(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Vamos agora em busca do bi azul na 'Libertadores' do cinema

"Em busca da história do Cruzeiro", filme produzido pelo Instituto Palestra Italia, disputará com oito obras no Cinefoot


10/11/2021 04:00 - atualizado 10/11/2021 00:53

Documentário sobre o Cruzeiro
O documentário "Em busca da história do Cruzeiro" mergulha na trajetória centenária do clube: relato apaixonante (foto: INSTITUTO PALESTRA ITALIA/DIVULGAÇÃO)


Quantos garotos e meninas sonharam um dia serem um(a) jogador(a) do Cruzeiro? Ladear um ídolo em campo; ser entrevistado à beira do gramado; marcar o gol do título ou mesmo estar frente a frente com o coleguinha de pelada e lhe dar um autógrafo: “Para o meu vizinho José, um abraço do ídolo, João”.

Passei a infância na minha Mariana me imaginando sendo o Hamilton. Camisa 9. Goleador numas, fazedor de raiva noutras. Mas para um apaixonado pelo Cruzeiro da segunda metade da década de 1980, como eu, Hamilton entrava nesse escrete. Ao me planear um jogador do time estrelado, me colocava em seu lugar.

Hamilton estava sempre escalado no meu time de jogo de botão nos torneios da Rua Santana ou no Beco da Banqueta. Não tinha apenas botões com o pavilhão do Cruzeiro. A dupla de zaga eram dois galalaus vermelhos, com o escudo da Seleção da Espanha. No meio campo, um botão clássico, baixo, de pontas lisas, verde e com a bandeira do Sporting, time onde, àquela tempo, atuava William Douglas, um dos maiores camisas 5 de nossa história.

Do Cruzeiro mesmo, apenas três ídolos daquela época: o goleiro Gomes (o primeiro, não o de 2003) numa caixinha de fósforos, o maioral Balu com a número 2 e Careca, um dos maiores camisa 10 de nossa história, ao lado de Dirceu Lopes e Alex. E claro, eu, o Hamilton, artilheiro de quase todas as competições da molecada.

Sonho e time de botão são dois artigos aos quais temos a chance de montar como bem quisermos. E por que eu não escolhi ser Balu ou Careca? Porque queria estar ao lado deles, e não ocupando seus espaços. Afinal de contas, qual graça teria ser o Douglas e não tê-lo como meu companheiro de escrete?

Como nunca fui bom de bola (tornei-me o pior lateral-esquerdo da história do meu alviverde Guarany de Mariana), para estar perto dos meus ídolos e do Cruzeiro lutei para me tornar jornalista. Afinal, daí, poderia estar à beira do gramado entrevistando Careca, Balu e o próprio Hamilton.

Assim, cheguei até aqui como rabiscador dessa crônica semanal; tive a oportunidade de escrever livros sobre o Cruzeiro e, o mais apaixonante de tudo, pude participar da produção de diversos filmes sobre a maior torcida de Minas Gerais. Nesse caso, graças aos companheiros do Coletivo 1921, um grupo de profissionais de comunicação e de cinema dedicado a registrar em audiovisual as memórias e personagens do time celeste.

Em 2017, quando se completaram 20 anos do recorde imbatível de público no Mineirão, lançamos “Eterno”. Dois anos depois, em 2019, após uma campanha em que centenas de torcedores financiaram a produção de mais um filme, estreamos “Azul Escuro”, contando a emocionante história do Seu Lúcio, um cruzeirense cego que vive na Amazônia.

Ambos os filmes do Coletivo 1921 foram selecionados para participar do Cinefoot, maior festival de cinema de futebol da América Latina. Até então, nenhuma outra produção sobre o Cruzeiro havia conquistado tal honraria.

Não parou por aí. “Azul Escuro” foi o vencedor do Cinefoot de 2019, enchendo salas de cinema de Belo Horizonte. Era como se estivéssemos conquistando a Libertadores da América da sétima arte.

Nesta semana, foram divulgados os selecionados para a mostra competitiva do Cinefoot 2021. A Nação Azul está representada novamente. “Em busca da história do Cruzeiro”, filme produzido pelo Instituto Palestra Italia para celebrar o centenário do Time do Povo Mineiro, disputará o caneco com outras oito obras do Brasil, Argentina, Chile, México e até da Espanha e do Reino Unido.

Ao Coletivo 1921 e ao Instituto Palestra Italia, meu salve por me permitirem fazer parte dessa história Me senti novamente sendo o Hamilton em meio a tantos Gomes, Balus e Carecas. Se o Cinefoot é o maior festival da América da Latina, vamos trazer o bi dessa Libertadores para o Cruzeiro!

***
Para assistir a “Em busca da história do Cruzeiro”: https://www.youtube.com/watchv?=q67VTbH3tzo
Para assistir a “Azul Escuro”: https://www.youtube.com/watchv?=kK9Exw793Sg
Para assistir a “Eterno”: https://www.youtube.com/watchv?=tBFZaoz-0_A


*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)