as superações. Naquele 1995, aos poucos, as pedras e panteras do caminho não foram nos assustando mais. Montamos um belo escrete no segundo semestre e seguimos confiantes a subida de nossa trilha. A partir dali, saímos do buraco e conquistamos o tão difícil embalo até nos tornar multicampeões.

Que hoje o velho felino das margens do Rio Doce e do sopé do Pico da Ibituruna não apronte novamente. Para cima dele, Cruzeiro! Hoje é dia de dar um tapa na Pantera para celebrarmos o tal embalo.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)